EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Outra alucinação da madrugada..

Esporte Radical

Edgar Izarelli de Oliveira



É... Ler virou esporte radical!

E eu não sei mais o quanto posso suportar dessa adrenalina sentimental,

E eu que sempre admirei os saltos mortais, curvas estreitas, queda livre, decida de corredeiras.

Eu que sempre brinquei de empinar cadeira de rodas, sempre caí nas tentativas...

Eu estou com medo de pular do alto da minha esperança,

E acabar morto!


Tenho medo de ler qualquer coisa hoje em dia,

Conversa virtual, reportagem de jornal, letra de música internacional,

Poesia ou prosa de autor que se diga clássico, moderno ou marginal!

Qualquer palavra de outdoor hoje me assusta,

Letreiros de néon vermelho ofuscam minha noite,

Carta, e-mail, blogs, livros, revistas, bulas, cardápios, realidades ou imaginações...

Cada palavra pode ser a última volta no ar antes de capotar e quebrar a espinha...


Meu corpo, de repente, não me parece tão vulnerável...

Agüenta tanta pancada, batida, briga de rua, queda, freada brusca,

Mas minha alma de poeta é frágil e não resiste ao peso de uma palavra qualquer...


Tenho medo dos hematomas e ferimentos que as palavras fortes me causam...

A sensação de risco iminente de morte me faz refletir se viro a página do novo livro

Se abro aquele e-mail de piadas que meu amigo sempre manda,

Ou aquela corrente de orações chata que sempre chega não sei de onde...

A próxima frase que minha melhor amiga está digitando me alucina,

Mas o meu triplo mortal pra trás, é mesmo aquela cartinha perfumada com letra de mulher amada...


Prefiro nem arriscar certos saltos...

Prefiro não descer a rampa do medo...

E guardar um pouco de esperança à vida,

Enquanto ainda ninguém me empurrou para um salto no escuro...

Eu tenho medo de ler o que não sei ler...

Eu tenho medo de morrer na próxima frase,

Mas a adrenalina ainda me chama para o que pode haver de bom,

Por isso ainda me conservo no avião sobre o mar,

Preparado para pular de olhos fechados...

E seja o que deus quiser!


Água pode salvar ou matar...

Lágrima pode ser de felicidade ou tristeza...

Mas palavra é só palavra, e depende de quem escreve e de quem lê!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A poesia de hoje...

Boa tarde, gente!
A poesia de hoje ainda continua discutindo comunicação... Como vocês poderão perceber. Ela faz referência a um novo conto. Parece que ultimamente a prosa está mais forte dentro de mim. Esperava começar um novo conto hoje, mas a frase de abertura ou o parágrafo de apresentação ainda deve estar flutuando no reino das idéias perdidas... E, enquanto essa parte essencial do conto não chega, aproveitei a tarde para poetizar. Essa nova poesia é fruto do estado em que acordei hoje e de uma coisa mais importante... Alguém mais importante, na verdade: A MUSA. Falando franca e abrtamente, poesia nenhuma sabe seu rumo se não for seguindo esse anjo sagrado até o sentido certo que ela quer passar. Até mesmo as poesias realistas ou intimistas precisam de uma guia que indique e ajude a juntar as palavras em um trilho estreito que os literatos chamam de "poema". A poesia de hoje teve um longo caminho de trilhos, longo mesmo, tecidos com muito carinho pelo ser que vos escreve... Claro, todas as poesias que eu escrevo, eu escrevo com carinho. Mas, de mais de 450 poesias que já escrevi, acho que essa de hoje foi a que escrevi com mais cuidado e dedicação à arte de escrever. Demorei quatro horas escrevendo e corrigindo... Está Linda, realmente traduz meu sentimento por essa Musa! Não sei se ela lerá esse texto, mas, se ler, ela saberá que falo dela! Por isso a posto aqui.

Mudando de assunto, antes de postar a poesia, preciso dizer que como escritor eu conheço o talento necessário para se escrever, portanto, posso ter a honra de relembrar esse nome aqui no meu querido "Palavras d'Alma". Falo de uma Grande Amiga que começou a escrever e confiar no que escreve. Ela é a "Minha Rosa" Naiara! Quem acompanha este blog se lembra que pedi para guardarem esse nome que ia despontar como uma escritora talentosa. Dito e Feito. Convido a todos para conhecerem o trabalho dessa minha querida amiga no Blog... "Memórias de uma Rosa"
Vale muito a pena conferir!

Só para avisar, não tem ligação entre os dois parágrafos. Antes que pensem que a Naiara é a Musa de que falo. Não é!

Bom... Chega de papo, fiquem com a poesia... Leiam-na com carinho!

Abraços



Hoje eu já acordei assim...

Link Edgar Izarelli de Oliveira


Hoje, eu já acordei distante...

Em um outro mundo longínquo

Onde, por ventura, se formam as narrativas.

Não, não estou naquela terra quebrada,

Meus pés não estão no chão...


Hoje, eu acordei já à deriva do vento,

Flutuando num balão descontrolado acima do reino das dúvidas...

Não sei onde estou, mas vejo, lá embaixo, parecendo formigas no campo,

Muitas metades de tantas histórias plausíveis de realidades

Carregando, como folhas para alimentar uma rainha inescrupulosa,

Dois pontos de interrogação de inalcançáveis resoluções:

Um começo, trilha que se perdeu atrás de cada meia vida,

E um destino, castelo onde a rainha espera para sagrá-las cavaleiras...


Hoje, eu acordei já numa interrogação medrosa...

E me distraio a procurar um caminho, um primeiro passo perdido na multidão,

Por onde eu possa começar a narrar um destes meios contos...

Um que rodeia a minha cabeça já há algum tempo,

Pois, de algum modo, se transformou em mosquito incômodo,

E está zunindo suas palavras ao meu ouvido, como um sussurro de amante...


Hoje, eu acordei já taciturno como a noite...

Mas, alheio a tudo isso, o carteiro veio entregar a carta mais esperada da minha vida...

Ah! Como admiro o carteiro! Cumpre sua missão alheio das consequências!


Eu, hoje, já acordei com essa carta nas mãos,

Um mundo lacrado que somente eu posso abrir...

E eu poderia ignorar a carta recebida,

Poderia rasgá-la em pedaços sem ler...

Toda carta escrita precisa ser lida!


Eu, hoje, acordei já na caixa de correios...

Mas me falta coragem para abrir o envelope,

Tenho medo, será, minha deusa, de entrar na santidade das tuas palavras?

Não, tenho medo de que, ao entrar, eu descubra apenas a morte do que é sagrado...

E leia, ali, apenas as mil coisas que nunca entendeste das minhas rezas...

Tenho medo... Medo de chorar de novo tudo o que as palavras já me machucaram...

E tenho medo de não ler e jogar fora a última chance de ser feliz...

E medo de não saber ler o sentido por trás de tudo que você deve ter dito...

E medo de não ter os significados e formas certas pra uma boa resposta.


Acordei, hoje, já tão inseguro que não sei mais o que considerar...

Acho que não estou pronto pra ler esta carta...

Acho que prefiro guardar em local seguro, dentro da parede de tijolos...

E, quem sabe, nunca mais encontrar, deixar pro futuro revelar o segredo

A quem possuir a minha senha de entrada e minha lágrima de herança...

E acho que penso que para qualquer outro seria fácil ler sem se emocionar...

Mas pra mim não, pra mim não, pra mim não, não!

As minhas emoções se fazem daquilo que é escrito e lido, mal de poeta...


Já acordei, hoje, me sentindo uma incógnita inconstante...

Sou bonito ou feio aos seus olhos? Será mesmo que sei me expressar?

E minha alma sensível acha fácil perdoar e difícil não ser perdoada...

Tenho medo de ler as palavras que tanto amo, de quem amo tanto,

Podem ser palavras mordazes, palavras que me julguem monstro...

Pela aparência de meus atos... Qualquer um me julgaria monstro, qualquer um!

Mas minha balança ainda pesa o que há por dentro das aparências, das pessoas...

E este, talvez, seja o erro da minha interpretação...


... Tão tranquilo, eu, hoje, acordei..

Procurando o início perdido de um conto que quero escrever...

Meu coração, finalmente, parece ter aceitado a solidão como irmã...

E acolhido, como partes pertencentes a mim, as minhas angustias noturnas...

A tristeza endurecida nas minhas faces...

As dores musculares que um simples sorriso pode me causar...

Não, não estou pronto pra chorar de novo,

E meus olhos ardendo sobre os versos que escrevo pra tentar te explicar

Razões pelas quais ainda não respondi tua carta como deveria

Me fazem mentir pra mim mesmo e chorar de insegurança...

Choro palavras no papel, chuva de sentidos...


Poeta e escritor, hoje, acordei, já pronto pra sentir meu punho doer à noite...

Mas, se estou mesmo escrevendo versos e não contos,

É por que lá, no fundo do baú das minhas esperanças guardadas,

Eu ainda espero te ver entrando por esta porta,

E ainda quero dividir tudo o que tenho com você...

E, sinceramente, acho que esta esperança ainda não está pronta para morrer!


Eu, hoje, já acordei com esses versos nas pontas dos dedos...

E, se sussurrei aos ouvidos do vento que sopra meu balão pra longe de mim,

E, se escrevi na parede instável de ar em movimento,

E, se estou te mandando esses versos com o carinho de um viajante perdido,

É por que, ainda tenho a certeza versificada das estrelas de um deus,

Nosso romance ainda não teve um ponto final da mão do grande escritor de vidas!