Uma introdução: A poesia postada foi esctrita durante a aula de ontem, quando sugeri um exercício de simplicidade. Meus alunos se deram bem; quanto a mim, bem, creio que a simplicidade já se tornou um grande desafio. Minha poética se desenvolveu por um caminho onde a superposição de várias imagens complexas e, às vezes. nem tão poéticas é o que cria a beleza e o sentido da poesia, em oposição a simplicidade, que distribui vários sentidos de uma única imagem. Acho lindo quem consegue ser simples, até por que, na essência da minha poética, a simplicidade era mesmo o mais bonito. Bom, meu estilo se desenvolveu assim para poesias maiores ( MAIORES QUE SEIS VERSOS QUE NÃO SIGAM UMA LINHA HAIKAISTA, embora, nos últimos tempos, tenho podido simplificar um pouco, redzindo a extensão da poesia), o mais simples que consigo fazer é algo por volta disso,
O Abraço das Crianças
Edgar
Izarelli de Oliveira
Crianças correm pelo parque.
Nada é mais poético...
Vozes infantis falando vocábulos em sentenças desconexas
Me parecem uma grande orquestra tocando a melodia da poesia.
Vocábulos? Sentenças? Desconexas? Orquestra? Melodia?
Ai, ai... Esta minha tendência a complicar as coisas
Às vezes me faz até considerar hipóteses que mostram
gráficos
De uma relação inversamente proporcional entre
desenvolvimento e simplicidade.
Entre a sabedoria e a inocência. Entre a beleza e a
despretensão.
E aí, acabo achando que tudo já foi dito e que nada mais é
poético…
Mas ao ouvir as vozes das crianças falando palavras...
Palavras... Apenas... Apenas... Apenas... Livres... Apenas brincando...
Tenho a impressão de que a inocência, sim, é sábia.
Despretensão, sim, é bela. A simplicidade, sim, é evolução.
E quando uma criança abraça um estranho como eu,
Um adulto estranho cheio de minhocas na cabeça e pedras no
coração,
Posso até não achar palavras simples pra dizer: “obrigado!”
E posso me esconder atrás de um sorriso sincero,
Mas me lembro que a poesia é um gesto simples de carinho...
Nada a mais é poético!