Procura-se a derradeira arte de amar
Edgar
Izarelli de Oliveira
Procura-se a melhor maneira de mudar as velhas idéias
auto-céticas!
Tenho detestado adorar escrever poesias revolucionárias
Mas tenho adorado conseguir prever repetições inválidas!
Procura-se uma cura mais eficaz que a arte para sanar
Essa sociedade que insiste em se drogar com pílulas diárias
Entupidas de vaidades envenenadas com vírus da covardia
crônica
Que continua nutrindo a desnutrição, a desorientação, o
desânimo, a coisificação
E outras carências neuróticas causadas pela vida imposta
sobre nós de forma caótica!
Tenho até tentado adorar descrever todas as filosofias
flácidas
Só pra mostrar ao mundo como as pessoas estão ficando fracas...
E eu, como tantos outros artistas, já cansei de modernizar
coisas tão clássicas!
Já falei, já mostrei, já pensei, já provei, já publiquei,
anunciei e tornei claras
Todas as causas hereditárias, as falhas agudas, as
consequências, os agravamentos
E, sobretudo, já expus todas as fórmulas das soluções pra
essas doenças idiopáticas!
São sempre os mesmos problemas, geram sempre os mesmos efeitos sociopatas:
A falta de amor, o medo de errar, a falta de si, a falta de
expressar sentimentos.
São estas as verdadeiras moléstias de assassinos, loucos,
ditadores, psicopatas
E, também, das pessoas apáticas diante de uma realidade
antipática
E nos olham, com aquelas caras pálidas, buscando, sempre
ávidas,
O melhor sistema pra nos manter dentro da estrutura
escravocrata!
Cientistas ainda estão procurando remédios para conflitos internos...
Mas o que é mesmo que podem fazer essas razões incoerentes?
O ridículo, o absurdo, o trágico, o extremo, o intimo, o
humano e o divino
São coisas que só o grito e o silêncio podem alcançar!
Procura-se a derradeira arte de amar e espero encontrar,
Antes que sobrem fatias da humanidade
Numa mesa de autópsia!
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