EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Borboleta Azul












A Borboleta Azul
Edgar Izarelli de Oliveira

Três crianças brincavam de pega-pega numa tarde ensolarada de um verão simples. Época em que tudo ainda era fácil; o gostar era simplesmente gostar por que havia o não-gostar. Meninos e meninas só se diferenciavam pelos brinquedos. Mas pega-pega não dependia de brinquedos. Eram todos iguais: a mesma correria entre as árvores daquele bosque, a mesma graça, o mesmo riso e os mesmo tombos.
A tarde e o tempo também corriam para pegar a energia dos infantes, mas estes pareciam desprezar completamente a chegada da noite e do sono. A tarde passou. Já era o anoitecer, o Sol já estava se pondo, mas ainda havia luz, quando as crianças se sentaram na grama baixa para descansar antes de voltar para casa.
As crianças cansadas estavam sentadas no alto de um morro, olhando na direção do campo florido que ficava monte a baixo, se estendendo até um pequeno lago. Parecia que a graça do dia tinha acabado, mas a noite traria de novo o riso na manhã seguinte. A hora do sono se aproximava, como uma borboleta: suave e inconstante no ar.
Os últimos raios de Sol, porém, trouxeram uma última surpresa para aquele dia feliz. Surpresa em forma de borboleta e de cor azul! Uma borboleta azul dançava entre as flores brancas do campo de dente-de-leão e aquele vento suave de suas asas espalhava as sementes destas flores. Uma borboleta azul, de azul de céu noturno brincava antes da noite chegar!
As três crianças observaram aquilo com a impressão de estarem diante de um fato novo, mágico, inexplicável. A borboleta dançava...
A primeira das crianças se levantou ao ver um espanto tão grande no rosto de seus amigos, disse ser apenas uma borboleta e nada mais, se despediu e ficou criança, não cresceu. Com o passar dos anos, ficou sozinho e foi se sentido triste, passando a não gostar das borboletas azuis, depois de nenhuma borboleta, depois de ninguém, depois nem de si mesmo.
A segunda criatura humana juvenil não entendeu como era possível alguém não crer na mágica de uma borboleta azul, diziam-lhe que essa borboleta traria muita coisa boa a quem conseguisse conquistá-la. A pobre criança se fascinou com a possibilidade e se pos a correr cegamente atrás da borboleta que fugia da captura como o vento foge das mãos. A criança não desistiu e, quando tocou no inseto, de tanto correr olhando para o céu fora de seu alcance, acabou tropeçando numa pedra, caindo e rolando até o lago. Na queda, quebrou os braços, não conseguiu nadar, mas ainda sabia boiar... E boiou a vida toda, sem direção, sem entender “como’s” e “porquês”.
A terceira criança, após salvar o amigo do lago e levá-lo ao alto do morro, pôs-se a esperar, com muita fé, a dançarina azul se aproximar por vontade própria. A criança deitou e ficou bem quietinha para não assustá-la e esperou que a borboleta pousasse em seu corpo. Como ela não vinha, a criança decidiu oferecer um presente... Foi até um campo de violetas do outro lado do morro, pegou uma flor, a maior e mais bonita, a colocou em seus cabelos e deitou-se de novo no meio dos dentes-de-leão.
A borboleta viu a violeta como algo especial, era o que ela procurava na sua dança: a flor que lhe tinha dado a cor linda que levava nas asas. E pousou na flor.
Essa criança foi feliz e cresceu forte e cheio de amor para com as borboletas, tornando-se um adulto mais vivo, com a mente madura, o coração aberto e o espírito de criança preservado.




Foto by Eliseu da Costa

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Inspirada na própria Inspiração

Isso se chama inspiração:


É este olhar em ação, em vã ação,

Em vária ação e variação de reação

Independente da relação de crença ou hesitação;

É este olhar que acalenta o peso da convicção,

Quando a arte está em confecção,

E se assoma à estranha interseção

Dos fatos que rompem a convenção

Pra completar a entranha da conversão

E tornar possível essa minha convecção.


A saída da minha bifurcação:

É uma união, um aperto de mão

Que parece assinalar uma concessão

Na dualidade habitual da decisão,

Pra me liberar de vez da sensação

De estar preso entre a intuição e a razão;

Entre cortar os pulsos, a forca ou a decapitação...

Sem destilação simples, fracionada, ou decantação...

E o que dizer de quem canta e encanta enquanto é são?

Será que é chão? Vai ver seja coração ou, talvez, pulmão...

Está muito louca essa equação?

Ora, pra que pensar se sim ou se não!

Afinal, por que não assim: Sim & Não?... Ou, senão,

Quebrar logo em partes todo esse sermão!


Prefiro, então, mudar de canal, ir pra outra estação,

E deixar-me ser, num átimo, um ato de concepção

Que formula sempre, da arte, uma nova acepção

Pra aliviar a dor estúpida e estupenda da concentração,

Com ou sem atração, com ou sem traição, com ou sem tração,

E evacuar, num único grito, tudo o que pode ser emoção!


E todo esse movimento presente é apenas Inspiração!

Não falei do futuro iminente da expansão em espiral, expiração,

Nem mostrei a possibilidade que pressente a cura total da ex-piração.



Edgar Izarelli de Oliveira


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Eventos e Combinados

Boa noite, Gente! Nesta Sexta-feira, estarei dando entrevista ao Luiz Antonio Cardoso, no Litteratudo da TV Cidade Taubaté, às 15 horas AO VIVO! Já no Sábado, estarei em Ubatuba para o evento programado por Elton Herrerias Junior, na praça do Cristo Redentor. Estarei lá à tarde!


Só pra combinar com vocês, leitores... A partir de agora, esses avisos de eventos e as fotos dops mesmos serão postados pelo Facebook. Este Blog será para a divulgação de trabalhos literários ou filósoficos, ou, ainda, para discussões acerca de temas variados. Assim ficará mais fácil administrar as coisas, espero que entendam.
Abraços
Ed