Minha razão de viver tocar a alma com os dedos das palavras. Carinhos ou tapas, depende de quem lê
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Poesia que nasceu de uma dança
Dança de um Sarau
Edgar Izarelli de Oliveira
E, ao som vibrante de cordas estiradas,
Me arrisco a entrar numa linha expressiva de dança
Que impressiona pela leveza do improviso genuinamente artesanal
E me permito me deixar um pouco nas curvas das cinturas, nos braços, nas pernas,
Nas bocas, nas faces, nas mãos, nos pés, nos passos, nos movimentos rápidos
Dos olhos que me aceitaram como sou...
E, em cada giro, eu atiro ao ar mais correntes de pensamentos defensivos já inúteis
Me liberando me libertando me restaurando me reconhecendo me revivendo
E por mais de sessenta segundos rodopio sobre meu eixo original
E sinto a poesia sacudir o peso empoeirado do raciocínio normal
E sinto a poesia desgrudando dos meus ossos
E reverberar por todos os músculos dos meus corpos
Até se abrir em forma de sorrisos nos reflexos desmontados dos meus rostos
E tudo de repente gira em torno da minha felicidade tão simples e tão presente
Que parece ainda me fazer flutuar em direção ao meu mais alto astral...
E, enquanto tudo vai parando, sobra ainda o assombro de perceber
O quanto uma dança pode me soprar, como só vento em pena
Pode tentar explicar numa metáfora viva e bailarina
A sensação que dissolve em si toda a rigidez que dissimula o mundo
E disfarça, por trás de más caras sérias e indiferentes, as almas mais contentes.
A dança me leva ao que é do meu universo essencial...
E tudo isso me faz sentir o quão feliz serias se desfrutasse e compartilhasse
Deste momento de vertigem que dá flores novas às estradas
E mantém sempre virgem a força vital da esperança!
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