EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uns Versos Clássicos Recém-Criados.....

Um Soneto Tripé Para Outra Separação

(toda história de amor acaba com as mesmas poesias)

Edgar Izarelli de Oliveira


E, de repente, me parece que toda história de amor acaba exatamente da mesma forma.

Tantos poetas já descreveram e quantos estão fadados cometer o mesmo erro

Que eu agora cometo enquanto tento humanamente diferenciar de outra já exposta

A mesma sombra pesada que retorna, desde o pressentimento até o enterro...


E, mais além, vai perdurando durante os longos dias, a mesma busca por respostas

Que se negam a aparecer diante do presente que se despede em desespero...

E sempre ficam latejando uma esperança desacreditada de conquistar a reforma,

Mas, depois de rastejantes noites insones, acaba que nem o grito ameniza o destempero!


E eu, com um tranco, escancaro a porta encostada da cripta secreta que me protege,

Com a sabedoria adquirida através de outros romances, como este, agora imperfeito,

Da dor que sempre aflige fundo a alma, após a mudança de escolha, que elege


Um outro corpo, uma outra voz, uma outra maneira de ser mais vivo e completo

O coração que esquece dos sonhos e planos que semeou em outros campos hereges...

E ali me escondo no casulo da madrugada poética à qual, sem querer, me entrego.


Não, não mais me surpreende que o amor e a alegria possam se mostrar de tantos jeitos,

Mas ainda me assombra que as poesias tristes sempre guardam seus sentidos abertos

A qualquer um que precise fugir de tudo que a potência de amar sempre, a nós, rege!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Texto que nasceu no Facebook

Boa noite, galera!


Situação para contextualizar: Estou divulgando meu trabalho no facebook a procura de patrocínio para meu novo trabalho, “Enigma”, e tenho conhecido muita gente que simpatiza com minha forma de escrever e eu agradeço a todos, mas sempre tem alguns que não gostam... Normal... Sei que hoje um cara mostrou o dedo para uma conversa inteligente a cerca do meu trabalho. Não sei se realmente foi pelo trabalho ou se foi por causa da minha deficiência física, mas quem me conhece sabe que não uso minha condição pra tirar proveito de nada. Enfim, um dos meus novos amigos acabou solicitando a exclusão do perfil deste outro... Compreensível, mas... Como resposta à situação, escrevi um texto que corrigi e estou postando aqui. Boa leitura!


Hoje em dia são raras as pessoas (como os leitores deste blog) que apreciam expressões mais complexas dentro dos diversos segmentos de arte e, sobretudo, dentro da escrita. A grande maioria do povo brasileiro se acostumou à poesia "erótica" e sem profundidade das músicas que apelam para a sexualidade nua e crua.

Isso, infelizmente, já pode ser considerado histórico, já que começou com a explosão do "É o Tchan" na década 90, que veio num momento histórico de "euforia”, afinal, tínhamos acabado de "derrotar" a DITADURA e ainda estávamos em pleno gozo do período de liberação sexual de 70 e 80. Porém, sexo também é droga (do ponto de vista de que é uma atividade viciante e alucinante); e acabamos (como povo) perdendo o controle e caindo nas mãos de uma DITADURA SEXUAL que veio, de novo, dos EUA, através de clipes e mais clipes de "POP MUSIC" e, posteriormente, admitiu nosso famoso “pancadão” carioca e agora esse tal de MICHEL TELÓ entre OUTROS que nem sei os nomes. E, com tudo isso, se perdeu um pouco a poesia de Cazuza, Chico Buarque, Renato Russo (que eu faço questão de recitar em todo sarau que vou!).

Entretanto, mesmo que isso não contente a muitos dos mais estudados e mais sensíveis ao universo realmente artístico, como nós, devemos entender que isso é um claro retrato da nossa sociedade atual e, principalmente, da nossa cultura atual... Vamos tentar respeitar e transformar na medida do que nos for possível, mas sem repreender a expressão dessas variadas culturas. Se não for assim, estaremos fazendo o que eles fazem, ou pior... Eles criticam, acham ruim, mas não pedem a exclusão... Isso é uma atitude, na minha opinião, desnecessária e arrogante, que deve ser evitada ao máximo.

Você não é obrigado a conviver, intimamente falando, com quem você não gosta, mas vamos evitar guerras atoa; ate por que a sexualidade e a impulsividade agressiva também fazem parte de nós, e ainda bem que fazem, não concorda? Do contrário, ficaríamos sem ação diante da vida, mas devo concordar que toda essa força deve ser bem direcionada; e isso não lá muito fácil de se conseguir ! Bom, após toda essa dissertação, que tal uma boa música??

http://www.youtube.com/watch?v=GSX2cKEAk0Q

sábado, 16 de junho de 2012

A procura de patrocinio...

Estou buscando patrocínio de R$ 10.000 para publicar mil exemplares em formato 22X27,5 cm, de meu novo livro!

“Enigma”, o novo trabalho que pretendo lançar ainda este ano, contém 61 poesias com formas muito variadas. A obra mescla quase todas as fases da minha poética, mas, em especial, a parte mais “intimista” e “conflituosa” de 2009, que foi suprimida de “Infinitivos: Onde tudo é possível” por alteração de objetivo neste último; e, também, parte da produção mais “secreta” do segundo semestre de 2010. À primeira vista, a idéia do livro pode parecer semelhante à escola parnasiana, pois, se trata da poesia falando sobre a poesia, porém, um estudo mais avançado revela o diferencial, brilhante ressaltado no prefácio de meu grande amigo, Juca Fernandes. É um ponto de vista que se estende além da arte pela arte e mostra intimamente a relação entre poeta/poesia e o prazer contraditório obtido através do fazer poético. Grande maioria de poesias inéditas.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos Namorados....

Língua dos Amantes

Edgar Izarelli de Oliveira


Desculpa a ausência de palavras belas e mimosas

Que o romantismo geralmente impõe aos poetas da madrugada;

Desculpa a ausência dos jogos de sentido tradicionais; das rimas;

Dos versos devidamente metrificados de acordo com as regras

Dos sonetos clássicos que registravam as antigas paixões...

Desculpa se, até mesmo, falta um pouco mais de poesia neste texto,

Mas, depois de pensar durante alguns dias, acabei concluindo:

Nosso amor nunca caberá em nenhum vocábulo

De nenhum vocabulário.

Mesmo que eu percorresse o dicionário de todos os dialetos

Vivos, mortos, marginais, marginalizados, esquizofrênicos, bissexuais, platônicos,

Assexuados, puristas e inventados em qualquer língua falada, escrita, sagrada...

Neologismos futurísticos que eu mesmo possa vir a criar seriam só protesto,

Mas, não seriam amor!

Sim, ate podia cogitar uma metáfora e usar a liberdade poética

Pra tentar traduzir e transmitir, pelo menos, a essência

(Já que a forma me é impossível discernir)

Dessa mescla indissolúvel de necessitar e querer

Que eu finalmente me sinto compreender e aceitar como tal;


Mas, quando me viro e observo o horizonte pela janela do quarto,

Forçando os olhos atrás da imagem que poderia preencher este vazio,

Percebo que a luz do sol poente só me traz a beleza cúmplice e complacente

Que tem o teu corpo, a tua voz, o teu jeito de olhar, a tua forma de me chamar...

E eu permito que a metáfora vire papel ao vento, pipa sem varetas ou rabiolas,

Presa pela fina linha da língua natural dos amantes que temos entre nós!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Notícias

Boa noite, galera!!!
Sei que ando sumido, mas minha ausência é antes fruto de muito trabalho do que falta vontade de estar aqui.
Tenho algumas notícias para partilhar.

O video da entrevista para o programa Litteratudo já está no ar pelo YouTube, quem quiser ver clique AQUI.
O projeto de continuar escrevendo "Velhos Testamentos" está em processo de cozimento de ídéias, então, resolvi aproveitar o tempo de elaboração prática na construção do 4º Livro de Poesias, "Enigma". Já desenvolvi toda a parte poética do trabalho, ou seja, a seleção e organização das poesias em uma sequência, não totaçlmente lógica, mas que transmite uma mensagem. Quem á leu meus trabalhos na ordem que eu proponho nota que não se trata de algo aleatório; realmente tem um pensamento ou uma história acontecendo no decorrer das poesias. É uma filosofia minha de que as poesias não são pra ser jogadas por acaso, uma tem sim relação com outra e há relações entre os livros também.
Outra coisa que fiz nesse tempo foi um projeto de uma oficina de criação literária para concorre ao edital do Projovem municipal. Se for contemplado, atenderrei a 20 jovens com encontros para falar de lingua portiuguesa e prática da escrita, sobretudo, no âmbito da poesia.
E, para finalizar, ontem dei uma palestra sobre minha trajetóiria para professores de um curso de Educação Especial para profossores da rede pública de Taboão da Serra. Foi um succeo!!
Abraços!
Ed

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Borboleta Azul












A Borboleta Azul
Edgar Izarelli de Oliveira

Três crianças brincavam de pega-pega numa tarde ensolarada de um verão simples. Época em que tudo ainda era fácil; o gostar era simplesmente gostar por que havia o não-gostar. Meninos e meninas só se diferenciavam pelos brinquedos. Mas pega-pega não dependia de brinquedos. Eram todos iguais: a mesma correria entre as árvores daquele bosque, a mesma graça, o mesmo riso e os mesmo tombos.
A tarde e o tempo também corriam para pegar a energia dos infantes, mas estes pareciam desprezar completamente a chegada da noite e do sono. A tarde passou. Já era o anoitecer, o Sol já estava se pondo, mas ainda havia luz, quando as crianças se sentaram na grama baixa para descansar antes de voltar para casa.
As crianças cansadas estavam sentadas no alto de um morro, olhando na direção do campo florido que ficava monte a baixo, se estendendo até um pequeno lago. Parecia que a graça do dia tinha acabado, mas a noite traria de novo o riso na manhã seguinte. A hora do sono se aproximava, como uma borboleta: suave e inconstante no ar.
Os últimos raios de Sol, porém, trouxeram uma última surpresa para aquele dia feliz. Surpresa em forma de borboleta e de cor azul! Uma borboleta azul dançava entre as flores brancas do campo de dente-de-leão e aquele vento suave de suas asas espalhava as sementes destas flores. Uma borboleta azul, de azul de céu noturno brincava antes da noite chegar!
As três crianças observaram aquilo com a impressão de estarem diante de um fato novo, mágico, inexplicável. A borboleta dançava...
A primeira das crianças se levantou ao ver um espanto tão grande no rosto de seus amigos, disse ser apenas uma borboleta e nada mais, se despediu e ficou criança, não cresceu. Com o passar dos anos, ficou sozinho e foi se sentido triste, passando a não gostar das borboletas azuis, depois de nenhuma borboleta, depois de ninguém, depois nem de si mesmo.
A segunda criatura humana juvenil não entendeu como era possível alguém não crer na mágica de uma borboleta azul, diziam-lhe que essa borboleta traria muita coisa boa a quem conseguisse conquistá-la. A pobre criança se fascinou com a possibilidade e se pos a correr cegamente atrás da borboleta que fugia da captura como o vento foge das mãos. A criança não desistiu e, quando tocou no inseto, de tanto correr olhando para o céu fora de seu alcance, acabou tropeçando numa pedra, caindo e rolando até o lago. Na queda, quebrou os braços, não conseguiu nadar, mas ainda sabia boiar... E boiou a vida toda, sem direção, sem entender “como’s” e “porquês”.
A terceira criança, após salvar o amigo do lago e levá-lo ao alto do morro, pôs-se a esperar, com muita fé, a dançarina azul se aproximar por vontade própria. A criança deitou e ficou bem quietinha para não assustá-la e esperou que a borboleta pousasse em seu corpo. Como ela não vinha, a criança decidiu oferecer um presente... Foi até um campo de violetas do outro lado do morro, pegou uma flor, a maior e mais bonita, a colocou em seus cabelos e deitou-se de novo no meio dos dentes-de-leão.
A borboleta viu a violeta como algo especial, era o que ela procurava na sua dança: a flor que lhe tinha dado a cor linda que levava nas asas. E pousou na flor.
Essa criança foi feliz e cresceu forte e cheio de amor para com as borboletas, tornando-se um adulto mais vivo, com a mente madura, o coração aberto e o espírito de criança preservado.




Foto by Eliseu da Costa

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Inspirada na própria Inspiração

Isso se chama inspiração:


É este olhar em ação, em vã ação,

Em vária ação e variação de reação

Independente da relação de crença ou hesitação;

É este olhar que acalenta o peso da convicção,

Quando a arte está em confecção,

E se assoma à estranha interseção

Dos fatos que rompem a convenção

Pra completar a entranha da conversão

E tornar possível essa minha convecção.


A saída da minha bifurcação:

É uma união, um aperto de mão

Que parece assinalar uma concessão

Na dualidade habitual da decisão,

Pra me liberar de vez da sensação

De estar preso entre a intuição e a razão;

Entre cortar os pulsos, a forca ou a decapitação...

Sem destilação simples, fracionada, ou decantação...

E o que dizer de quem canta e encanta enquanto é são?

Será que é chão? Vai ver seja coração ou, talvez, pulmão...

Está muito louca essa equação?

Ora, pra que pensar se sim ou se não!

Afinal, por que não assim: Sim & Não?... Ou, senão,

Quebrar logo em partes todo esse sermão!


Prefiro, então, mudar de canal, ir pra outra estação,

E deixar-me ser, num átimo, um ato de concepção

Que formula sempre, da arte, uma nova acepção

Pra aliviar a dor estúpida e estupenda da concentração,

Com ou sem atração, com ou sem traição, com ou sem tração,

E evacuar, num único grito, tudo o que pode ser emoção!


E todo esse movimento presente é apenas Inspiração!

Não falei do futuro iminente da expansão em espiral, expiração,

Nem mostrei a possibilidade que pressente a cura total da ex-piração.



Edgar Izarelli de Oliveira


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Eventos e Combinados

Boa noite, Gente! Nesta Sexta-feira, estarei dando entrevista ao Luiz Antonio Cardoso, no Litteratudo da TV Cidade Taubaté, às 15 horas AO VIVO! Já no Sábado, estarei em Ubatuba para o evento programado por Elton Herrerias Junior, na praça do Cristo Redentor. Estarei lá à tarde!


Só pra combinar com vocês, leitores... A partir de agora, esses avisos de eventos e as fotos dops mesmos serão postados pelo Facebook. Este Blog será para a divulgação de trabalhos literários ou filósoficos, ou, ainda, para discussões acerca de temas variados. Assim ficará mais fácil administrar as coisas, espero que entendam.
Abraços
Ed

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pensamento Complicado

Pensamento Complicado...

Edgar Izarelli de Oliveira


Podes até deixar as coisas a Deus dará

Até podes tu de Deus se rebelar

Se mantiver teus Eus do lado de cá

Só não deixe tua Deusa ao Deus de lá

Se a Deusa adeus dar

Teu Deus adeus dará

E tu do Deus mais nada terá

E tudo mais Deus não será

E mais Eus de tu não haverá

E o tempo então dirá

Adeus à Deusa e desaparecerá!

E quando mesmo teu Deus aparecerá?

Só teu tempo de ser poderá dizer e o fará

Num Domingo qualquer enquanto meditar

E me ditar algum texto teu sobre um dito popular!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Poesia para Capitu (Abertura de Passos Sobre Passos)

Poesia para Capitu

Edgar Izarelli de Oliveira e Bento Santiago (Dom Casmurro)

Oh! Flor do Céu! Oh! Flor cândida e pura!
Desça à Terra, traz-me cá o teu encanto,
Confessa-me uma nova aventura,
Que por ti hei de cultivar meu canto!

Que por ti hei de lhe mostrar bravura...
Que por ti hei de derramar meu pranto
E rir meu riso livre de censura,
Fazendo teu nome, nome Santo!

Oh! Musa bela! Oh! Olhos de Ressaca!
Tira-me a alma da tristeza, da dor!
Inspira-me os sonhos, sem falha!

Enquanto o mundo nos fere, ataca...
Por ti hei de lutar, pelo nosso amor!
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!

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Boa Tarde Gente!

Bom, pra relembrar um pouco de poesias antigas... Essa é a poesia de abertura de Passos Sobre Passos, meu segundo livro.

Curiosidades: Chamo de "poesia de abertura" a primeira poesia dos meus livros, aquela que vem logo após a "Dedicatória", pois, no meu esquema de livro, a poesia inicial dá a tônica de todo o livro; é como se à partir dela o leitor pudesse entender a história que vai se passar durante o livro. A poesia de abertura é segunda mais importante no meu processo de montagem do livro, só perde para a Poesia-Chave que é a que dá o título do obra geral. "Essência" é a única que tem confluência, sendo, ao mesmo tempo, a abertura e a chave, na minha primeira obra.

Essa poesia nasceu de um desafio de Machado de Assis. Em "Dom Casmurro", Bentinho é apaixonado por Capitu, mas sua mãe o manda para o seminário (internato para formação de padres) devido a uma promessa. No seminário, Bentinho formula o primeiro e o último verso de um soneto e diz que nunca concluiu o poema, lançando-o como desafio a qualquer poeta desocupado. Tive que tentar, mas acho que falhei. Não sou um bom sonetista. XP

Estou postando por que esses dias, num sarau, contei ao amigo Emerson Santana, poeta aqui de Embu, sobre essa poesia enquanto discorrimos sobre Dom Casmurro. Ele se interessou em ler. Então está aqui!


Abraços!

Ed

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Simplesmente ele... Parte 3 Nando Reis!!!

Poesia que nasceu de uma dança

Dança de um Sarau
Edgar Izarelli de Oliveira

E, ao som vibrante de cordas estiradas,
Me arrisco a entrar numa linha expressiva de dança
Que impressiona pela leveza do improviso genuinamente artesanal
E me permito me deixar um pouco nas curvas das cinturas, nos braços, nas pernas,
Nas bocas, nas faces, nas mãos, nos pés, nos passos, nos movimentos rápidos
Dos olhos que me aceitaram como sou...

E, em cada giro, eu atiro ao ar mais correntes de pensamentos defensivos já inúteis
Me liberando me libertando me restaurando me reconhecendo me revivendo
E por mais de sessenta segundos rodopio sobre meu eixo original
E sinto a poesia sacudir o peso empoeirado do raciocínio normal
E sinto a poesia desgrudando dos meus ossos
E reverberar por todos os músculos dos meus corpos
Até se abrir em forma de sorrisos nos reflexos desmontados dos meus rostos
E tudo de repente gira em torno da minha felicidade tão simples e tão presente
Que parece ainda me fazer flutuar em direção ao meu mais alto astral...
E, enquanto tudo vai parando, sobra ainda o assombro de perceber
O quanto uma dança pode me soprar, como só vento em pena
Pode tentar explicar numa metáfora viva e bailarina

A sensação que dissolve em si toda a rigidez que dissimula o mundo
E disfarça, por trás de más caras sérias e indiferentes, as almas mais contentes.

A dança me leva ao que é do meu universo essencial...
E tudo isso me faz sentir o quão feliz serias se desfrutasse e compartilhasse
Deste momento de vertigem que dá flores novas às estradas
E mantém sempre virgem a força vital da esperança!

sábado, 21 de abril de 2012

A Poesia cuja Perfomance me derrubou da cadeira num sarau!

Confabulações de Escape (boa tarde)

Edgar Izarelli de Oliveira


E eu podia ter acordado, tranquilo, às nove, nove e meia, no máximo,

Se tivesse dormido quando deitei e fechei os olhos da primeira vez,

Mas o homem é um bicho complexo...

E, se orgulhando da fraqueza de poder pensar,

Acaba perdendo valiosas horas de sonho.

Passando noites em claro, tentando dominar-se ou entender-se,

Numa retórica íntima sem método nem nexo,

Inicia a imitar, na cama, o círculo sem fins de seus pensamentos;

Depois, percebendo a inutilidade do processo, corrompe-se a tentar fugir de si mesmo,

Numa boa hipnose que sempre falha e se chama, vulgarmente falando: aceitação.

Termina, o homem, a levantar-se pra descontar contra uma parede qualquer

Toda sua ira, sua culpa, sua tristeza, seu medo, sua frustração e descontentamentos,

Na sutil esperança de que o ruído oco de seus murros possa evocar a lembrança

Do grito angustiado que, silenciado por força do horário, acaba virando arte ou leitura...

Às vezes, até a falsa companhia de uma tv ligada alivia a impressão de solidão...

Por fim, exausto de viver sentimentos antagônicos, dorme o homem sem sonhar.

Tudo isso a troco ilusório de confabular futuros escapismos, calcular defesas e rotas

E formular ensaios de alguns conformismos pra dizer ao amor, ao trabalho, aos amigos.

E eu acordo ainda tenso depois do meio-dia...
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Good Dawn, people!
Fato inusitado sobre essa poesia: Acabo de acrescentar esse (boa tarde), pois, nessa noite de 20 de Abril, estava eu no sarau Tearte de abertura da SELIC (SEmana LItero-Cultural) no Centro Cultural Mestre Assis, aqui no Embu das Artes, e resolvi apresentar essa poesia em form a de dramtização. Para começar a perfomance eu dei boa tarde pra cada uma das pessoas que estavam dispostas no primeiro círculo (mesmo sendo noite, porque tarde combina mais com poesia, não sou louco não XD) e fui para o meio para começar a primeira fgrase da poesia em si, quando, inesperadamente, a roda da cadeira se solta e caio no chão!!! XD Felizmente, tenho muitops amigos que me ajudam quando caio, literalmente falando... XD E não me machuquei, continuei a poesia depois e ainfda fiz mais três perfomances durante o sarau ^^ Sem mais quedas... E aí um amigo meu pediu para ler essa poesia por que gostou muito, mas sabem que sou da teoria de compartilhar arte com todos. E espero que gostem!
Abraços
Ed!

Ah! Domingo, 22/4, das 10:00 às 12:00 e, também, das 15:00 às 17:00 tem sarau itinerante no Largo 21 de Abril, a praça central de Embu! Venha participar na companhia de Poetas da cidade!