

Minha razão de viver tocar a alma com os dedos das palavras. Carinhos ou tapas, depende de quem lê
Contestação
Edgar Izarelli de Oliveira
Talvez até eu esteja um pouco surpreso enquanto assino essa contestação.
Meu coração já teve muito mais a dizer, muito mais coisas a gritar...
Me lembro que duas folhas, às vezes, era pouco, era menos que o necessário,
E bem menos que o espaço exigido para se escrever uma boa poesia, rica em sentido,
Que fosse capaz de acalentar as dores, debater as contradições, cortejar as damas,
E, ainda, satisfazer a fome de arte e carinho que eu tanto sentia dentro e fora de mim...
Hoje, algumas poucas linhas já me bastam para os versos serem cunhados com cuidado,
Onze ou doze e já é bom tamanho, desde que sejam intensas o suficiente pra me lembrar
Que o amor já abriu meus olhos à luz, silenciou as carências e suavizou os excessos
E me provou que eu estou vivo e é pra viver, não pra lamentar
A pena de ter aprendido tudo o que sei pela força bruta dos dias.
Se isso é sabedoria, arte, delírio, liberdade, ou apenas vazio, eu já nem sei mais definir!