EdLua.Artes

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terça-feira, 17 de julho de 2012

HA, ela voltou!!! Eu sabia que ela não resistiria muito tempo sem mim! Minha amada Poesia!


Felicidade Estranha
(inexplicabilidade mal-quista, exploração da poesia, novidade)

Edgar Izarelli de Oliveira


Hoje, acordei estranhamente feliz...
E, ao contrário do que pode parecer, esta felicidade desmotivada não é bem-vinda.
É, apenas, resultado de uma anomalia desumana e imprudentemente nada intrigante,
Chegando a ser quase que desnecessária e temida como se fosse tumor na pituitária.
Inexplicavelmente fora do que eu costumo considerar instintivamente bom,
Embora esteja dentro do ciclo de coisas que ferem os padrões do mundo regular...
É um paradoxo justificado pela falta de justificativa que há
No que há de bom em ser feliz sem ter razão.

O que possui justificativa é plausível de análise, é palpável ao tato, tem sentido.
O Inexplicável, entretanto, rejeita aproximação e serve pra ser apenas contemplado...
E isso me irrita! Não por que não tenha mais a habilidade de contemplar em silêncio;
Apenas não gosto mais de platonismos nem quero mais frustrações românticas...
Minha idade de admirar pensamentos sem palavras e palavras sem atitude acabou,
Assim como também acabou minha busca por espectros vagos de luzes inconstantes!

E já faz algum tempo que se faz persistentemente presente em minha mente e coração
A ânsia que me faz querer tocar, acariciar, apertar, girar em mil posições diferentes,
Penetrar, pentelhar e despentear tudo o que acontece ao meu redor ou dentro de mim
Até extrair o prazer liquefeito em suor e risos; o prazer quase sexual e mais humano:
Escrever uma poesia que se sinta bem em escorrer pela pele arrepiada da realidade,
Abrindo a porosidade que há entre as artes e as ciências até que as duas se confundam
Dentro do centro ovular do sentimento expansivo que ainda não determinei qual é.

É... Esta felicidade inconsequente não é muito bem-vinda aos meus olhos tristes,
Mas isso é o que me permite usurpá-la e corromper toda a pureza desse dia,
Queimando tudo o que puder queimar pra tentar reacender a minúscula chama de vida
E trabalhar humanamente o que há de mais humano dentro de mim e ao meu lado:

A poesia que me permite explorar seu corpo e contemplar sua essência
Até que eu comprove, por pura exclusão arbitrária de possibilidades,
Que esta felicidade inexplicada é só a minha própria existência
Apontado, com um canto delicado, a chegada de uma tênue novidade
Que, sutilmente acompanhada de um brilho típico de mulher apaixonada,
Vem me trazer de novo a respiração confortavelmente lenta e constante da madrugada
E de tudo o que sobrou de artisticamente aceitável em minhas mínimas imanências!