EdLua.Artes

EdLua.Artes
Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

sábado, 4 de agosto de 2012

Um Pouco da Minha Filosofia de Vida

É realmente explêndido conhecer alguem através de sua arte...Pois isso implica conhecer o coração de uma pessoa diretamente, sem intermediações!! Por isso, sempre tento me manter em constante lealdade com minha poesia, para que meus versos sempre transmitam mais do que somente palavras, transmitam sentimentos que possam transmutar o mundo ao meu redor!

Uma poesia para Elisa Dias (a cantora do video abaixo)

http://www.youtube.com/watch?v=1GmlxrL_kfQ&feature=player_embedded

Sua voz é minha voz sensivel e feminina de calma e inspiração nos dias sem beleza e cheios de excessos e carências... Essa voz, esse canto, esse timbre agudo que arrepia as notas graves das minhas existências e desistências é sempre tudo que eu preciso ouvir pra recobrar a consciência de que estou aqui por vivências que derrubem a minha resistência e façam aflorar toda a beleza de minha essência!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Mais uma dissertação que nasceu do Facebook.....

Boa noite, pessoas...
Rodando pelo Face, encontrei este texto no mural de uma amiga:
“Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido amniótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o clímax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela.

Eu escolho
um homem
que não duvide
de minha coragem
que não
me acredite
inocente
que tenha
a coragem
de me tratar como
uma mulher.”

(Anaïs Nin)

Achei-o revelador em muitos aspectos, porém quem me conhece sabe, ou deveria saber, que nenhuma idéia que me fascine passa sem uma análise e uma réplica. O fascínio aumenta mil vezes depois de confrontada com minha maneira de ver o mundo... Coisas de autor, nem sempre tem sentido... Enfim, escrevi este texto de resposta:

Continuo sem entender por que vocês, mulheres insistem, de maneira acentuadamente contraproducente, a afirmar que nós, homens, não entendemos vocês. Parece que somos robôs sem coração deste jeito.

Bom, sei que não posso generalizar; mas posso dizer por mim, que sou homem, que HOMENS também carregam uma solidão imensa, pelo menos eu, não só na área sexual, mas, sobretudo na área afetiva/emocional.

Mulheres têm o dom maravilhoso de surpreender, de quebrarem a lógica causal e liquidificarem as emoções que nós tanto cristalizamos. Mas, para isso ocorrer de maneira sadia, prazerosa e intensa, é preciso que haja bem mais do que sexo; é preciso, também para homens, que haja uma ligação inexplicável que, mais do que simplesmente alimentar, possa extrair de cada homem a melhor parte ou, em alguns casos, a parte mais íntegra e verdadeira que se esconde, na maioria das vezes, por medo e/ou incompreensão.

É de suma e essencial importância, para nós homens, a presença de uma mulher que saiba nos dar a mão, pois, sem isso, ficamos vazios também e o nosso vazio não é somente falta de alimento, não é fome, não é anemia, não é qualquer mulher que satisfaz... Nosso vazio, pelo menos o meu, não tem muito haver com sexo, o ato, o gozo, o prazer, é falta de motivo, de algo em que possa investir todo dia mais de mim, algo que abra caminhos para que eu possa me encontrar, mas que esteja sempre me dando a segurança de um abraço ou palavra amiga, até de uma bronca pra buscar o melhor de mim... E isso não é egoísmo, uma vez que, de acordo com o ponto de vista defendido no texto acima, o homem só precisa alimentar-se, o egoísmo seria possuir um arem sem cuidar bem (com carinho e atenção) de nenhuma das “providências alimentícias”; não é egoísmo, ao contrário, é a prova de quão importante para nós, ou pra mim, desejar e poder (ter a habilidade e, acima de tudo, a chance) fazer UMA mulher integralmente feliz. Sim, uma única! NÃO QULAQUER UMA, mas, sim. aquela que me dá essa vontade louca de me superar a cada hora, a cada instante, a cada gesto! O que também não significa de forma nenhuma (E QUERO DEXAR ISTO MUITO CLARO) que essa mulher deva ser perfeita em tudo, embora, pela tônica desse meu texto, possa até parecer. Quero uma mulher que cresça, que se desenvolva, que se busque cada vez mais dentro da relação comigo. A perfeição seria a pior coisa pra um relacionamento, pois seria chato demais ficar com uma pessoa fechada que já não tem pra onde se desdobrar. Entretanto a perfeição vista enquanto abertura à evolução e a capacidade de abrir possibilidades e quebrar coisas estabelecidas seja muito bem apreciada, por mim. São raras as mulheres que tem essa coisa inominada e indescritível que instiga todos sentidos e me faz amar verdadeiramente. Assim como eu existem vários homens que buscam isso numa mulher, e, também como eu, raros são os que acham uma companheira que escolha ficar com este tipo de homem, por um tempo realmente considerável, e não com algum cafajeste que só quer sexo e, por isso, acaba maltratando tanto mulheres que nunca mereceriam ser machucada.

terça-feira, 17 de julho de 2012

HA, ela voltou!!! Eu sabia que ela não resistiria muito tempo sem mim! Minha amada Poesia!


Felicidade Estranha
(inexplicabilidade mal-quista, exploração da poesia, novidade)

Edgar Izarelli de Oliveira


Hoje, acordei estranhamente feliz...
E, ao contrário do que pode parecer, esta felicidade desmotivada não é bem-vinda.
É, apenas, resultado de uma anomalia desumana e imprudentemente nada intrigante,
Chegando a ser quase que desnecessária e temida como se fosse tumor na pituitária.
Inexplicavelmente fora do que eu costumo considerar instintivamente bom,
Embora esteja dentro do ciclo de coisas que ferem os padrões do mundo regular...
É um paradoxo justificado pela falta de justificativa que há
No que há de bom em ser feliz sem ter razão.

O que possui justificativa é plausível de análise, é palpável ao tato, tem sentido.
O Inexplicável, entretanto, rejeita aproximação e serve pra ser apenas contemplado...
E isso me irrita! Não por que não tenha mais a habilidade de contemplar em silêncio;
Apenas não gosto mais de platonismos nem quero mais frustrações românticas...
Minha idade de admirar pensamentos sem palavras e palavras sem atitude acabou,
Assim como também acabou minha busca por espectros vagos de luzes inconstantes!

E já faz algum tempo que se faz persistentemente presente em minha mente e coração
A ânsia que me faz querer tocar, acariciar, apertar, girar em mil posições diferentes,
Penetrar, pentelhar e despentear tudo o que acontece ao meu redor ou dentro de mim
Até extrair o prazer liquefeito em suor e risos; o prazer quase sexual e mais humano:
Escrever uma poesia que se sinta bem em escorrer pela pele arrepiada da realidade,
Abrindo a porosidade que há entre as artes e as ciências até que as duas se confundam
Dentro do centro ovular do sentimento expansivo que ainda não determinei qual é.

É... Esta felicidade inconsequente não é muito bem-vinda aos meus olhos tristes,
Mas isso é o que me permite usurpá-la e corromper toda a pureza desse dia,
Queimando tudo o que puder queimar pra tentar reacender a minúscula chama de vida
E trabalhar humanamente o que há de mais humano dentro de mim e ao meu lado:

A poesia que me permite explorar seu corpo e contemplar sua essência
Até que eu comprove, por pura exclusão arbitrária de possibilidades,
Que esta felicidade inexplicada é só a minha própria existência
Apontado, com um canto delicado, a chegada de uma tênue novidade
Que, sutilmente acompanhada de um brilho típico de mulher apaixonada,
Vem me trazer de novo a respiração confortavelmente lenta e constante da madrugada
E de tudo o que sobrou de artisticamente aceitável em minhas mínimas imanências!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Como minha poesia mudou!!

A poesia a seguir é do final de 2009 ou início de 2010. Pertence ao estilo lírico-romântico da época, em que, aliás, minha poesia só se desdobrava por essa vertente básica. Digo básica porque, não adianta renegar as origens, o romântismo sempre foi a base da minha poesia, embora eu twnha várioa estilos dentro dessa linha e tenha me indentificado muito mais com os estilos criados a partir do meio do ano de 2011, pois, me permitem enveredar por todos os caminhos e linhas da poesia intimista, não só a este romantismo. Bom, quem conhece meu trabalho certamente notará, se observar com cuidado, uma grande diferença em se tratando de forma (comprimento dos versos, disvisão de estrofes, jogo gramatical de palavras), muito embora os estilos sejam parecidas em alguns aspectos, como, por exemplo, no trato da sonoridade. Entretanto, creio que a grande mudança está na maneira de experienciar sentimentos e expressar o que sentia. Hoje vocês perceberão que antes eu gritava muito minhas emoções sem antes trabalhá-las ou mesmo concentrá-las, como faço atualmente nas poesias reflexivas. Caso alguém se pergunte, a poesia que será postada não tem relação nenhuma com meu emocional.

Ursinho de pelúcia


Edgar Izarelli de Oliveira



É! Meias palavras não dizem nada,

Apenas sugerem infinitivos...

É! As meias cenas não mostram

Meus gestos mais incisivos!




Minhas letras distorcidas são a prova do amor que há em mim...

E meus soluços convulsos já tão confusos apenas tentam dizer

O que palavras inteiras, em frases bem costuradas, cozidas, construídas,

Convictas do conserto invicto, falharam ao expressar!

Esse concerto descompassado conjura comigo um conciso sim,

Ponho fé, confiança, combino invocações inconscientes nesse sim!

Congelo antigas magoas insistentes, tristezas de pedra bruta, consistentes,

Evoco tímidas palavras confortáveis, conciliáveis, maleáveis, inconseqüentes,

Conglomeradas, espalhadas, espelhadas, tentando dar espaço à felicidade!




É! Minhas emoções são mesmo incompreensíveis, incômodas e mordazes,

Meus desejos de compartilhar contigo sensações mais fortes me são negados

A cada correspondência incorrespondida que o carteiro traz de volta,

Com os dizeres: “destinatário não encontrado”

E a cada chamada que cai na secretária eletrônica...




E apesar de passar as noites guardando teu sono,

E apesar de estar espremido entre seus braços,

E apesar de te conhecer como ninguém,

Sou só um ursinho de pelúcia

E todo o amor que destino a ti

Não pode passar de um abraço amigo

Não vai além de uma palavra de consolo

Não é mais que um sorriso e um olhar carinhoso

Numa noite triste, escura e fria...




Sou apenas um ursinho de pelúcia,

Eterno amigo das mulheres,

Não tenho o direito de ser amado como homem...

E passo os dias mais felizes da tua vida,

Momentos que gostaria de viver contigo,

Numa estante alta, jogado às traças!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uns Versos Clássicos Recém-Criados.....

Um Soneto Tripé Para Outra Separação

(toda história de amor acaba com as mesmas poesias)

Edgar Izarelli de Oliveira


E, de repente, me parece que toda história de amor acaba exatamente da mesma forma.

Tantos poetas já descreveram e quantos estão fadados cometer o mesmo erro

Que eu agora cometo enquanto tento humanamente diferenciar de outra já exposta

A mesma sombra pesada que retorna, desde o pressentimento até o enterro...


E, mais além, vai perdurando durante os longos dias, a mesma busca por respostas

Que se negam a aparecer diante do presente que se despede em desespero...

E sempre ficam latejando uma esperança desacreditada de conquistar a reforma,

Mas, depois de rastejantes noites insones, acaba que nem o grito ameniza o destempero!


E eu, com um tranco, escancaro a porta encostada da cripta secreta que me protege,

Com a sabedoria adquirida através de outros romances, como este, agora imperfeito,

Da dor que sempre aflige fundo a alma, após a mudança de escolha, que elege


Um outro corpo, uma outra voz, uma outra maneira de ser mais vivo e completo

O coração que esquece dos sonhos e planos que semeou em outros campos hereges...

E ali me escondo no casulo da madrugada poética à qual, sem querer, me entrego.


Não, não mais me surpreende que o amor e a alegria possam se mostrar de tantos jeitos,

Mas ainda me assombra que as poesias tristes sempre guardam seus sentidos abertos

A qualquer um que precise fugir de tudo que a potência de amar sempre, a nós, rege!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Texto que nasceu no Facebook

Boa noite, galera!


Situação para contextualizar: Estou divulgando meu trabalho no facebook a procura de patrocínio para meu novo trabalho, “Enigma”, e tenho conhecido muita gente que simpatiza com minha forma de escrever e eu agradeço a todos, mas sempre tem alguns que não gostam... Normal... Sei que hoje um cara mostrou o dedo para uma conversa inteligente a cerca do meu trabalho. Não sei se realmente foi pelo trabalho ou se foi por causa da minha deficiência física, mas quem me conhece sabe que não uso minha condição pra tirar proveito de nada. Enfim, um dos meus novos amigos acabou solicitando a exclusão do perfil deste outro... Compreensível, mas... Como resposta à situação, escrevi um texto que corrigi e estou postando aqui. Boa leitura!


Hoje em dia são raras as pessoas (como os leitores deste blog) que apreciam expressões mais complexas dentro dos diversos segmentos de arte e, sobretudo, dentro da escrita. A grande maioria do povo brasileiro se acostumou à poesia "erótica" e sem profundidade das músicas que apelam para a sexualidade nua e crua.

Isso, infelizmente, já pode ser considerado histórico, já que começou com a explosão do "É o Tchan" na década 90, que veio num momento histórico de "euforia”, afinal, tínhamos acabado de "derrotar" a DITADURA e ainda estávamos em pleno gozo do período de liberação sexual de 70 e 80. Porém, sexo também é droga (do ponto de vista de que é uma atividade viciante e alucinante); e acabamos (como povo) perdendo o controle e caindo nas mãos de uma DITADURA SEXUAL que veio, de novo, dos EUA, através de clipes e mais clipes de "POP MUSIC" e, posteriormente, admitiu nosso famoso “pancadão” carioca e agora esse tal de MICHEL TELÓ entre OUTROS que nem sei os nomes. E, com tudo isso, se perdeu um pouco a poesia de Cazuza, Chico Buarque, Renato Russo (que eu faço questão de recitar em todo sarau que vou!).

Entretanto, mesmo que isso não contente a muitos dos mais estudados e mais sensíveis ao universo realmente artístico, como nós, devemos entender que isso é um claro retrato da nossa sociedade atual e, principalmente, da nossa cultura atual... Vamos tentar respeitar e transformar na medida do que nos for possível, mas sem repreender a expressão dessas variadas culturas. Se não for assim, estaremos fazendo o que eles fazem, ou pior... Eles criticam, acham ruim, mas não pedem a exclusão... Isso é uma atitude, na minha opinião, desnecessária e arrogante, que deve ser evitada ao máximo.

Você não é obrigado a conviver, intimamente falando, com quem você não gosta, mas vamos evitar guerras atoa; ate por que a sexualidade e a impulsividade agressiva também fazem parte de nós, e ainda bem que fazem, não concorda? Do contrário, ficaríamos sem ação diante da vida, mas devo concordar que toda essa força deve ser bem direcionada; e isso não lá muito fácil de se conseguir ! Bom, após toda essa dissertação, que tal uma boa música??

http://www.youtube.com/watch?v=GSX2cKEAk0Q

sábado, 16 de junho de 2012

A procura de patrocinio...

Estou buscando patrocínio de R$ 10.000 para publicar mil exemplares em formato 22X27,5 cm, de meu novo livro!

“Enigma”, o novo trabalho que pretendo lançar ainda este ano, contém 61 poesias com formas muito variadas. A obra mescla quase todas as fases da minha poética, mas, em especial, a parte mais “intimista” e “conflituosa” de 2009, que foi suprimida de “Infinitivos: Onde tudo é possível” por alteração de objetivo neste último; e, também, parte da produção mais “secreta” do segundo semestre de 2010. À primeira vista, a idéia do livro pode parecer semelhante à escola parnasiana, pois, se trata da poesia falando sobre a poesia, porém, um estudo mais avançado revela o diferencial, brilhante ressaltado no prefácio de meu grande amigo, Juca Fernandes. É um ponto de vista que se estende além da arte pela arte e mostra intimamente a relação entre poeta/poesia e o prazer contraditório obtido através do fazer poético. Grande maioria de poesias inéditas.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos Namorados....

Língua dos Amantes

Edgar Izarelli de Oliveira


Desculpa a ausência de palavras belas e mimosas

Que o romantismo geralmente impõe aos poetas da madrugada;

Desculpa a ausência dos jogos de sentido tradicionais; das rimas;

Dos versos devidamente metrificados de acordo com as regras

Dos sonetos clássicos que registravam as antigas paixões...

Desculpa se, até mesmo, falta um pouco mais de poesia neste texto,

Mas, depois de pensar durante alguns dias, acabei concluindo:

Nosso amor nunca caberá em nenhum vocábulo

De nenhum vocabulário.

Mesmo que eu percorresse o dicionário de todos os dialetos

Vivos, mortos, marginais, marginalizados, esquizofrênicos, bissexuais, platônicos,

Assexuados, puristas e inventados em qualquer língua falada, escrita, sagrada...

Neologismos futurísticos que eu mesmo possa vir a criar seriam só protesto,

Mas, não seriam amor!

Sim, ate podia cogitar uma metáfora e usar a liberdade poética

Pra tentar traduzir e transmitir, pelo menos, a essência

(Já que a forma me é impossível discernir)

Dessa mescla indissolúvel de necessitar e querer

Que eu finalmente me sinto compreender e aceitar como tal;


Mas, quando me viro e observo o horizonte pela janela do quarto,

Forçando os olhos atrás da imagem que poderia preencher este vazio,

Percebo que a luz do sol poente só me traz a beleza cúmplice e complacente

Que tem o teu corpo, a tua voz, o teu jeito de olhar, a tua forma de me chamar...

E eu permito que a metáfora vire papel ao vento, pipa sem varetas ou rabiolas,

Presa pela fina linha da língua natural dos amantes que temos entre nós!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Notícias

Boa noite, galera!!!
Sei que ando sumido, mas minha ausência é antes fruto de muito trabalho do que falta vontade de estar aqui.
Tenho algumas notícias para partilhar.

O video da entrevista para o programa Litteratudo já está no ar pelo YouTube, quem quiser ver clique AQUI.
O projeto de continuar escrevendo "Velhos Testamentos" está em processo de cozimento de ídéias, então, resolvi aproveitar o tempo de elaboração prática na construção do 4º Livro de Poesias, "Enigma". Já desenvolvi toda a parte poética do trabalho, ou seja, a seleção e organização das poesias em uma sequência, não totaçlmente lógica, mas que transmite uma mensagem. Quem á leu meus trabalhos na ordem que eu proponho nota que não se trata de algo aleatório; realmente tem um pensamento ou uma história acontecendo no decorrer das poesias. É uma filosofia minha de que as poesias não são pra ser jogadas por acaso, uma tem sim relação com outra e há relações entre os livros também.
Outra coisa que fiz nesse tempo foi um projeto de uma oficina de criação literária para concorre ao edital do Projovem municipal. Se for contemplado, atenderrei a 20 jovens com encontros para falar de lingua portiuguesa e prática da escrita, sobretudo, no âmbito da poesia.
E, para finalizar, ontem dei uma palestra sobre minha trajetóiria para professores de um curso de Educação Especial para profossores da rede pública de Taboão da Serra. Foi um succeo!!
Abraços!
Ed

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Borboleta Azul












A Borboleta Azul
Edgar Izarelli de Oliveira

Três crianças brincavam de pega-pega numa tarde ensolarada de um verão simples. Época em que tudo ainda era fácil; o gostar era simplesmente gostar por que havia o não-gostar. Meninos e meninas só se diferenciavam pelos brinquedos. Mas pega-pega não dependia de brinquedos. Eram todos iguais: a mesma correria entre as árvores daquele bosque, a mesma graça, o mesmo riso e os mesmo tombos.
A tarde e o tempo também corriam para pegar a energia dos infantes, mas estes pareciam desprezar completamente a chegada da noite e do sono. A tarde passou. Já era o anoitecer, o Sol já estava se pondo, mas ainda havia luz, quando as crianças se sentaram na grama baixa para descansar antes de voltar para casa.
As crianças cansadas estavam sentadas no alto de um morro, olhando na direção do campo florido que ficava monte a baixo, se estendendo até um pequeno lago. Parecia que a graça do dia tinha acabado, mas a noite traria de novo o riso na manhã seguinte. A hora do sono se aproximava, como uma borboleta: suave e inconstante no ar.
Os últimos raios de Sol, porém, trouxeram uma última surpresa para aquele dia feliz. Surpresa em forma de borboleta e de cor azul! Uma borboleta azul dançava entre as flores brancas do campo de dente-de-leão e aquele vento suave de suas asas espalhava as sementes destas flores. Uma borboleta azul, de azul de céu noturno brincava antes da noite chegar!
As três crianças observaram aquilo com a impressão de estarem diante de um fato novo, mágico, inexplicável. A borboleta dançava...
A primeira das crianças se levantou ao ver um espanto tão grande no rosto de seus amigos, disse ser apenas uma borboleta e nada mais, se despediu e ficou criança, não cresceu. Com o passar dos anos, ficou sozinho e foi se sentido triste, passando a não gostar das borboletas azuis, depois de nenhuma borboleta, depois de ninguém, depois nem de si mesmo.
A segunda criatura humana juvenil não entendeu como era possível alguém não crer na mágica de uma borboleta azul, diziam-lhe que essa borboleta traria muita coisa boa a quem conseguisse conquistá-la. A pobre criança se fascinou com a possibilidade e se pos a correr cegamente atrás da borboleta que fugia da captura como o vento foge das mãos. A criança não desistiu e, quando tocou no inseto, de tanto correr olhando para o céu fora de seu alcance, acabou tropeçando numa pedra, caindo e rolando até o lago. Na queda, quebrou os braços, não conseguiu nadar, mas ainda sabia boiar... E boiou a vida toda, sem direção, sem entender “como’s” e “porquês”.
A terceira criança, após salvar o amigo do lago e levá-lo ao alto do morro, pôs-se a esperar, com muita fé, a dançarina azul se aproximar por vontade própria. A criança deitou e ficou bem quietinha para não assustá-la e esperou que a borboleta pousasse em seu corpo. Como ela não vinha, a criança decidiu oferecer um presente... Foi até um campo de violetas do outro lado do morro, pegou uma flor, a maior e mais bonita, a colocou em seus cabelos e deitou-se de novo no meio dos dentes-de-leão.
A borboleta viu a violeta como algo especial, era o que ela procurava na sua dança: a flor que lhe tinha dado a cor linda que levava nas asas. E pousou na flor.
Essa criança foi feliz e cresceu forte e cheio de amor para com as borboletas, tornando-se um adulto mais vivo, com a mente madura, o coração aberto e o espírito de criança preservado.




Foto by Eliseu da Costa

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Inspirada na própria Inspiração

Isso se chama inspiração:


É este olhar em ação, em vã ação,

Em vária ação e variação de reação

Independente da relação de crença ou hesitação;

É este olhar que acalenta o peso da convicção,

Quando a arte está em confecção,

E se assoma à estranha interseção

Dos fatos que rompem a convenção

Pra completar a entranha da conversão

E tornar possível essa minha convecção.


A saída da minha bifurcação:

É uma união, um aperto de mão

Que parece assinalar uma concessão

Na dualidade habitual da decisão,

Pra me liberar de vez da sensação

De estar preso entre a intuição e a razão;

Entre cortar os pulsos, a forca ou a decapitação...

Sem destilação simples, fracionada, ou decantação...

E o que dizer de quem canta e encanta enquanto é são?

Será que é chão? Vai ver seja coração ou, talvez, pulmão...

Está muito louca essa equação?

Ora, pra que pensar se sim ou se não!

Afinal, por que não assim: Sim & Não?... Ou, senão,

Quebrar logo em partes todo esse sermão!


Prefiro, então, mudar de canal, ir pra outra estação,

E deixar-me ser, num átimo, um ato de concepção

Que formula sempre, da arte, uma nova acepção

Pra aliviar a dor estúpida e estupenda da concentração,

Com ou sem atração, com ou sem traição, com ou sem tração,

E evacuar, num único grito, tudo o que pode ser emoção!


E todo esse movimento presente é apenas Inspiração!

Não falei do futuro iminente da expansão em espiral, expiração,

Nem mostrei a possibilidade que pressente a cura total da ex-piração.



Edgar Izarelli de Oliveira