Nosso destino é uma teia de aranha gigante.
Fiz uma pesquisa rápida sobre o tema “Destino” com o pessoal que está online no meu msn, com a seguinte pergunta: “poderia me dizer qual a primeira coisa que te vem à mente quando falo "destino"?”
Obtive cerca de quinze respostas. O fato interessante é que, embora algumas sejam parecidas, quase ninguém definiu com a mesma palavra nem usaram a palavra que eu esperava ouvir muitas vezes. Disseram-me: “O Destino é o agora”, “Apócrifo (falso)”, “Ilusão”, “O que já está marcado”, “Dependência”, “Caminho”, “Dois Caminhos”, “Amor” 2x (essa foi a grande surpresa, na minha opinião), “Não Acredito (livre arbítrio)”, “Olho” (estranho, mas remete imediatamente à mais famosa história de destino do ocidente: Édipo Rei), “Construção”, “Incerto” (não entendi bem), “Objetivos a se cumprir” e “Desculpa para não agir”. A minha resposta seria: “Uma teia de aranha multidimensional”. O texto abaixo mostra por que...
Ah, o DESTINO! Falando assim, com a palavra isolada, chega a ser assustadora a imagem que certamente nos vem à mente. A fantasia se atiça ao mencionarmos essa simples palavra, mas por quê? Alguém se arrisca? Realmente, não devo afirmar categoricamente; minha função é apenas sugerir. Mas. aqui, na interrogação jogada acima, está o ponto de encontro de várias coisas... Filosofia, Arte, o início de todas as religiões, etc.; posto que, a resposta dessa pergunta sugere o tema mais profundo, o mais assustador, o mais fascinante da nossa alma: A Morte!
Sim, no maior número de casos, o paradigma que as pessoas têm de Destino é o mesmo que temos de Morte. Embora não signifiquem a mesma coisa, não posso dizer que essa é uma idéia equivoca por que, na realidade, falando logicamente, é o que chamaria de “meia-verdade”.
Vamos com calma. É o seguinte: O paradigma (mais informações a respeito desse conceito AQUI) – idéia - de Destino nos remete fatalmente à idéia de “local ao qual temos, precisamos, inevitavelmente, que chegar” ou, numa visão mais otimista, “local onde almejamos chegar por livre e espontânea vontade”.
Pegamos, primeiramente, a primeira definição (e os céticos que me perdoem). O segredo para se entender esse conceito é o advérbio “Inevitavelmente”. A idéia mais difundida de “destino”, algo que vai acontecer e não tem chance alguma de ser alterado; aqui chegamos à Morte, o destino de qualquer ser vivo é morrer. Uma vez nascido haverá de morrer e a ciência comprova! O destino existe, ponto final. No entanto, a morte é apenas a queda ou chegada ao centro da teia.de uma aranha.
Podemos parar por aqui? Se vocês se contentam em saber que vão morrer, podem parar... Mas vão perder todo o resto da teia.
Daqui para frente se torna quase impossível não resvalar em aspectos de religiosos (de todas as religiões), posto que o ser humano só é ser humano pois é capaz de produzir arte e de criar religiões. Explico. Uma vez, vi uma palestra filósofa Viviane Mosé no ”Café Filosófico”, o nome da palestra é “O que pode a palavra” (quem se interessar por ver a palestra inteira, clique AQUI), em que ela diz algo do tipo “sabemos que vamos morrer e a partir dessa sabedoria, estabelecemos um intervalo (a Vida), e essa mesma sabedoria induz, por choque, o homem a ter uma angustia, sendo essa angustia que impulsiona o homem a desenvolver o pensamento, a arte, a espiritualidade.”
Faz sentido. Mas, agora, voltando ao nosso tema, as religiões criaram diversas imagens para o mesmo destino, a Morte. Claro que há contradições em todas elas. Mas não vou ficar discutindo as religiões.
Vamos passar direto ao segundo sentido de “Destino”. O segredo desse segundo sentido é o verbo “almejar” (desejar, querer). Esse verbo tem por dentro uma ou várias escolhas.
E. assim, chegamos a minha teia de aranha. Vamos lá. Por que digo que nosso destino é como numa teia de aranha gigante?
As teias são feitas de fios interligados, possuindo qualidades como transparentes, resistentes, e flexíveis, entre os quais há vários buraquinhos, a aranha geralmente fica no meio, nas representações comuns (isso é uma metáfora). Quando nascemos, somos atirados aleatoriamente numa parte da teia de aranha, que só reconhecemos quando já temos certa idade. Quando fazemos nossa primeira escolha, geralmente não sabemos dessa teia; o que poderia ser considerado um erro estratégico de nossa criação, mas a maturidade precisa de tempo. Do ponto em que caímos nos erguemos sobre os fios e começamos a andar, se cairmos morremos. Passamos a procurar uma coisa elementar para a nossa vida, nossa felicidade. Somos livres para, primeiro escolher se queremos ser felizes, depois para definir o que é nossa felicidade. Esse objetivo, geralmente, se localiza no centra da teia, junto com a aranha que nos comerá; e não adianta tentar fugir porque a teia acaba, mas há nela infinitas possibilidades de caminhos. A partir daí, somos livres para escolher os caminhos para chagar até aquilo que nos deixa feliz. Mas há um problema, a aranha mexe na teia, a cada escolha que você ira realizar, para que mais caminhos se encontrem posteriormente.
Se fosse só uma teia seria fácil, mas há uma teia para cada pessoa nesse mundo e todas se interligam internamente, criando uma multidimensão. Quando formamos vínculos, qualquer vínculo, mesmo só de conhecer, com outras pessoas é por que ou elas passaram por nossa teia ou nós passamos pelas suas, ao mesmo tempo e no mesmo espaço em que elas também estão ali. Temos que ter consciência da teoria do caos (o bater de asas de uma borboleta aqui, pode gerar um furacão do outro lado do mundo) e a lei da atração (eu atraio para mim o mesmo destino que busco para o universo; o universo reconhece apenas as afirmações).
Nosso destino existe, mas somos nós que o escolhemos. Nossas crenças são a chave disso tudo. O livre arbítrio existe, somos realmente livres para escolher, inclusive, se vamos acreditar em destino fixo, que permite as desculpa de que “Ah foi o destino que quis assim”, o que gera dependência... ou se vamos acreditar em um destino influenciável por nossas escolhas.
Comentem...
Abraços
Ed