EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Um dia frio", um bom lugar pra ler poesia.. "E o pensamento lá em você" e tudo me Inspira!


Um dia de Inverno
                                   Edgar Izarelli de Oliveira

Agora a primavera já é fato consumado
E ainda há este outono temporão em mim,
O colorido que maquia a secura do fim
E engana o coração num beijo sucateado...

Eu já estava até me acostumando com um novo ritmo de vida,
Mas já que o expresso do inverno reapareceu por um dia,
Gritando a última chamada, última saída, abraços de despedida...
Aproveito pra tornar à alegria e retomar minha alma sadia!

É hora de resolver assuntos inacabados, amores pendentes, saudades latentes.
É hora de quitar as dívidas, fazer as pazes comigo e com o que sobrou da gente.
É hora de me abrir para o que pode haver de novo, o inesperado, o surpreendente.
É hora de fazer a transição, a transcrição, completar a transação, acertar a translação
E partir a uma órbita mais alinhada ao redor de outra estrela que guie minha evolução.
É hora de encarar a solidão a frio, recolher os fragmentos e consertar o coração. 

É hora de tirar o peso dos lençóis, dos cobertores, do edredom
E aproveitar o frio pra concentrar algum sentimento tão quente
Que me permita sobreviver ao inverno constante dos olhares alheios.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fazia tempo que não vinha uma poesia de duas páginas...


Minhas Amantes
                                  Edgar Izarelli de Oliveira

Eu amo a Poesia.
Já cheguei a declarar que ser poeta é casar-se com ela
E para ela estar sempre disponível e sempre amável,
Mas, sem querer dar fama errada aos artistas,
Não sou assim tão fiel…
Tenho lá meus casos com outras artes!

A Música é a amiga de todas as horas,
Todas mesmo. Piano, quando estou triste;
Guitarra, quando estou alegre; Harpa, quando estou tranquilo;
Tambores, quando preciso; Violão, quando me apaixono;
Flauta transversal ou Ocarina, quando me diverte; Rabeca pra descansar.  
E aquela Voz suave que sempre consegue me fazer fechar os olhos e delirar,
Quando estou no ápice do prazer. Gemidos no ouvido...

Não passo mais de duas semanas sem pegar a Dança pra dançar!
É Dança Celta pra se conhecer, Medieval pra se encontrar, Cigana pra me encantar...  
É Balé Clássico pra assumir, Break pra impressionar, Jazz pra cativar... 
É Rock pra descontrair, Valsa pra conquistar, Street pra me agitar... 
É Country pra aquecer, Frevo pra alucinar, Salsa pra rebolar e Forró pra completar...
É Tango pra me seduzir, Lambada pra me abalar, Gafiera pra assegurar...
Dança do Ventre pra se mostrar, Pole Dance pra se despir e Improviso pra acabar!
Às vezes, até Funk ela me faz dançar!

A Pintura é caso antigo, primeiro amor inesquecível, impossível é não relembrar!
Linhas sensuais no sorriso e no olhar, pinceladas suaves de carinho nas mãos,
Muitos ângulos pra se admirar e múltiplas perspectivas pra me ensinar
Como se faz para capturar e gravar a melhor imagem da felicidade me emocionando,
A cada painel colorido com a dedicação de quem não quer nada mais que colorir a vida!
E, a cada afresco, vai me mostrando técnicas de como embelezar a chuva,
Desenhar o sol a Carvão, usar Nanquim em neblina, Guache em passarela,
Acrílica em folha seca, Maquiagem pra tapar as verrugas da lua, Aquarela em fogueira
E, depois de tanto encanto, ainda lhe sobra o batom dos lábios para corar meu corpo!

Ultimamente, ando querendo modelar a cintura de uma bela Escultura
Dar-lhe seios fartos, quadris largos, lábios grossos e cabelos soltos, espalhados no ar,
Mas eu quero alguma matéria quente e úmida que barro, madeiras e pedras não me dão.
Artes Plásticas e flexíveis, uma dessas modernices que andam fazendo por aí...
Borracha? Acho que Borracha não me contentaria, não...
Acho que me afeiçoaria muito mais ao Papel Marchê ou às Fibras de Metais Elétricos..
Enquanto não acho a matéria-prima certa pra esculpir delicadezas de mulher,
Sempre paro pra admirar os flashes faiscantes nos olhos da Fotografia!
Ah! Minha cobiçada menina, fotografe-me onde quiseres, onde eu menos espero,
Faça montagens românticas só pra me marcar em redes sociais, me tenha no caderno!



Tenho até uma amante oficial, a Interpretação.
E como essa sabe quem sou eu!
Me conhece de dentro pra fora, de fora pra dentro, virado do avesso, pouco importa!
Cria corpos que me despertem, cria mentes que me interessem, ilumina os holofotes
Escolhe sempre os melhores figurinos, pensa sempre nos cenários mais incríveis,
Faz cenas, ceras, coceiras, inventa mil situações só pra complicar, me deixar sem saída!
E deixar mais intensa a hora certa de contracenar comigo aquele amor gostoso
Sobre o palco de tesão que sustenta todo o espetáculo de se reinventar
Só pra tê-la nos braços por alguns momentos!

Tenho, sim, meus casos e isso não é segredo pra ninguém,
Mas é a Poesia chamar, com suas metáforas sedutoras,
Suas entrelinhas maravilhosas e suas atraentes antíteses
Suas mil formas inesperadas de me fazer sentir que tudo faz sentido,
Que nada, por mais que pareça deslocado, pode ser considerado errado,
E eu volto totalmente a atenção e o deslumbramento para ela!
E ela me recompensa, pois bem sabe que sou dela e que nunca fugirei deste matrimônio!
Ela sabe, com certeza ela sabe, que, se mantenho laços estreitos com outras artes
E se desejo conhecer mais além, é por devoção, por amor!
É só pra saber ouvir cada vez mais as palavras que ela me traz
E saber corresponder cada vez mais todo o bem que ela me faz  
Pra poder me encantar cada vez mais quando ela vier me mostrar a paz!
    
Elas, todas artes que me enamoram,
Elas até que se dão bem, nunca brigam,
Não fazem escândalo, não me disputam...
São até amigas, confidentes, irmãs.
Por que as mulheres não são como as artes!?   

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Exercício de Teatro que transformei em Conto

Boa Madrugada, gente!
Para contextualizar. Faço Curso de Teatro com Almir Rosa, tenho aprendido muito com ele. Na última aula, ele dirigiu micro-cenas baseadas em situações fictícias e pediu para que os alunos continuassem somente e especificamente as suas personagens como eles agiriam após a cena, para isso não poderíamos nos apegar a escrever qualquer expressão da personagem com quem contracenamos. Mesmo tendo prática na área prosaica, meus contos sempre procuram relatar ao máximo todas a expressões de todos os personagens para que o entendimento seja apurado em todas as dimensões. Ação e reação são constantes nos meus trabalhos prosaicos. Pra ser sincero, nunca tinha penando em deixar uma parte escondida e tentar mostrá-la à partir da reação. Decidi encarar como um novo desafio. O resultado está neste pequeno conto, posto também o perfil que o professor deu para a minha personagem. Comentem. Abraços!
Ed


Perfil: um homem de alta classe social, por volta de 35 anos, dono de uma grande empresa, casado, sem filhos.   

Despedida

Ângelo chega animado em sua casa e vai ao encontro de sua mulher, abraçando-a com ímpeto, mas carinhosamente. Ele se afasta um pouco, cruza as pernas em sua cadeira de rodas e comunica em tom claramente eufórico, olhando no rosto de sua esposa: “A grana da viagem saiu, podemos ir amanhã mesmo!”. Fica sem palavras ao ouvir a resposta de sua esposa e, apenas depois de algum tempo olhando para chão, volta o olhar para ela e indaga num tom descrente e visivelmente alterado: “Mas... é a viagem que você sempre quis fazer...!”. Diante da resposta, Ângelo vira a cadeira de lado para a esposa, como se estivessem sentados num sofá, e seus gestos e postura indicam tanto desnorteio e tristeza, quanto certo distanciamento. Ele não chora nem ri, apenas, olha vagamente para as coisas. Sem reação imediata, ele procura não olhar para a esposa, tentando se orientar em alguma coisa mental, algo só dele. Finalmente, Ângelo gira as rodas de sua cadeira, com certa fraqueza, lentidão, mas sem se demonstrar abalado, até um piano, abre a tampa das teclas, respira fundo, dedilha bruscamente um glissando e algumas notas de uma música. Para, também bruscamente, abaixa as mãos até as coxas, lentamente, e fala, numa voz baixa, olhando para as teclas do piano: “Tudo bem, eu assino. Já está tarde, dorme aqui... amanhã a gente vê o que faz.” Volta a tocar a música de onde parou. Não dirige mais o olhar nem a palavra à esposa. Só se retira do piano para dormir. Dorme na sala, tirando o casaco e usando-o como cobertor.

No dia seguinte, Ângelo acorda e, com movimentos lentos, olha o relógio, se espreguiça, veste o casaco, vai até o piano, pega um porta-retrato, admira a foto por algum tempo, deixa o porta-retrato virado pra baixo. Pensa por algum tempo, olha redor de si como se estranhasse o local, mas com um ar de saudade. Ângelo, então, pega um bloquinho-de-notas e uma caneta em cima do teclado, escreve um recado, descarta a folhinha do bloco, amassa, joga ao chão, suspirando e balançando negativamente a cabeça, e torna a escrever. Descarta essa folhinha, deixa o bloquinho e a caneta em cima do piano. Torna a pegar o porta-retrato, prende a folha junto à foto, deixa o porta-retrato em pé sobre o piano. Toca a mesma música. Vai até a mesa do telefone e liga para alguém, dizendo: “Remarque todas as reuniões deste mês para conferência de vídeo e me encontre em Paris semana que vem. Tout ira bien, Tout ira bien!” Ângelo pega seu passaporte e seu cartão de crédito, guarda no bolso do casaco e sai, rodando lentamente sua cadeira de rodas, com um leve sorriso de agradecimento. 

Edgar Izarelli de Oliveira
      

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Outro exercício (em que o próprio professor falhou) da Oficina

Boa tarde, gente!
Uma introdução: A poesia postada foi esctrita durante a aula de ontem, quando sugeri um exercício de simplicidade. Meus alunos se deram bem; quanto a mim, bem, creio que a simplicidade  já se tornou um grande desafio. Minha poética se desenvolveu por um caminho onde a superposição de várias imagens complexas e, às vezes. nem tão poéticas é o que cria a beleza e o sentido da poesia, em oposição a simplicidade, que distribui vários sentidos de uma única imagem. Acho lindo quem consegue  ser simples, até por que, na essência da minha poética, a simplicidade era mesmo o mais bonito. Bom, meu estilo se desenvolveu assim para poesias maiores ( MAIORES QUE SEIS VERSOS QUE NÃO SIGAM UMA LINHA HAIKAISTA, embora, nos últimos tempos, tenho podido simplificar um pouco, redzindo a extensão da poesia), o mais simples que consigo fazer é algo por volta disso,  


O Abraço das Crianças
                                               Edgar Izarelli de Oliveira


Crianças correm pelo parque.
Nada é mais poético...
Vozes infantis falando vocábulos em sentenças desconexas
Me parecem uma grande orquestra tocando a melodia da poesia.
Vocábulos? Sentenças? Desconexas? Orquestra? Melodia?
Ai, ai... Esta minha tendência a complicar as coisas
Às vezes me faz até considerar hipóteses que mostram gráficos
De uma relação inversamente proporcional entre desenvolvimento e simplicidade.
Entre a sabedoria e a inocência. Entre a beleza e a despretensão.  
E aí, acabo achando que tudo já foi dito e que nada mais é poético…
Mas ao ouvir as vozes das crianças falando palavras...
Palavras... Apenas... Apenas... Apenas... Livres... Apenas brincando...
Tenho a impressão de que a inocência, sim, é sábia.
Despretensão, sim, é bela. A simplicidade, sim, é evolução.
E quando uma criança abraça um estranho como eu,
Um adulto estranho cheio de minhocas na cabeça e pedras no coração,
Posso até não achar palavras simples pra dizer: “obrigado!”
E posso me esconder atrás de um sorriso sincero,
Mas me lembro que a poesia é um gesto simples de carinho...
Nada a mais é poético!
   

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bom dia VIII

Bom dia!

Desejo que hoje quebres o ciclo dos acontecimentos e pensamentos que te conduzem a uma zona depressiva, introduzindo um simples sorriso, um recado de alegria, um pouco de esperança na face de quem gostas, para que a vontade de retribuir possa se espalhar como luz nos espelhos do olhar.

Afinal, é introduzindo uma mudança que mudamos todo o ciclo e são as pequenas mudanças feitas por nós que podem trazer grandes surpresas para nós!

E é assim, retribuindo a alegria que me causas com tua presença em meu coração, que eu quero espalhar um riso aberto que mude teu dia para alguma variante mais feliz!

Edgar Izarelli de Oliveira

domingo, 16 de setembro de 2012

Oficina "Sentido Literário"


Bom, estamos em Setembro, praticamente, meio curso ja transcorrido mas ainda temos vagas então refaço o convite. Venham fazer uma aula pra conhecer o trabalho. Procuramos desenvolver um trabalho visando o estilo próprio de cada um. Nada forçado. Quanto a idade, colocamos no folheto de 15 a 20 por que era a idade preferencial, mas atendemos de 15 a 29 anos.

sábado, 15 de setembro de 2012

Sentimentos de um dia...

O Oitavo Espectro da Saudade

Edgar Izarelli de Oliveira


Passar o dia desanimado não me seria tanto problema

Se, ao menos, eu conseguisse converter o tédio em ócio criativo,

Mas a saudade domina meus pensamentos até que eu canse da luta

E comece a lembrar de datas, dos horários, dos tons de voz, dos abraços, dos sonhos...

Na verdade, já faz algum tempo que sinto se aproximar de mim,

Pacificamente e sem me deixar saídas plausíveis ou reações cabíveis,

Essa sensação estranha que força um elo a mais para correntes, já separadas,

De coisas abstratas que ainda parecem fantasmas tomando formas vagamente visíveis

Só pra que eu não esqueça que o oitavo ciclo do inferno é o paraíso mais perfeito.

No começo, eu achei que era algo passageiro que, depois, foi parecendo desespero,

Mas hoje eu sei que é saudade pura, daquela que pulsa nas veias, nos músculos, nervos.

E quem diria que, depois de tanto tempo, me faria tanta falta esperar por alguém?

Quem diria que eu passaria horas criando pretextos inexistentes pra combater o medo

De telefonar só pra ouvir a voz da pessoa amada, como se isso fosse crime inafiançável?

Quem diria que o querer por querer um dia não bastaria pra pessoas que se gostam...

E seria preciso querer precisar pra poder reatar as linhas da comunicação possível?

E quem diria que eu repetiria, algum dia, a mesma pergunta sorrateira:

Só por que a relação acabou o amor, agora, é carta rasgada que ninguém nunca lerá?

É tão proibido assim mostrar afetividades sinceras a quem não nos integra mais?

Sei lá, mas essa saudade me induz a querer precisar querer estar por perto...

Só pra descobrir que o oitavo espectro da saudade é a própria saudade.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Para explicar uma coisa básica, só uma poesia me serve

A Matéria-prima


Engana-se quem acha que a poesia é feita de palavras.

Palavras são pregos, pinceladas, toques, canais, coisas fortes e banais.

Palavras são os instrumentos, não a música.

Palavras são os atores, não a cena.

Palavras são os tijolos, não a casa.

Palavras são os passos, não a dança.

Palavras são os atos, não a filosofia.

Palavras são os sentimentos, não a sensação.

Palavras são as armas, não a guerra.

Palavras são esculturas numa base de papel, não a matéria-prima.


A poesia pode ser feita de areia, de barro, de plástico, de cerâmica,

De argila, de madeira, de mármore, de metal, de vidro, de gelo...

Poesia pode ser feita de material reciclado, de lixo, de restos, de sobras, de faltas.

Poesia pode ser feita de ar, de fogo, de raios solares, de neblina, do luar...

A água é sempre boa matéria, maleável e inconstante, mas sempre presente,

Pode nos dar lágrimas, poças, poços, lagos, o movimento dos rios e as ondas do mar.

Poesia pode ser feita de amor, de prazer, de tristeza, de alegria, de raiva, de pensamento.

Poesia pode ser feita de pólvora negra.

Há poesias feitas de penas.


Poesia pode ser feita de pessoas, de lugares, de situações, de vidas, de mortes, de sortes...

Poesia pode ser feita de cores, flores, fotos, de fatos, de contos, de muros, de murros,

De telefonemas, de cheiros, de olhares, de sorrisos, de cabelos brancos, pontes, pontos,

Folhas, carrosséis, medos, lutas, conquistas, cidades, doenças, campos, solidão, fé...

Há até poesias feitas de poesias. Poesias feitas de nada, de silêncio, de possibilidades.


A poesia pode ser feita de qualquer coisa, mas sempre acaba por ser a mesma coisa...

A lápide de cristais lapidados a lápis ligada por uma linha lilás à leveza das estrelas,

Onde repousa o peso das palavras que encontram olhos numa correnteza de sentidos!


Edgar Izarelli de Oliveira

domingo, 9 de setembro de 2012

Haikai Inspirado En Mi Amor

" Quem é Deusa
Ilumina pela fé,
Não por milagres!"


Edgar Izarelli de Oliveira

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Acabei de escrever

A Protagonista da Nova Novela da Nove

"Assistirei ansiosamente paciente a cada um dos malditos comerciais
Que passam diante da minha vida e dirigem a mim grotescas mensagens subliminares,
Querendo que eu compre dúvidas e consuma realidades errantes;
Só para não perder nenhum pedacinho da nova novela das nove
Pois quero ser o primeiro a reconhecer que é para mim a voz protagonista,
As curvas da f
ace ao sorrir, o aspecto brilhante dos cabelos soltos, o jeito carismático de andar,
E os olhares cativantes da personagem central da minha trama,
Para, enfim, saber de quem, afinal, é o corpo flexível e erótico,
Que atua indiscretamente como recipiente desta coisa tão bela e sensual
Que é a alma de uma mulher repleta de sinais amorosos que meu abraço tanto buscou!"

Edgar Izarelli de Oliveira

Três em um ou um em três?

Tres Haikais

"Botão recluso…
Pétala silenciosa
É bela chave!

Botão recluso,
Conserva tua beleza
Pra um dia de sol!

Beijo do tempo
Deixa expostas as flores
No campo do amor!"

Edgar Izarelli de Oliveira

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Tentativa de Poesia Quântica?

Onde está minha Paz?


Sinto saudades de certas pessoas em certos alinhamentos mundanos...

Pessimismos em cadeia irrompem na luz que sustenta a órbita de meus olhos.

Carências dominando planetas inteiros iluminados por auroras noturnas de deslumbramento...

Me perdi nos meus relatórios sentimentais e o equinócio já está por um fio de Inverno...

Mas, na verdade, eu preciso é de espaço para bagunçar o coração...

Em que gaveta deste universo será que encontrarei minha carta de Paz,

Se um buraco negro duvidoso atirou minha chance de ver o eclipse solar durante o trânsito de Vênus

Numa antiga fenda aberta entre duas realidades tão próximas e tão opostas,

Como esta ferida que custa a cicatrizar, noutra dimensão neutra que eu desconheço?

Edgar izarelli de Oliveira

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Lições de Casa

Bom dia, gente!
Na oficina "Sentido Literário", estou trabalhando as antíteses com meus alunos e terça-feira passei uma lição de casa: escrever uma poesia com antíteses. Mas achei um exercício interessante pra mim mesmo e, por gosto de crer que posso sempre evoluir, acabei fazendo uma poesia rica nessa figura de linguagem. Bom, na verdade, antíteses tem se tornado minha especialidade ao longo dos anos... Não sei dizer exatamente por quê, mas, dentro do meu estilo atual (2011 para cá), as figuras de choque, tanto antíteses como paradoxos, ganharam mais espaço do que figuras de construção, como as metáforas, por exemplo. Desenvolvo isso a ponto de precisar cada vez mais dos advérbios, sobretudo os advérbios de modo, por que substantivos e adjetivos opostos ja não me contentam mais! Bom, a inspração pra essa poesia que posto abaixo saiu de uma conversa muito estimulante, artisticamente falando, que tive ontem. Espero que gostem! Comentem.
PS: Devo um texto sobre a bienal do livro, mas as fotos já estão na GALERIA.

A Calma das Antíteses

Edgar Izarelli de Oliveira


Nas últimas semanas, estou assustadoramente calmo

E, lentamente, sob a luz de um método apurado,

Isso tem me desesperado por medo de perder a coragem de escrever...


Por que, depois de assistir meu rosto ficar sério;

Meu pensamento se concentrar até enriquecer, ganhar peso e valor;

As partes opostas das contradições deixando o embate pra mais tarde,

Se ignorando e virando certezas lucidamente desacreditadas, quase loucas,

Enquanto meus olhos se distraiam, cada vez mais levianamente errantes,

Nas emoções pobres, roucas e rotas de um horizonte indesejado,

Percebo que os afetos do mundo estão me causando muitos desencantos...

E, agora, penso que é ausência de conflitos é que tumultua as relações,

Já que nem todo silêncio é aceitação e nem toda tranquilidade é bem-estar.


Mas é uma gota de felicidade tocar minha alma numa conversa qualquer

Que a inspiração dissolve as linhas inexistentes entre a lágrima e o sorriso

E, neste instante, me reconcilio com o choque esperadamente inesperado da poesia,

Por que sinto a antítese se afirmar dentro de mim como se fosse meu paraíso...


E daí concluo, com a sabedoria comum a uma população estranha de descobertas:

A esperança já não é mais a última que morre e, na verdade, ela se suicida rapidamente, Entretanto, ainda é a primeira que se renova na calmaria vibrante de uma boa conversa!

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Abraços,
Ed

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Cota social nas Universidades PÚBLICAS é um direito?

Cota social é um direito...

Errado! Não precisaríamos de cotas sociais nas faculdades PÚBLICAS se sua "excelência" de ensino fosse aplicada desde a base escolar em rede pública até a faculdade. O Governo está contentando o povo com migalhas, como faz desde a Roma antiga! Na verdade, o governo não tem que fornecer cotas para pobre estudar na faculdade pública, a constituição brasileira não diz isso. O Governo é obrigado a fornecer educação acessível a todos, mas, infelizmente, não especifica a qualidade da educação (como não especifica em nenhuma das outras áreas chamadas de "básicas").

Quero dizer, O Governo, teoricamente, teria que fornecer educação capaz e formar mentes pensantes que possam competir igualmente com todos. Mas o que acontece de verdade é que a escola pública é feita com a intenção de 1º cumprir com a constituição. 2º formar massa trabalhadora e de manobra. As Faculdades interessam ao Governo por causa das pesquisas, mesmo assim, só em certas áreas que pouco podem desafiar a autoridade política, e quase nada para artes ou desenvolvimento intelectual.

No campus central da USP, por exemplo, a Faculdade de Economia e Administração é riquíssima, perto dali tem a de letras que é a mais pobre. Interessante como o governo não quer que a gente seja capaz de ler e interpretar, já que corta justo quem pode ensinar a ler e escrever, mas quer que saibamos fazer dinheiro e fazer contas, não é? Por isso estão contratando professores que não sabem dar aula e fazendo todo mundo seguir aquela cartilha aqui no Estado de São Paulo. Formação de massas revestida com cascas estatísticas dizendo que a educação melhorou, e aceitamos! Lógico, esta melhorando: Dão "Chapeuzinho Vermelho" para oitava série ler e perguntam no SARESP “qual a cor do chapéu?” E ainda tem gente que diz que é AZUL. Isto quando perguntam sobre os livros que deram.

Não sou totalmente contra as cotas sociais por que, infelizmente, é o recurso que temos hoje para tentar melhorar a vida, mas não que isso faça alguma diferença para a educação no país. Se quisermos mesmo mudar a educação, não devemos começar com a entrada da faculdade discutindo cotas que sustentam um sistema falho de fazer as pessoas sonharem com futuro.

DEVEMOS PROTESTAR contra a precariedade salarial dos professores, contra o sistema de aulas que vai mortificando as capacidades de raciocínio, interpretação e criação dos alunos ao invés de estimulá-las! Não podemos esperar que essa mudança venha de cima pra baixo! “Vem, vamos embora que esperar não saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” (Geraldo Vandré)

Edgar Izarelli de Oliveira