EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Para Quem Não Sabe O Que Prometer no Ano Novo...



Prometo estudar mais as múltiplas perspectivas das minhas verdades
Pra encontrar o caminho mais indolor que me conduza ao meu equilíbrio interior
E poder, assim, aprender a apreciar mais o sabor das escolhas certas pra mim,
Pra, no fim do ano, ter passado na prova final da minha integridade!

Prometo emagrecer e colocar em forma meus pensamentos carregados de infartos,
Nem que seja preciso parar de ingerir, tão gulosamente, preocupações gordurosas;
Perderei todo o peso das expectativas acumuladas sob pressão sobre meu corpo
E afinarei a cintura das responsabilidades impostas pelo meu orgulho obtuso
Pra passar entre as grades apertadas das decepções e fugir das depressões!

Prometo trabalhar mais meus medos, meus traumas, meus dilemas e meus dogmas, 
E promover a coragem imprevista dos artistas a mais um grau na hierarquia diária,
Pra alcançar a extrema ousadia de ser produtor, gerente e usuário da minha alegria!

Prometo ser mais coerente com os princípios que, tão conscientemente, adotei,
E ser mais fiel aos verdadeiros e derradeiros desejos da minha alma
Pra conquistar a ligação mais sincera com o mundo ao meu redor.

Prometo mudar o foco das críticas dirigidas a mim, digeri-las melhor,
E não tentar mais me moldar a elas, mas dobrá-las à minha evolução pessoal
Pra assegurar, mesmo nos meneios dos meus anseios, meios de me aceitar como sou. 

Prometo exercitar, com mais afinco, a grande e louca sensatez de ser eu mesmo
E praticar, mais habitualmente, todas as secretas artes de amar com sabedoria
Pra revelar, por debaixo da escrita desgastada de uma normalidade morta,
Algumas letras de uma antiga ciência oculta chamada felicidade!

E pra quem ainda não sabe o que prometer para o ano novo,
Fica a dica e a possível lista de promessas intimistas
Pra renovar o ciclo de vida da calma eufórica da esperança
E trazer, de volta ao coração esquecido, a paz de um sorriso límpido! 


                                                                                     Edgar Izarelli de Oliveira
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Boa Tarde, galera!!! 
Se me permitem, gostaria de aproveitar o post para fazer o balanço do ano de 2012.
Esse ano foi muito acelerado em todos os campos da minha vida. Não consegui concluir muita coisa particular que exigisse tempo e trabalho contínuo, como a segunda parte "Velhos Testamentos" do meu romance nem a publicação do meu quarto livro "Enigma". Entretanto, o ano foi muito bom profissionalmente, já que participei pela´primeira vez da Bienal do Livro de São Paulo, em agosto, com "Infinitivos" e creio que me saí muito bem. Além disso, participei da SELIC, pela primeira vez, e de muitos saraus em Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Osasco, Carapicuiba, São Paulo e Santos. Também desenvolvi o projeto Oficina "Sentido Literário" que gerou quatro´novos poetas para a cidade de Embu. E mais, fiz duas apresentações de teatro!!! Ufa! Foi um ano muito bom!!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O Poeta Falando com as Paredes



Queria escrever uma poesia, inspiração até que eu tenho...
Mas não tenho alegrias pra espalhar nos rostos das pessoas.
Não tenho raivas do mundo pra desencadear uma revolução.
Também não tenho tristezas pra enterrar em lágrimas alheias.
Não tenho muitos sonhos pra compartilhar nem ilusões pra desatar.
Não tenho muito mais o que construir também, tudo parece perfeito!


Queria escrever uma poesia, mas, apesar de todo meu empenho,
Não me restam mais crenças pra semear em solo arenoso
Nem contradições pra dissecar numa mesa de exibição.
Não me sobraram muitas esperanças pra doar aos condenados.
Não me restam nem mesmo angústias pra expurgar aos gritos.
 
Queria escrever uma poesia, mas não adianta franzir o cenho...
Já não tenho teorias pra contestar ou novas práticas pra tentar
Nem tenho muitas explicações filosóficas pra fermentar,
Nem muitos mistérios pra incitar ou prazeres pra me excitar.  
Já até me convenci de que a totalidade do espírito é para poucos,
Mas este silêncio que aparento ser não é assim tão vazio;
É mais uma mistura inacabável de afetos indescritíveis...
Eu não queria, mas admito que estou me tornando inexpressivo.


Queria escrever uma poesia, mas não me sobrou nada que já não seja sereno.
Meus novos amigos ainda não conhecem meu estado de depressão.
Meus velhos amigos quase nunca viram meu sorriso tão ativo nem tão altivo.
Estão calmos, tranquilos, e estranhamente bem definidos todos os meus amores...
Quanto às emoções. Bom, continuam confusas e indiscretamente indiretas,
Mas já não precisam passear por outros olhos pra espairecer e respirar; 
Uma simples meditação já me levita e evita completamente minhas loucuras
E prende ao reino abstrato do pensamento a arte de expor o choque em palavras.   
Mesmo assim, meu coração de vez em quando balbucia alguns rumores,
Mas a vontade passa, as conversas são rasas, as metáforas são falhas,
A surpresa é fraca, a maioria das idéias é falsa, alguma coisa sempre está em falta,
Toda fantasia agora é rala, as maravilhas estão escassas e a poesia é rara...
Acabei guardando o estranho segredo da intensidade num cofre
E, sem querer, me enrosquei demais nas correntes do passado. 


Queria escrever uma poesia, mas acabo me confessando às paredes...
De vez em quando, faço versos de algumas palavras proferidas.
Outras vezes, penso em quebrar todos os meus velhos estilos.
Às vezes, presto atenção ao som de alguma sentença solta.
Muitas vezes, chego a apanhar frases desconexas a improviso
Pra dar vazão a uma tendência um pouco mais livre, surrealista.
Normalmente, concentro a poesia até que ganhe peso, fique rica,
Mas perdi a chave que a liberta e tenho a deixado rouca e sem força.
E, depois de louca, já não importa mais o quanto eu me contorça,
Ela já está vagueando num espaço inóspito, procurando meu olhar de artista
Pra iluminar os caminhos dessa imensidão assustadora de uma folha branca!


                                             Edgar Izarelli de Oliveira

sábado, 17 de novembro de 2012

Para todos que querem ser poetas



Receita para se fazer uma boa poesia
                                                                      
Observe o mundo e o comportamento das pessoas.
Aplique a eles as peculiaridades do olhar dos artistas.
Acrescente inspiração a gosto.
Escolha os temas mais maduros, ásperos e espinhosos
(Atenção: só utilize os que realmente cativam a tua alma).
Abra-os e extraia toda a polpa de sentimentos.
Fatie as cascas de palavras banais do cotidiano
E despeje tudo em metáforas ligadas na velocidade de quebrar gelo. 
Bata quaisquer sentidos até que fiquem homogêneos e claros como água,
Aí adicione as antíteses pra disfarçar o odor inadequado das grandes verdades.
Então, tempere com o gosto sarcástico das ironias que o povo gosta.
Apimente com algumas colheres abarrotadas de loucura
(Pode-se usar tabletes de neologismos, pó de vivências, essência de paradoxo...
Pitadinhas de angústia ou prazer também dão um sabor especial).
Para tingir a transparência deste prato, misture corante de linguagem
(Se encontram desde tons suaves a cores bem chamativas, em qualquer mercadinho).
Suavize a gosto o peso da mistura, com um pacote de sonoridades
(Não precisa ser do tipo tradicional/rimada porque é mais difícil de achar,
Além do que, os pacotes modernos são deliciosos e surpreendentes).
Se julgar necessário, adocique com saches de eufemismo
(tem em várias versões: pasta, líquido, pó, granulado, cristal, diet, light, integral)...
Para dar a liga, acrescente quantas xícaras de farinha de arte lhe for conveniente.
Por fim, mexa MANUALMENTE (sempre manualmente, isso é MUITO importante!)
Até atingir a consistência desejada: líquida, gelatinosa, fofa, puxa, dura, pedra...
Despeja a massa no recipiente que melhor lhe comportar, forma fixa, verso livre, prosa,
E leve ao freezer, geladeira, fogo, forno, churrasqueira... Fica a teu critério!
Sirva como puder, mas fica melhor numa interpretação dramática,
E delicie-se quando bem quiser!

(Este prato vai ficando cada vez melhor e mais nutritivo com a prática constante).

                                                                        Chef: Edgar Izarelli de Oliveira


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Pessoas...



Constatações Pessoais sobre as Pessoas
                                                                       Edgar Izarelli de Oliveira

Pessoas normais são irritantes,
As decepcionáveis são decepcionantes,
Mas as íntegras são intrigantes!
Pessoas deprimidas são deprimentes,
Pessoas medrosas são impotentes,
Só as seguras são contentes!
Pessoas expressivas são extravagantes
Pessoas equilibradas tendem a ser impressionantes,
As solitárias costumam ser pensantes,
As sensíveis são emocionantes.
Pessoas fortes perecem ser atraentes,
Pessoas pobres nem sempre são carentes.
As especialistas quase nunca são inteligentes,
As flexíveis, sim, são sempre surpreendentes!
Pessoas previsíveis são desestimulantes.              
Os engraçados são os melhores calmantes,
Os loucos são os mais interessantes.
Pessoas sábias são sempre importantes!
Pessoas más nem sempre são intransigentes,
Pessoas boas também podem ser exigentes,
Pessoas apressadas quase sempre são incoerentes,
Mas quando se adoece é fácil ser impaciente!
Pessoas práticas podem ser imprudentes,
Pessoas tímidas, em geral, parecem ser tolerantes,
As sinceras muitas vezes são inconsequentes,
Pessoas leves é que são fascinantes!
Pessoas críticas são implicantes,
Pessoas teóricas podem até ser eloquentes,
Pessoas amáveis são sempre envolventes,
Pessoas encantadoras são as mais excitantes
Pessoas legais às vezes parecem arrogantes,
Pessoas lindas não têm que ser elegantes!
Pessoas estáveis tendem a ser boas amantes,
Mas as instáveis são sempre mais apaixonantes!
Pessoas tristes são pessoas errantes
Que não souberam viver o instante
E quiseram sempre o que estava distante!
Pessoas felizes são sobreviventes
Que conservaram as faces sorridentes
Mesmo diante das tragédias insistentes!

E ser artista é se permitir ser mutante,
É se manter sempre pronto a estar gestante,
Pra variar entre todos estes que vieram antes!

domingo, 11 de novembro de 2012

Procura-se a derradeira arte de amar



Procura-se a derradeira arte de amar
                                                                       Edgar Izarelli de Oliveira

Procura-se a melhor maneira de mudar as velhas idéias auto-céticas!  
Tenho detestado adorar escrever poesias revolucionárias
Mas tenho adorado conseguir prever repetições inválidas!

Procura-se uma cura mais eficaz que a arte para sanar
Essa sociedade que insiste em se drogar com pílulas diárias
Entupidas de vaidades envenenadas com vírus da covardia crônica
Que continua nutrindo a desnutrição, a desorientação, o desânimo, a coisificação
E outras carências neuróticas causadas pela vida imposta sobre nós de forma caótica!    
     
Tenho até tentado adorar descrever todas as filosofias flácidas
Só pra mostrar ao mundo como as pessoas estão ficando fracas...
E eu, como tantos outros artistas, já cansei de modernizar coisas tão clássicas!
Já falei, já mostrei, já pensei, já provei, já publiquei, anunciei e tornei claras
Todas as causas hereditárias, as falhas agudas, as consequências, os agravamentos
E, sobretudo, já expus todas as fórmulas das soluções pra essas doenças idiopáticas!

São sempre os mesmos problemas, geram sempre os mesmos efeitos sociopatas:
A falta de amor, o medo de errar, a falta de si, a falta de expressar sentimentos.
São estas as verdadeiras moléstias de assassinos, loucos, ditadores, psicopatas
E, também, das pessoas apáticas diante de uma realidade antipática
E nos olham, com aquelas caras pálidas, buscando, sempre ávidas,
O melhor sistema pra nos manter dentro da estrutura escravocrata!   

Cientistas ainda estão procurando remédios para conflitos internos...
Mas o que é mesmo que podem fazer essas razões incoerentes?    
O ridículo, o absurdo, o trágico, o extremo, o intimo, o humano e o divino
São coisas que só o grito e o silêncio podem alcançar!
Procura-se a derradeira arte de amar e espero encontrar,
Antes que sobrem fatias da humanidade
Numa mesa de autópsia!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

De volta aos Classificados



Procura-se algumas moedinhas de esperança
                                                                                   Edgar Izarelli de Oliveira
 

Procuram-se algumas moedinhas de esperança
Pra continuar pagando os juros e as prestações
Que a sociedade impõe sobre a minha loucura
E escolher preservar a liberdade das crianças!

Procuram-se algumas migalhas de inteligência
Pra continuar alimentando meus sonhos orgânicos
E não matar de fome a minha maneira artesanal
De ser artista e não fazer da arte um artigo industrial!

Procura-se qualquer resto de sapiência líquida
Pra matar a sede que me sobrou das ilusões destruídas
E me permita ter força pra ainda surpreender a ciência
No grito da velha voz da experiência de vida!
 
Procura-se alguém pra dividir comigo
O peso do fardo e a leveza emocional de carregar a humanidade no coração
E ter que sustentar sobre os ombros toda mecânica de um mundo sem auto-estima
Onde sobrevivemos como escravos da nossa própria depressão
E reprimidos pelas expectativas dos desejos alheios!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Saindo um pouco dos classificados



Canção que precede a Nova Era
Edgar Izarelli de Oliveira


Séc.XXI ou 1600 e bolinha!?
Onde é mesmo que estou vivendo?
A política uniu forças com o clero universal
E estão instaurando uma nova inquisição...
É, pobreza virou bruxaria, você sabia?
Pau de barraco agora não se chuta mais,
Se transforma em lenha e se queima
Homens, traficantes, trabalhadores, pais de família, bêbados, desempregados,
Mulheres, prostitutas, donas de casa, empreguetes, piriguetes, maltratadas,
Jovens, todos drogados e dopados pela pressão sem sentido de um mundo de modinhas,
Massa formada a em-prego que prega fácil o tênis de marca no pé, o smartpod na mão,
Produtos industriais no coração, prontos a serem traficados pela falta de opinião,
Usados no mercado, aposentados, jogados fora, alguns artistas, muitos egoístas,
Todos destinados à distimia da solidão individualista da vida sem auto-estima,
E crianças sem-futuro e sem-presente, aviõezinhos, bolas de futebol, grávidas, mortas,
Tudo junto na mesma fogueira!
Os professores bem que protestam, assim como os alunos, os funcionários,
As pessoas-de-bem, o pessoal do greenpeace e dos direitos humanos, os bancários,
Os banqueiros, os correios, os caminhoneiros, o movimento sem-terra e os poetas,
Mas o toque de recolher acalma o manifesto e anuncia tiroteio...
Assassinatos em ruas e praças públicas continuam na moda dos jornais matinais.
Com seus sucessos populares “eu quero boooom eu quero baaaaa”...    
Quem prefere violência alternativa pode relaxar ao som de um bom blues-sertanejo,
Gritos de suicídio ecoam numa floresta quase imaginária, muito alheio da rede globo,
Terra-do-nunca-mostrado-na-tv, nem no Pânico nem no CQC:
Os bandeirantes ainda chacinam os selvagens e impõem a lei à sua cobiçosa vontade!
No nordeste ainda tem trabalho escravo em plantação de cana-de-etanol! 
Estranho! Com tantos computadores ligados em rede, com tantas luzes na cidade,
Acho que não li a postagem, já inventaram a máquina do tempo?
Quando foi que voltamos à era das trevas!?
Eu quero ver chegar NOVA ERA!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Discussão Acadêmica


Discussão acadêmica: Oswald de Andrade escreve:
"Amor
Humor"
Pois bem, quando estudei literatura em Letras, os literatos discutiam como uma oposição, um choque; até pela divisão de versos. Na época me pareceu incontestável, mas, hoje, emocionalmente um pouco mais maduro e com a ajuda de um sopro de lucidez espiritual, me parece muito mais uma explicação simplista para o fenômeno do amor, tipo X=X... Algo por volta de: "O amor só existe onde também há humor". Melhor ainda, "Onde há humor pode haver amor". É como se o humor fosse, e realmente é, a plataforma que cria e sustenta o amor ou, mais profundamente, como se o amor coubesse dentro do humor. Não sei explico bem, mas, basicamente, para amar alguém é necessário haver admiração. O que CATIVA essa admiração é justamente o estado de humor do "objeto" amado e como este estado de humor interfere no nosso próprio estado de humor. Isso mesmo, ESTADO de HUMOR, não humor cômico, como aprendi na faculdade. Não é "Amor(coisa séria)  X Comicidade" o que está em jogo no poema, é simplesmente "Amor é simplesmente estado de Humor". Só que isso seria mais uma frase de efeito do que uma poesia, o que Oswald resolve com um mecanismo de linguagem que pode ser descrito em três passos. Primeiro, substitua o verbo da frase, que é de ligação, portanto, desnecessário ao entendimento da sentença, por uma vírgula: "Amor, simplesmente estado de humor". Depois corte o excesso de informação, o advérbio de modo é totalmente dispensável na linguagem simples de Oswald, “Amor, estado de humor”. Mas “estado de humor” pode ser expresso como “HUMOR”, assim temos: "Amor, humor". E, por fim, substitua a vírgula por quebra de verso. Não se precisa de pontuação para marcar o ritmo de uma poesia, o tempo de passagem de um verso a outro pode marcar o tempo da pontuação. E assim chegamos ao célebre:

"Amor
Humor"

Simples, não?

sábado, 27 de outubro de 2012

Para Viver Melhor



Procura-se a melhor maneira de viver o momento
Edgar Izarelli de Oliveira

Procura-se a alternativa mais controlada
Pra acreditar que tudo vai dar certo,
Sem ter que inventar falsos fatalismos
Ou me render aos conformismos vazios.

Não quero uma dose mortal de expectativas
Jogada a uma possível dimensão futurística...
Nem me contenta entregar tudo na mão da fé,
Pois, não abro mão de acreditar em mim!

Procura-se a melhor maneira de viver o momento
Pois, quero fazer com que o próximo momento flua naturalmente,
Como a corrente de dias e noites que se segue eternamente!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Sombra por trás de “Guernica” “dell’Arte”!



A Sombra por trás de “Guernica” “dell’Arte”!

O título é uma junção de duas expressões muito famosas no reino das artes: “Guernica”, famoso quadro de Pablo Picasso que retrata um ataque de bombardeiros alemães à cidade espanhola de Guernica, em 1937 (os alemães apoiavam a ditadura de Francisco Franco) e Commedia Dell’Arte, forma de teatro popular improvisado que nasceu na Itália, séc. XV, e tinha como principal característica as apresentações feitas a céu aberto, em ruas ou praças públicas; até hoje se encontram grupos de teatro que fazem este tipo de apresentação. Juntando os dois títulos, eu queria passar a idéia de uma luta para sobreviver indo contra a ditadura (midiática) que nos bombardeia de arte comercial junto com a idéia de que a longevidade da verdadeira arte só é possível com o reconhecimento popular. E, para alcançar este objetivo, se faz necessário que os artistas vão à rua para demonstrar ao povo o que a arte pode fazer se levada a sério, mesmo que para isso os artistas tenham que se sujeitar a algumas coisas que consideram erradas no sistema gestor econômico que “DEVERIA” existir para remunerar quem trabalha com arte.

Uma amiga minha perguntou o que é a verdadeira arte, e eu respondi assim:   

Bom, creio que a sociedade curte certo ""padrão artístico de baixa qualidade"" por que é isso que a mídia acaba transmitindo para criar massificação. Considero que "Arte de baixa qualidade" é arte feita pra vender sem qualquer cuidado realmente artístico ou, tecnicamente falando, “arte comercial”. Arte que não transmite nada, que leva não a nenhuma reflexão. Coisa que qualquer pessoa faria... Por exemplo, na música temos "eu quero tchu eu quero tcha" e a letra da música não sai disso (é o que chamo “Falsa Arte”, pois, até faz algumas funções sociais da verdadeira arte, como relaxar e colocar o cidadão um pouco em êxtase, mas falta muito ainda pra ser arte como era a Commedia Dell’Arte, onde, apesar de ser uma comédia, muitas vezes, os atores se dedicavam a vida inteira a aprimorar seu personagem e, não obstante, esses personagens, comumente, representavam uma região ou cidade do país). Muitas pessoas escutam isso, ou qualquer pop, por não saberem que pode haver muito mais poesia em uma música como, sei lá: "Procuro esconderijo, encontro um novo abrigo, como a arte do teu jeito e tudo faz sentido" (pra ser moderno, na verdade ia colocar Chico Buarque, mas quem ainda o conhece, não é!?) Enfim, olha qual é a música que tem mais refinamento tanto no que é tocante à letra quanto ao instrumental, qual a letra que exige mais do cantor e, em contrapartida, olha qual a que tem maior repercussão para a grande massa.   Isso por que é só através da música que se pode pensar em algo como poesia na mídia; e alguns comerciais mais inteligentes que fazem por aí, também, mas, neste caso, é arte posta sob a função de vender produtos alheios aos artistas...

Não sei se vocês já viram, mas colocaram "Linda" do ROUPA NOVA em propaganda da Skol. Aquela música, embora pop, é arte, tem todo um refinamento musical. O publicitário que fez a propaganda vai ganhar milhões porque Skol agora vai vender feito camisinha em carnaval! O Roupa Nova certamente vai ter algum lucro, mas vocês já viram fazer propaganda anunciando o CD do Roupa Nova? Já teve, mas qual vocês acham que vai render mais por passar mais vezes? Bom, o que é pior nessa história é que isso vai criando uma identidade cultural massificada muito pobre, mas muito forte, e isso não é péssimo só artística ou culturalmente, mas é um desastre também politicamente.
Quem mora na Grande São Paulo deve se lembrar da propaganda do senhor José Serra: “Eu quero Sé, eu quero Ra, eu quero Serra já serra já”. Isto deveria ser proibido, é praticamente uma lavagem cerebral, pois usa uma música da massa como base pra gravar uma segunda mensagem subliminar em mentes que não reconhecem isso. É golpe baixo que só pode ser aplicado pela elite que sabe usar as potencialidades da arte para o mal, tanto que nenhum dos outros candidatos, que eu me lembre, fez uso desta técnica. Queria ver o que aconteceria se o senhor Serra usasse uma música cuja original tivesse uma letra boa, tipo “Ideologia” de Cazuza ou “Perfeição” do Renato Russo. Sabem por que isso nunca vai acontecer? Primeiro porque não são músicas fáceis de parodiar por causa do trabalho poético que elas possuem. Segundo por que não são músicas populares; quem escuta este tipo de músicas tem uma visão mais ampla e gosta do sentido que as letras têm mais do que do ritmo dançante. E, terceiro, por que, se “colar” e o povo for atrás das originais, a política estará com a corda no pescoço. Também por estes motivos, músicas com teor político são raras mesmo nas raras rádios que tocam música de maior qualidade.

Enquanto isso, na Terra do Nunca, a arte realmente trabalhada que tem intenção artística fica cada vez mais isolada na elite. Tenho rodado saraus por aí e, quando faço alguma coisa de um nível mais elevado, as pessoas que não estão adaptadas a isso ficam encantadas e dizem que não sabiam que a poesia tinha tanto poder e tanta expressão. Acho que devemos repensar alguns conceitos antes de dizer algo do tipo: “o povo só quer porcaria!”, o povo não sabe que existe outra coisa, por isso, não tem condição de procurar. Pegamos Globo, Record e Bandeirantes. Quanto tempo, somando as três, passa alguma coisa sobre a verdadeira arte? No máximo, eu arrisco, 5 horas por semana! Passa bem mais violência do que arte! E ainda dizem que não existe mais censura no Brasil! A arte é muito poderosa para o povo, sabe...

Testemunhei pessoas que tem descoberto os saraus. E, gente, elas ficam maravilhadas com o que a arte pode fazer! Chega a ser triste ver que as pessoas não têm contato com a arte! Essas pessoas começam a ir a todo sarau de que têm noticia, a procurar saraus, a se envolver com os artistas, e isso é lindo! Como uma única noite muda completamente a cabeça de uma pessoa! Tudo isto ocorre, simplesmente, por que o sarau prova que a arte em prática é totalmente diferente da idéia corrente de arte complicada e acadêmica que ninguém entende. Algumas pessoas começam até a se tornar artistas depois que descobrem a verdadeira arte!

Sabem por que isso não acontece em maior escala? Porque os artistas não podem viver em função da arte porque arte, para grande maioria dos artistas, não é nada rentável! Esta situação gera um imenso conflito, uma vez que a arte verdadeira é pouco valorizada, usurpada para beneficio de terceiros e porcamente remunerada para quem faz, alguns artistas estão deixando de lado a função social (ás vezes, até a pessoal) da arte para se dedicar a negócios, aos estudos, ou simplesmente por ideologias como: Fazer sarau em Shopping Center (sim, aqui no Embu, TEMOS ESPAÇO PARA ISSO, mas A MAIORIA DOS ARTISTAS PROFISSIONAIS NÂO COMPARECEM porque) sem receber para isso, não dá!" E aí aumenta-se o abismo entre o povo que vai no shopping por falta de opção cultural e a arte que vai se isolar cada vez mais entre os artistas e os poucos que já a conhecem, entendem a gravidade da situação? Ou a arte arma um levante ou os artistas não recebem dinheiro pra continuar sendo artistas na TERRA DAS ARTES, pois não serão reconhecidos; ENTRETANTO, os artistas querem ser reconhecidos para depois fazer algo a respeito.

Processos históricos provam que movimentos populares é que tem poder necessário para mudar a política (Diretas Já, Revolução Russa, Revolução Francesa a Independência da maioria das colônias européias nas Américas) Todos começaram com um grupo de pensadores e artistas, mas foi a força do povo que pôs o movimento a frente. O mesmo vale pra Embu das Artes, quando toda a comunidade artística se reuniu pra aprovar os 2%(ridículo pra uma cidade que, supostamente, vive de arte, mas fazer o que? Foi uma vitória...) do orçamento municipal para a cultura e arte, não houve político capaz de dizer não. Imagina se tivesse o povo do nosso lado e não jogado nas esquinas da cidade, como seria? Está na hora de parar de frescura e utilizar os espaços que ganhamos!

Abraços.
Ed. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"Guernica" "dell'Arte"

"Guernica" "dell'Arte"
Edgar Izarelli de Oliveira

Talvez um dia o povo aprenda a valorizar a verdadeira arte e não engula mais a porcaria que lhe é empurrada, mas pra isso a verdadeira arte deve agir. E, para agir, precisa se desligar das correntes impostas pela ciência; se livrar do maldito chiclete sabor cola-quente ou super-bonder feito de politicagens bio-estragáveis, sócio-intragáveis e capta-imprestáveis que está preso em seus all-stars, grudando seus cabelos e condenando sua língua ao silêncio mordente dos escravos; abdicar um pouco do falso-moralismo intelectual de seus padrastos e padrinhos, e relembrar a liberdade de seus pais: conhecer e ultrapassar fronteiras do orgulho; transar com pessoas do povo; encher a cara com os amigos num barzinho; invadir as escolas atirando beleza pra todo lado pra chacinar a ignorância; parar a Paulista com a cara pintada de preto; encarar tropa-de-choque; pixar as paredes do governo; depredar o clichê estrutural dos shoppings e dominar a praça pública, nem que pra isso seja preciso se prostituir, se corromper, ou fazer greve de fome pra tornar mais humano o que é divino! Não se ama o que não se conhece!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Senador Eduardo Suplicy + Algumas Idéias...


Conheci o senador na Faculdade Sumaré, nesta sexta-feira, durante o sarau de
lançamento do livro "Percebendo o Ser" de Saulo César Paulino Silva, um amigo meu. O senador declamou a poesia "Um Andarilho", que consta em "Infinitivos", e elogiou meu trabalhou! Após isto debateu um plano de renda básica que todas as pessoas teriam o direito de receber. Considero que a ideia vai de encontro às minhas próprias idéias em tempos colegiais, quando eu acreditava que se a população tivesse uma base socialista em relação a uma renda mínima constante com caráter de direito assegurado na constituição, mesmo que pessoas beneficiadas não estivessem trabalhando,  o próprio sistema capitalista funcionária melhor, pois o alicerce econômico seria igual para todos e a partir dai começaria a evolução individual dentro da sociedade que seria menos violenta, uma vez que todos teriam mínimas condições de sobrevivência e não precisariam se sujeitar a roubos, à prostituição, ao trabalho semi-escravo.
A idéia apresentada pelo senador Suplicy é exatamente esta que citei. Entretanto há um ponto no qual eu sempre travei e infelizmente, na incredibilidade de ouvir um senador brasileiro defendendo tal idéia, acabei por esquecer de indagar qual seria sua solução para este pequemo dilema: De onde viria este dinheiro?
Criar mais um imposto só traria problemas, pois, se criarmos um imposto fixo para todos, estaríamos sendo justos,´porem contra-producentes; uma vez que isto poderia se desenrolar da seguinte maneira: Todas as pessoas pagam R$100 mensais e recebem de volta o valor resultante da divisão da soma pela quantidade de pessoas daquela população. Se as cem pessoas que constituem determinada população "X" pagarem R$100, assumindo que não haja ninguém nesta população que não possa pagar, o Saldo seria 0. Para isso, todos desta população teriam que, obrigatoriamente, estar trabalhando, além de ser algo inútil. Para complicar um pouco as coisas, as crianças teriam que ser isentas da taxa, mas não do recebimento; senão os pais teriam de pagar para cada filho que tivessem. Supondo que na população acima descrita haja 20 crianças, fora os 100 trabalhadores, a quantia recebida já seria bastante negativa (100.100:120 = 83,33) e atrapalharia ao invés de ajudar, embora, pensando num contexto familiar até que valeria a pena, pois, numa família "pai+mãe+criança", a soma do recebimento seria superior ao gasto (3.83,33 = +/-250) Porém, fora disto, nem todo mundo tem filhos e há muitos filhos sem pais por aí... Ou seja, o valor pago ao montante a ser dividido deve ser muito maior do que número de pessoas que recebem para que valia a pena para todos. Isto contando só com as crianças, se cada casal tiver apenas um filho, e ignorando totalmente a existência de desempregados, doentes, trabalhadores cuja renda seja oscilante e tantos outros subgrupos que teriam direito de receber a tal verba. Os aposenados seriam um problema a parte pois já tem o direito da aposentadoria; teriam ou não o direito desta verba bem como o dever de pagar?
Tudo isso significa que o sistema não poderia ser igualitário. Colocando em situações atuais, ninguém daria R$500 de um salário mínimo de R$650 pra receber de volta R$540, embora, pensando que esse seria o capital de giro, até que daria lucro, pois o próximo salário ficaria o integral mais R$40. Mesmo assim, é muito mais lógico se pensar em fazer isso conforme Marx faria: "Quem tem mais posses dá mais dinheiro", mas, neste caso, não seria justo. Além do que criar mais um imposto no Brasil, não dá!
Alternativa mais viável, a meu ver, seria utilizar o dinheiro acumulado pelo Imposto de Renda, que já faz mesmo essa função, e distribuir igualmente para todos sem deixar nada  para os cofres públicos que se alimentariam de todos os outros impostos. Para isto precisiramos rever a constituição e esperar que todos os responsáveis pela administração da verba fossem pessoas íntegras que se venderiam a um esquema de corrupção qualquer, ou seja, precisaríamos de um milagre! (tecnológico?)

Bom acabei viajando nas idéias que foram vindo e, como podem ver, a idéia, apesar de boa em essência, é praticamente inviável com os recursos que temos hoje! Sonho com o dia em que esta ideia poderá ser verdade! Expus aqui os pontos que eu pude notar facilmente, não são todos os pontos. Mas, enfim, não sou contra a causa!!! Até por que isto daria liberdade artística para as pessoas, uma vez que lhes seria permitido não trabalhar tanto assim!

Bom dia para quem está acordando! 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Edital público (só para mulheres)



Edital Público (Procura-se uma bela dama de companhia!)
Homologado e realizado por: Edgar Izarelli de Oliveira

Do objeto deste edital:

Procura-se uma bela dama de companhia,
Que obedeça a maioria dos preceitos daquele estilo antigo:
Moça meiga, gentil, bem-educada e atenciosa,
Para acompanhar delírios de um poeta solitário.

Das especificações essenciais para as proponentes ao cargo:

Não precisa ser jovem nem ter um corpo escultural,
Mas é fundamental que tenha a elegância de usar sempre vestidos longos.
Não precisa ter nada parecido com ingenuidade ou pureza espiritual.
Deseja-se alguém que saiba conversar em alto nível intelectual,
Mas é de crucial importância que haja tal sutileza no sorriso;
Tal encanto no olhar; tal maciez no tom de voz e no jeito de falar;
Tal leveza nos gestos, no jeito e na postura do andar,
Que a impressão de timidez transmitida pela sua aparência intimista
Desafie a complexidade bem articulada de suas idéias expressivas
E abisme qualquer ponto de vista, surpreendendo todas as expectativas!
Procuras-se uma bela dama de companhia que tenha a arte como estilo de vida,
Se delicie a dançar, cantar, atuar, escrever, desenhar, pintar e fotografar;
Seja ativa, altiva, reativa, relativa, criativa, seletiva, sensitiva e intuitiva,
Mas é de cabal importância que saiba se deixar apreciar, ser cativa sem ser passiva.

Das especificações do serviço a ser prestado:

Procura-se uma bela dama de companhia que se deleite em saraus e salões,
Enfeite depressões, enfrente alterações, esquente soluções, invente seduções
E aceite, de vez em quando, os encargos de uma musa de contradições.
Procura-se uma bela dama de companhia que ensine novas lições,
Faça novas traduções, evite traições e dizime a uma as extremas-unções.
Procura-se uma bela dama de companhia que ainda tenha sonoplastia nos seios,
Que não ligue para os defeitos, que desamarre passados feios, descubra novos efeitos,   
Tenha prazer sem escrúpulos ou receios, mas que saiba quando usar os freios
Pra não inverter a história e colocar o fim no começo nem se fechar aos meios
Que a comunicação corporal exige durante os possíveis devaneios!    

Da inscrição:

Procura-se uma bela dama de companhia que se entregue em qualquer data,
Que chegue silenciosamente decidida e impressione pelo calor do beijo
E pelo abraço apertado que se concentra e não se contenta enquanto não formar laços!  

Dos honorários vitalícios referentes a este edital:

Procura-se uma mulher excepcional que possa amar e ser amada
E se sinta grata em receber como paga tickets de carinho, cestas de respeito,
Ações poéticas, notas de alegria e pequenos dobrões de ouro de um amor desvalorizado!
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Boa Tarde, Gente!
Isso é uma brincadeira poética que saiu de uma outra poesia minha, a "Um tempo pra mim", na qual escrevo:

"Talvez ouça falar de mim...

Talvez me veja vagar pelas ruas distantes da tv à procura de um abrigo que me contente;
Ou, vai ver, me encontre numa esquina promovendo leilões deste meu amor barato.
Quem sabe até esbarre na minha tenda cigana onde faço minha filosofia valer futuros;
Mas creio que a solidão ainda me é mais complacente que a vida atribulada de amante.
Talvez, no futuro, eu ainda arrisque colocar em jornais um classificado que anuncie
A minha antiquada procura por uma bela e gentil dama de companhia."
Foi dessa poesia que tirei toda a idéia dos Classificados!

Abraços!
Ed

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Procura-se um bom remédio pra um coração partido



Procura-se um bom remédio para um coração partido!
Pode ser comprimido, injeção, emplasto, pomada, cirurgia...
Pode ser medicina chinesa ou até alguma nova terapia...
Qualquer coisa que não tenha os péssimos efeitos colaterais
Daquele xarope de tempo que todo mundo usa
E prescreve aos amigos, ignorando contra-indicações.

Afinal, quem diria que respirar saudade
Poderia queimar assim meus pulmões?
Quem diria que engolir raivas frias
Alteraria tanto assim minhas funções hepáticas?
Quem diria que beber amores amargos
Poderia embaçar tanto minhas visões?
Quem diria que tomar tantas doses de dor
Formaria pedreiras inteiras nos meus rins?
Quem diria que comer sonhos pela metade
Declinaria tanto assim minha força física?
Quem diria que tragar mágoas ácidas
Poderia ressecar assim meu intestino?
Quem diria que me deliciar com a solidão da madrugada
Poderia causar chiados constantes nos meus ouvidos?
E empurrar goela abaixo a realidade feitas com mãos erradas,
Quem diria que baixaria tanto assim minha resposta imunológica?

Procura-se algo mais eficaz que o tempo...
Procura-se algo que se assemelhe ao abraço da minha paz.
Procura-se algo que pareça a prática fotografada de um milagre.
Procura-se algo que me lembre a filosofia mais perfeita do amor.
Procura-se algo que recorde a história que ficou incrustada em meu coração.
Procura-se uma ilusão, uma nova paixão, alguém inalcançável pra amar!

                                                                       Edgar Izarelli de Oliveira

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Aproveitando o post.... Dia 13, estarei em Santos para lançar "Infinitivos: Onde tudo é Possivel", no CaiSarau.

Poesias, músicas, fotografias, danças, grafites. Artes em geral tirando a maior onda na Baixada Santista.

Lançamento do Livro Praga de Poeta de Victor Rodrigues
Exposição Fotográfica de Fernando Diegues
Lançamento do Livro do Poeta Edgar Izarelli de Oliveira


Espaço para brechó. Caso tenha alguma peça de roupa, sapato, bijuterias e afins traga-o.

Microfone aberto.
Bora cá conferir!

Local: Bistrô – Barzinho localizado na Rua Silva Jardim próximo ao numero 95 – Em frente a UNIFESP Santos
Data: Sábado, dia 13 de outubro de 2012.
Horário: às 17h30




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Primeiros Classificados



Procura-se um novo poeta
                                               Edgar Izarelli de Oliveira

Procuram-se as minhas mentiras,
Porque as minhas verdades eu já conheço
E, pra ser sincero, já me enjoaram!

Procuram-se as minhas ilusões,
Por que vivo em realidades que não desejo
E, pra ser bem franco, já me enojaram!

Procuram-se minhas artes,
Por que as ciências é que me parecem devaneios
E, pra ser bem prático, minhas teorias é que me condenaram.

Procuram-se novas histórias pra contar,
Por que contar sempre a mesma já está me causando desnorteio
E, pra ser bem correto, os mesmos roteiros me desordenaram!

Procuram-se novos sonhos,
Por que, nestes cantos, o peso da insônia já interveio
E, pra ser bem carente, os pesadelos é que me despertaram.

Procuram-se novas emoções também,
Sentir sempre as mesmas já me privou de muitos sentidos e ainda estou num tiroteio
E, pra ser bem direto, mais de uma vez as mesmas balas me acertaram.

Procuram-se novas poesias,
Não quero mais falar de sentimentos que desconheço
E, pra soar bem poético, posso afirmar que meus amores me enterraram.

Procura-se, dentro de mim, um novo poeta
Que consiga me fornecer outros começos
E, por ser bem discreto, outras formas que já me libertaram.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nova linha de trabalho....




Classificados
                                   Edgar Izarelli de Oliveira


Meu coração é um velho decrépito
Que rasteja pelas ruas da cidade,
Arrastando sua sacola preta cheia de palavras,
Recolhendo mágoas em lata de lixo e solidão em caixas de papelão,
Pra trocar por moedinhas de esperança na bolsa de valores de um novo decreto!
E, para conseguir algum crédito com os gerentes do Divino Comércio,
Vive espalhando poesias nas esquinas, nos semáforos, nas portas das faculdades,
Nas mesas dos bares, nos quartos de motel, nos parques, nas praças...
Mas que valor tem a poesia? É apenas uma extensão de significado em vaga expressão...

A poesia não tem valor para quem passa sempre apressado
Nem pode ceder alívio aos corações estressados,
Já que não pode mudar para verde o sinal fechado
E fazer andar as vidas nos solitários veículos parados...
A poesia não tem valor nenhum para pesquisas cientificas
Nem para bêbados que querem esquecer um pouco o peso da vida.
A poesia não tem valor para casais apaixonados que buscam um prazer imediato
Nem para pessoas normais que preferem manter o coração congestionado...

A poesia não vale nada pra quem, depois da correria diária, chega cansado em casa.
Muito menos pra quem sai às cinco da manhã pra procurar emprego e volta frustrado.
A poesia é exigente e seletiva antes de ser parte macia de um lugar confortável.
A poesia é trabalho, é crescimento, não serve pra relaxar, mas ameniza o fardo.  

A poesia não tem valor nem mesmo para os artistas
Para eles, a poesia é uma amiga bem-quista e muito confiável.
Para os poetas então... nem se fala! A poesia é presença física
Que lhes dá, como a mulher amada, um prazer incomensurável...
Para quem está sempre se doando a ela pra ser pista de pouso de aeroporto,
Recebê-la nos braços é perceber que a vida é mesmo algo inestimável!

A poesia só tem valor para alguns, para poucos, para raros, para os belos...
Para aqueles que sabem parar pra se admirar sem temer o preço que se paga
Pra mudar o foco e perceber que o mundo exterior é inalcançável,
O interior é inexplicável... E, mesmo assim, a poesia fala! A arte não para!  
A poesia só tem valor pra quem realmente se ama e pra quem muito se engana...

A poesia que meu coração se exaure para distribuir,
Só terá valor quando toda essa gente se lembrar de assumir que sente
O amor vibrar, a angústia contestar, a alegria espreguiçar e a tristeza ruir
O corpo da realidade materialista que prende a alma à mente...

Meu coração revoltado se deixa à margem da beleza da poesia
E, só pra conservar a prática da escrita, dedicar-se-á aos classificados!
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Boa tarde, gente!
Essa poesia é a abertura de um novo trabalho na minha poética. Não se trata de uma idéia totalmente original. Creio, até, que foi recorrente em décadas passadas, mas, para mim, é um novo estilo que venho pensando em desenvolver há anos e que ficou mais forte nos últimos meses... Decidi começar a desenvolver... A poesia acima é uma exposição de motivos e uma introdução a essa nova linha, digamos, comercial... Mas, pra quem gosta dos outros estilos, aviso que podem ficar calmos, essa linha vai ser paralela ao "Bom Dia", o estilo principal continuará sendo o mesmo...  
Abro agora a linha de "Classificados".
Abraços Ed!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Um dia frio", um bom lugar pra ler poesia.. "E o pensamento lá em você" e tudo me Inspira!


Um dia de Inverno
                                   Edgar Izarelli de Oliveira

Agora a primavera já é fato consumado
E ainda há este outono temporão em mim,
O colorido que maquia a secura do fim
E engana o coração num beijo sucateado...

Eu já estava até me acostumando com um novo ritmo de vida,
Mas já que o expresso do inverno reapareceu por um dia,
Gritando a última chamada, última saída, abraços de despedida...
Aproveito pra tornar à alegria e retomar minha alma sadia!

É hora de resolver assuntos inacabados, amores pendentes, saudades latentes.
É hora de quitar as dívidas, fazer as pazes comigo e com o que sobrou da gente.
É hora de me abrir para o que pode haver de novo, o inesperado, o surpreendente.
É hora de fazer a transição, a transcrição, completar a transação, acertar a translação
E partir a uma órbita mais alinhada ao redor de outra estrela que guie minha evolução.
É hora de encarar a solidão a frio, recolher os fragmentos e consertar o coração. 

É hora de tirar o peso dos lençóis, dos cobertores, do edredom
E aproveitar o frio pra concentrar algum sentimento tão quente
Que me permita sobreviver ao inverno constante dos olhares alheios.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fazia tempo que não vinha uma poesia de duas páginas...


Minhas Amantes
                                  Edgar Izarelli de Oliveira

Eu amo a Poesia.
Já cheguei a declarar que ser poeta é casar-se com ela
E para ela estar sempre disponível e sempre amável,
Mas, sem querer dar fama errada aos artistas,
Não sou assim tão fiel…
Tenho lá meus casos com outras artes!

A Música é a amiga de todas as horas,
Todas mesmo. Piano, quando estou triste;
Guitarra, quando estou alegre; Harpa, quando estou tranquilo;
Tambores, quando preciso; Violão, quando me apaixono;
Flauta transversal ou Ocarina, quando me diverte; Rabeca pra descansar.  
E aquela Voz suave que sempre consegue me fazer fechar os olhos e delirar,
Quando estou no ápice do prazer. Gemidos no ouvido...

Não passo mais de duas semanas sem pegar a Dança pra dançar!
É Dança Celta pra se conhecer, Medieval pra se encontrar, Cigana pra me encantar...  
É Balé Clássico pra assumir, Break pra impressionar, Jazz pra cativar... 
É Rock pra descontrair, Valsa pra conquistar, Street pra me agitar... 
É Country pra aquecer, Frevo pra alucinar, Salsa pra rebolar e Forró pra completar...
É Tango pra me seduzir, Lambada pra me abalar, Gafiera pra assegurar...
Dança do Ventre pra se mostrar, Pole Dance pra se despir e Improviso pra acabar!
Às vezes, até Funk ela me faz dançar!

A Pintura é caso antigo, primeiro amor inesquecível, impossível é não relembrar!
Linhas sensuais no sorriso e no olhar, pinceladas suaves de carinho nas mãos,
Muitos ângulos pra se admirar e múltiplas perspectivas pra me ensinar
Como se faz para capturar e gravar a melhor imagem da felicidade me emocionando,
A cada painel colorido com a dedicação de quem não quer nada mais que colorir a vida!
E, a cada afresco, vai me mostrando técnicas de como embelezar a chuva,
Desenhar o sol a Carvão, usar Nanquim em neblina, Guache em passarela,
Acrílica em folha seca, Maquiagem pra tapar as verrugas da lua, Aquarela em fogueira
E, depois de tanto encanto, ainda lhe sobra o batom dos lábios para corar meu corpo!

Ultimamente, ando querendo modelar a cintura de uma bela Escultura
Dar-lhe seios fartos, quadris largos, lábios grossos e cabelos soltos, espalhados no ar,
Mas eu quero alguma matéria quente e úmida que barro, madeiras e pedras não me dão.
Artes Plásticas e flexíveis, uma dessas modernices que andam fazendo por aí...
Borracha? Acho que Borracha não me contentaria, não...
Acho que me afeiçoaria muito mais ao Papel Marchê ou às Fibras de Metais Elétricos..
Enquanto não acho a matéria-prima certa pra esculpir delicadezas de mulher,
Sempre paro pra admirar os flashes faiscantes nos olhos da Fotografia!
Ah! Minha cobiçada menina, fotografe-me onde quiseres, onde eu menos espero,
Faça montagens românticas só pra me marcar em redes sociais, me tenha no caderno!



Tenho até uma amante oficial, a Interpretação.
E como essa sabe quem sou eu!
Me conhece de dentro pra fora, de fora pra dentro, virado do avesso, pouco importa!
Cria corpos que me despertem, cria mentes que me interessem, ilumina os holofotes
Escolhe sempre os melhores figurinos, pensa sempre nos cenários mais incríveis,
Faz cenas, ceras, coceiras, inventa mil situações só pra complicar, me deixar sem saída!
E deixar mais intensa a hora certa de contracenar comigo aquele amor gostoso
Sobre o palco de tesão que sustenta todo o espetáculo de se reinventar
Só pra tê-la nos braços por alguns momentos!

Tenho, sim, meus casos e isso não é segredo pra ninguém,
Mas é a Poesia chamar, com suas metáforas sedutoras,
Suas entrelinhas maravilhosas e suas atraentes antíteses
Suas mil formas inesperadas de me fazer sentir que tudo faz sentido,
Que nada, por mais que pareça deslocado, pode ser considerado errado,
E eu volto totalmente a atenção e o deslumbramento para ela!
E ela me recompensa, pois bem sabe que sou dela e que nunca fugirei deste matrimônio!
Ela sabe, com certeza ela sabe, que, se mantenho laços estreitos com outras artes
E se desejo conhecer mais além, é por devoção, por amor!
É só pra saber ouvir cada vez mais as palavras que ela me traz
E saber corresponder cada vez mais todo o bem que ela me faz  
Pra poder me encantar cada vez mais quando ela vier me mostrar a paz!
    
Elas, todas artes que me enamoram,
Elas até que se dão bem, nunca brigam,
Não fazem escândalo, não me disputam...
São até amigas, confidentes, irmãs.
Por que as mulheres não são como as artes!?