Confabulações de Escape (boa tarde)
Edgar Izarelli de Oliveira
E eu podia ter acordado, tranquilo, às nove, nove e meia, no máximo,
Se tivesse dormido quando deitei e fechei os olhos da primeira vez,
Mas o homem é um bicho complexo...
E, se orgulhando da fraqueza de poder pensar,
Acaba perdendo valiosas horas de sonho.
Passando noites em claro, tentando dominar-se ou entender-se,
Numa retórica íntima sem método nem nexo,
Inicia a imitar, na cama, o círculo sem fins de seus pensamentos;
Depois, percebendo a inutilidade do processo, corrompe-se a tentar fugir de si mesmo,
Numa boa hipnose que sempre falha e se chama, vulgarmente falando: aceitação.
Termina, o homem, a levantar-se pra descontar contra uma parede qualquer
Toda sua ira, sua culpa, sua tristeza, seu medo, sua frustração e descontentamentos,
Na sutil esperança de que o ruído oco de seus murros possa evocar a lembrança
Do grito angustiado que, silenciado por força do horário, acaba virando arte ou leitura...
Às vezes, até a falsa companhia de uma tv ligada alivia a impressão de solidão...
Por fim, exausto de viver sentimentos antagônicos, dorme o homem sem sonhar.
Tudo isso a troco ilusório de confabular futuros escapismos, calcular defesas e rotas
E formular ensaios de alguns conformismos pra dizer ao amor, ao trabalho, aos amigos.
E eu acordo ainda tenso depois do meio-dia.........................................................................................................................
Good Dawn, people!
Fato inusitado sobre essa poesia: Acabo de acrescentar esse (boa tarde), pois, nessa noite de 20 de Abril, estava eu no sarau Tearte de abertura da SELIC (SEmana LItero-Cultural) no Centro Cultural Mestre Assis, aqui no Embu das Artes, e resolvi apresentar essa poesia em form a de dramtização. Para começar a perfomance eu dei boa tarde pra cada uma das pessoas que estavam dispostas no primeiro círculo (mesmo sendo noite, porque tarde combina mais com poesia, não sou louco não XD) e fui para o meio para começar a primeira fgrase da poesia em si, quando, inesperadamente, a roda da cadeira se solta e caio no chão!!! XD Felizmente, tenho muitops amigos que me ajudam quando caio, literalmente falando... XD E não me machuquei, continuei a poesia depois e ainfda fiz mais três perfomances durante o sarau ^^ Sem mais quedas... E aí um amigo meu pediu para ler essa poesia por que gostou muito, mas sabem que sou da teoria de compartilhar arte com todos. E espero que gostem!
Abraços
Ed!
Ah! Domingo, 22/4, das 10:00 às 12:00 e, também, das 15:00 às 17:00 tem sarau itinerante no Largo 21 de Abril, a praça central de Embu! Venha participar na companhia de Poetas da cidade!