Um dia de Inverno
Edgar
Izarelli de Oliveira
Agora a primavera já é fato consumado
E ainda há este outono temporão em mim,
O colorido que maquia a secura do fim
E engana o coração num beijo sucateado...
Eu já estava até me acostumando com um novo ritmo de vida,
Mas já que o expresso do inverno reapareceu por um dia,
Gritando a última chamada, última saída, abraços de
despedida...
Aproveito pra tornar à alegria e retomar minha alma sadia!
É hora de resolver assuntos inacabados, amores pendentes, saudades
latentes.
É hora de quitar as dívidas, fazer as pazes comigo e com o
que sobrou da gente.
É hora de me abrir para o que pode haver de novo, o
inesperado, o surpreendente.
É hora de fazer a transição, a transcrição, completar a
transação, acertar a translação
E partir a uma órbita mais alinhada ao redor de outra
estrela que guie minha evolução.
É hora de encarar a solidão a frio, recolher os fragmentos e
consertar o coração.
É hora de tirar o peso dos lençóis, dos cobertores, do
edredom
E aproveitar o frio pra concentrar algum sentimento tão
quente
Que me permita sobreviver ao inverno constante dos olhares
alheios.
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