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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Poesia para Capitu (Abertura de Passos Sobre Passos)

Poesia para Capitu

Edgar Izarelli de Oliveira e Bento Santiago (Dom Casmurro)

Oh! Flor do Céu! Oh! Flor cândida e pura!
Desça à Terra, traz-me cá o teu encanto,
Confessa-me uma nova aventura,
Que por ti hei de cultivar meu canto!

Que por ti hei de lhe mostrar bravura...
Que por ti hei de derramar meu pranto
E rir meu riso livre de censura,
Fazendo teu nome, nome Santo!

Oh! Musa bela! Oh! Olhos de Ressaca!
Tira-me a alma da tristeza, da dor!
Inspira-me os sonhos, sem falha!

Enquanto o mundo nos fere, ataca...
Por ti hei de lutar, pelo nosso amor!
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!

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Boa Tarde Gente!

Bom, pra relembrar um pouco de poesias antigas... Essa é a poesia de abertura de Passos Sobre Passos, meu segundo livro.

Curiosidades: Chamo de "poesia de abertura" a primeira poesia dos meus livros, aquela que vem logo após a "Dedicatória", pois, no meu esquema de livro, a poesia inicial dá a tônica de todo o livro; é como se à partir dela o leitor pudesse entender a história que vai se passar durante o livro. A poesia de abertura é segunda mais importante no meu processo de montagem do livro, só perde para a Poesia-Chave que é a que dá o título do obra geral. "Essência" é a única que tem confluência, sendo, ao mesmo tempo, a abertura e a chave, na minha primeira obra.

Essa poesia nasceu de um desafio de Machado de Assis. Em "Dom Casmurro", Bentinho é apaixonado por Capitu, mas sua mãe o manda para o seminário (internato para formação de padres) devido a uma promessa. No seminário, Bentinho formula o primeiro e o último verso de um soneto e diz que nunca concluiu o poema, lançando-o como desafio a qualquer poeta desocupado. Tive que tentar, mas acho que falhei. Não sou um bom sonetista. XP

Estou postando por que esses dias, num sarau, contei ao amigo Emerson Santana, poeta aqui de Embu, sobre essa poesia enquanto discorrimos sobre Dom Casmurro. Ele se interessou em ler. Então está aqui!


Abraços!

Ed

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