Isso se chama inspiração:
É este olhar em ação, em vã ação,
Em vária ação e variação de reação
Independente da relação de crença ou hesitação;
É este olhar que acalenta o peso da convicção,
Quando a arte está em confecção,
E se assoma à estranha interseção
Dos fatos que rompem a convenção
Pra completar a entranha da conversão
E tornar possível essa minha convecção.
A saída da minha bifurcação:
É uma união, um aperto de mão
Que parece assinalar uma concessão
Na dualidade habitual da decisão,
Pra me liberar de vez da sensação
De estar preso entre a intuição e a razão;
Entre cortar os pulsos, a forca ou a decapitação...
Sem destilação simples, fracionada, ou decantação...
E o que dizer de quem canta e encanta enquanto é são?
Será que é chão? Vai ver seja coração ou, talvez, pulmão...
Está muito louca essa equação?
Ora, pra que pensar se sim ou se não!
Afinal, por que não assim: Sim & Não?... Ou, senão,
Quebrar logo em partes todo esse sermão!
Prefiro, então, mudar de canal, ir pra outra estação,
E deixar-me ser, num átimo, um ato de concepção
Que formula sempre, da arte, uma nova acepção
Pra aliviar a dor estúpida e estupenda da concentração,
Com ou sem atração, com ou sem traição, com ou sem tração,
E evacuar, num único grito, tudo o que pode ser emoção!
E todo esse movimento presente é apenas Inspiração!
Não falei do futuro iminente da expansão em espiral, expiração,
Nem mostrei a possibilidade que pressente a cura total da ex-piração.
Edgar Izarelli de Oliveira
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