EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Bom dia

Bom dia!

Desejo que hoje você descubra que o amor que guardas dentro do peito, pode ser a cura de muitos males de pessoas próximas ou nem tanto...

Mas, principalmente, o amor, se expresso, pode curar-te a ti mesmo num ato de recriação universal das células dos sentidos e formas abundantes no interior!

Afinal, o amor é a maior das forças capazes de transformar nossas vidas para sempre, deixando marcas de experiências profundamente ricas em nossas almas.

E é assim, expressando todo o amor que tenho pra te dar a cada dia, que eu espero redescobrir a cada noite a cura pras dores que ainda anseiam um beijinho carinhoso de quem pode expressar a cura de corpo e alma em uma só integridade!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"Bom dia!!"

Bom dia!

Desejo que hoje tua criança apareça trazendo sorrisos leves e brincando com tudo!

Afinal, de nada vale ser adulto o tempo todo.

Aproveitemos a parte que se conservou, ao menos durante algumas horas

Por que é assim, brincando com o mundo que descobrimos o que realmente tem valor na nossa vida!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Projeto: "Bom dia!!"

Bom dia!

Desejo que hoje, ao abrir os olhos, você veja apenas os sentimentos sinceros do mundo.

Afinal, são os sentidos abstratamente concretos que movem o mundo.

E é assim, te mostrando o lado de ser sensível, que eu quero mover o teu mundo!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Certo, compartilho mais um texto antigo, então?

Ser Poeta

Edgar Izarelli de Oliveira



Ser poeta é se perder

E achar-se, dentro da perdição,

Em vagas especulações

Dos mais sinceros enigmas

De um mundo sedento por respostas provadas.


Ser poeta é vagar constante,

Constantemente inconstante,

Num labirinto erótico,

Localizado entre a linguagem e sua sensibilidade.


Ser poeta é fugir, de livre e espontânea vontade,

Da brutalidade concreta das mentiras do mundo exterior,

É escapar para dentro de si e ali exilar-se,

Onde há formas superiores de expressão

E a força bruta dos dias pode nem existir.

É alinhar-se, por querer, com o delírio...

Ser poeta é mesmo ter grande quantidade de loucura

Nadando no sangue dos pensamentos.


Ser poeta é eleger, por gosto e necessidade,

A poesia como a dona dos maiores prazeres

E, para ela, estar sempre disponível e sempre amável.

E, nas madrugadas errantes, ter como corpo mais cobiçado

Flexibilidade da caneta bailarina e a suavidade da folha branca.


Ser poeta é querer fazer poesia de tudo,

Das coisas cotidianas até o que não cabe em palavras.

É querer versificar o irreal, o inimaginável, o impossível...

E isso, muitas vezes, atrapalha...

Mas acima de tudo ser poeta é nunca ser compreendido por quem mais se ama,

É achar em si a própria segurança e estímulo pra continuar...


Ser poeta é estilo de vida,

É casar-se com a arte escrita, casar-se com a poesia,

Essa mulher que, como todas as outras,

É metade santa e metade maldição,

Entre tantas outras metades que toda mulher apresenta.

E ser poeta é fazer da mulher amada a fonte de poesia!

sábado, 1 de outubro de 2011

Projeto: "Bom dia!!" (explicação)

Bom dia, gente!

Bom, o estlo de poesia que criei ano passado e chamo de "Bom Dia!" caracteriza-se por ser curto e concentrado, geralmente de quatro versos sendo o primeiro sempre "Bom dia!", passando sempre uma boa mensagem pra alegrar ou tentar melhorar o dia das pessoas.

Começou a ser criado sem querer, numa estrofezinha que criei pra animar uma amiga que estava passando por uma situação complicada. ficou bonitinha e mandei também pra alguns outros amigos meus. Depois tentei fazer uma poesia fechada, a qual, se bem me lembro, continha sete estrofes destas. Aconteceu que no ia seguinte eu escrevi mais duas... Resolvi, então, deixar aberta e considerar cada uma das estrofes uma poesia isolada. Durante três meses, mais ou menos, eu consegui manter uma produção diária para compartilhar com as pessoas que gostavam de receber as mensagens. Cheguei a utilizar essas estrofes como recurso em outras poesias. Após o segundo trimestre do ano passado, as estrofes param de visitar minha cabeça. De vez em quando eu escrevia mais uma, mas era raro... Agora parece que recuperei a essência desse estilo.

Sobre o projeto: Quero animar o dia de mais gente, mas é claro que não vou postar um por dia. Ficaric chato. Estou pensando em dois por semana... Espero que gostem :)

Abraços
Ed

Projeto: "Bom dia!!"

Bom dia!

Desejo que hoje, e todos os outros dias, você esteja irresistível, fascinante e contagiante, ainda que estejas triste, e possa me inspirar.

Afinal, toda manhã, eu quero criar uma maneira de inundar exclusivamente o teu dia, te despertando dos sonhos, todo dia, com as águas reais da poesia.

E é assim, sendo apenas eu mesmo e deixando minha alma acariciar fluentemente tuas faces, que eu quero me encaixar na tua vida e em toda a tua expressão de vida!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma pessoa especial me pediu para ler... Resolvi partilhar com todos!


O guarda-chuva
Existem momentos inesquecíveis na vida da gente, momentos que marcam alguma coisa, seja ela boa ou ruim... mas na tristeza sempre há alegria e vice-versa. Faz pouco tempo que passei por um momento que sei que não me esquecerei, um momento de decisão. As escolhas do coração às vezes não parecem ter razão, mas, se Deus escreve torto por linhas certas, o que impede de trocar o coração pela cabeça e pensar certo com órgãos trocados?
Bom, vou lhes contar o que houve comigo, julguem-me por si mesmo, não é uma história tão cumprida... penso eu.
Me chamo Rafael, sou um jovem homem, cresci há poucos dias atrás, era uma tarde de chuva, a manhã desse dia foi ensolarada, a chuva começou por volta de meio-dia... puro azar meu, tinha um compromisso inalterável, inadiável, ia ajudar um amigo a preparar uma festa de aniversário para a irmãzinha, digo irmãzinha por carinho, era, na verdade, um pouco mais nova que eu, mas era a mais nova da família dela, era minha amiga a muito tempo. Bom, pra complicar eu teria que ir a pé, minha família estava viajando e os carros foram com ela, e a casa desse meu amigo ficava do outro lado da cidade, a festa seria naquela noite, meu amigo, Gabriel, contava comigo, não ia decepcioná-lo por causa de uma chuva fraquinha daquela; alem do mais, a cidade é pequena...
Eu ia e eu fui! Apanhei algumas moedas, na verdade foram dez reais, caso precisasse de condução, e um guarda-chuva, sai, eram por volta de meio-dia-e-meio. Tranquei a casa, abri o guarda-chuva e sai... esse guarda-chuva merece algumas palavras...
Era de uma menina, minha amiga de infância, a primeira mulher da minha vida, ou o primeiro amor, pelo menos isso, não a primeira mulher, o primeiro amor! Bom, ela, Silvia, havia me emprestado o guarda-chuva quando tínhamos doze anos de idade, sete anos se passaram, e ele ainda estava inteiro e ainda me protegia.
A vida, às vezes, tem meios estranhos de nos fazer mudar, digo isso, pois, no caminho vi Silvia andando na chuva sem guarda-chuva, corri até ela, oferecendo-lhe proteção, ela aceitou.
- Meu guarda-chuva!- disse ela se encostando a mim, claro que pra se proteger da chuva, não a interprete de torto.
- Pra onde vai na chuva, Silvia?- perguntei eu.
- Tava na casa de uma amiga, mas, agora vou pra casa, me arrumar pra festa da Lu, irmã do Gabriel!- respondeu e emendando, me perguntou, com carinho.- E você pra onde vai?
- Por coincidência, tô indo ajudar o Gabriel.- respondi e também emendei com carinho.- sua casa fica no caminho, né?
- Sim, fica sim.- disse ela sorrindo entre a ingenuidade de menina e a sensualidade de mulher.
- Vem comigo... te deixo na sua casa.- disse e justifiquei-me.- Se você andar muito na chuva pode ficar doente.
Ela simplesmente aconchegou-se a mim e me deu um beijinho no rosto. Esse era o sim, o não seria um desvio do olhar e um caminhar chuvoso debaixo da chuva. Claro, nos conhecíamos bem, éramos amigos de infância, mas advirto ao leitor que já está esperando algo mais quente... advirto que nunca nem sequer um beijo nos lábios trocamos... embora já tivéssemos chegado perto disso numa brincadeira de verdade ou desafio, tão comum na minha época essa brincadeira... bom, mas nem assim, nem na hora dessa brincadeira, eu a beijei, por medo, que fique claro, não era falta de desejo.
Alias, esse dia de verdade ou desafio não me saia da cabeça. Todas as outras meninas, todos outros beijos que não tive o prazer de desfrutar, toda minha adolescência se consumiu nesse desafio, beijar os lábios de Silvia.
Mas, na rua, a chuva aumentou de repente, por volta das 13:00 horas. Achamos melhor pegar um ônibus, pegamos, tive ainda que pagar por ela, estava sem dinheiro a garota... mas, bem, isso não vem muito ao caso. Sentamos num dos primeiros bancos, o ônibus estava vazio, avistava-se algumas pessoas dormindo lá nos últimos lugares, mas era só. Sentamos e ficamos de bate-papo.
No ponto seguinte entra uma pessoa que me abordou com um docíssimo “oi”, ao olhar para cima vejo que se trata, agora sim, da primeira mulher da minha vida.
- Oi, Paula.- respondi com carinho.
Paula, a conheço a tão pouco tempo, cerca de quatro meses, e já a amo, ela invadiu minha vida com uma presença tão forte, de uma maneira tão linda e bárbara que me era impossível não ama-la.
- Posso me sentar?- perguntou Paula gentilmente.
- Claro.- respondi e me ajeitei para ela sentar-se ao meu lado direito. Depois que ela se sentou, fiz as apresentações necessárias. Ela e Silvia não se conheciam.
Elas se cumprimentaram, de maneira cordial, mas de longe. Dei um pouco de atenção pra cada uma, como um cavalheiro, mas juro-lhes que para mim estava sendo difícil, não só dividir a atenção, mas também, por me sentir preso a Silvia e querer estar com a Paula. Me sentia entre o passado e o futuro.
No meio dessa conversa, ficamos sabendo que Paula também estava indo para a festa da Lu, mas ela, como eu, tinha planos de ir direto para lá.
Descemos no terceiro ponto após o embarque de Paula, abri o guarda-chuva, não era grande, mas dava para nós três nos protegermos da chuva. Ai começou a polemica, Silvia precisava ir pra casa que ficava pelo caminho mais comprido para casa do Gabriel. Já Paula queria ir pelo caminho mais curto. Depois de dez minutos de argumentação, eu só ouvindo, não chegaram a lugar nenhum. Foi então que Paula disse pra mim numa voz muito feminina:
- Rafa, tome um partido... Afinal o compromisso é seu!
Por um instante meu coração parou, eu sabia que eu tinha que tomar uma decisão. Olhei para ambas, olhei para dentro de mim... e quando estava quase decidindo ir com a Paula, Silvia me lembrou:
- Você disse que me levaria pra casa sem que me molhasse, lembra?
- Lembro.- respondi e virando-me para Paula, perguntei, depois de alguns momentos de reflexão.- Preciso leva-la pra casa, sem se molhar, você se importa de pegar chuva?
Paula, olhando-me bem no fundo dos olhos, respondeu:
- Com você, não!
A olhei bem no fundo dos olhos também. Tomei minha decisão, cresci. O momento chegou, era hora de crescer. Dei o guarda-chuva para sua dona, Silvia, que ainda murmurou que precisava me pagar a passagem de ônibus, que não gostava de ficar devendo nada, palavra que não retruquei, simplesmente a abracei e lhe disse no ouvido:
- Qualquer dia você me paga, tá bom? Tenho que ir ajudar o Gabriel...
Ela me olhou nos olhos e me deu um beijinho no rosto. Depois desviou o olhar e foi andando, levando consigo o guarda-chuva; não sei se olhou pra trás. Eu fui pelo caminho mais curto, debaixo da chuva; mas de mãos dadas com a Paula nem parecia chover, chegamos por volta de 13:35 à casa de Gabriel, arrumamos tudo. Lu chegou do cabeleireiro e do shopping, fomos os primeiros a cumprimentá-la e comemorar com ela. Foi muito divertida essa tarde, durante ela a chuva parou, eram 18:00 horas quando a lua apareceu.
E à noite a festa começou animada, Silvia chegou por volta das 20:40, se divertiu também. A Lu não é o tipo de garota que reclama quando alguém chega atrasado, recebia a todos, animava a todos, é mesmo uma cativante menina!
E num canto escuro da festa, sem mais demoras, de mãos dadas, beijei os lábios de Paula!
Edgar Izarelli de Oliveira

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma madrugada de trabalho para criar

Equinócios em Claro (Folha Branca, Primavera, Madrugada)

Edgar Izarelli de Oliveira


Exploro mais uma folha branca,

Procurando as folhas coloridas do Outono,

Mas, acho que esqueci: é final de setembro,

Porém, estou preso ao ar primaveril do hemisfério sul.


As aves migratórias me são estranhas,

As flores, o sol, a luz, as roupas brancas na rua,

A limpeza abrindo espaço para que o Verão,

Aquele chato, espaçoso e fútil do Verão,

Possa voltar e, com aquela linda chuva de raios

(ao menos, a chuva continua linda nessa época enfadonha do ano),

Quebrar tudo que consegui construir de bom e confortavelmente quente

Durante a visita aconchegante e culta do meu querido Inverno.

E quanto de mim, ainda hoje, consegui salvar. Quanto ainda há pra ser salvo?

E para quê? Se o Verão vai levar tudo no primeiro temporal de novo...


Exploro essa folha vazia na tentativa de salvar parte do Inverno,

Algum prazer que me desperte amanhã,

Algum fôlego gemido, suspiro resmungado, pedindo mais um pouco,

Mais um pouco desse romance inteligente e diferente que ainda não terminei de ler,

Mais um pouco das coisas que redescobri, realinhei e reaprendi no Outono,

Um pouco mais dessa chama que conservei viva, escondida debaixo do cobertor,

Mas parece que um vazio imenso já está me preenchendo, me dispersando no ar.


Me entupo de sobremesas frias e chocolate meio-amargo,

Mas o sabor da constatação, bem mais amargo do que a metade do chocolate,

Parece que vai ficar na minha boca durante anos...

Eu ainda tento me equilibrar entre dias e noites, entre a doçura e o sarcasmo,

Mas de repente me parece que amadurecer significa aprender a beber

Café puro de manhã, chá gelado de boldo com carqueja, cerveja na padaria,

E esquecer o cappuccino, chá quente de cerejeira com mel nas tardes frias de Inverno,

E a taça de vinho de qualidade apurada depois de um bom jantar íntimo.

Amadurecer, de repente me parece ruim, de repente me parece perder as emoções

E ter um coração vazio guardado na geladeira ou no freezer, peça de carne,

Pra churrasco com festa na piscina da casa de praia...

Não estou disposto a fazer isso comigo mesmo.


Vou dar mais uma chance a alguma fada que ainda acredite na Primavera,

Assim como essa folha explorada durante toda uma madrugada ainda se compraz

E, de um jeitinho só dela, ainda me dá uma chance de escrever algo que valha a pena.

Não me deixe só, não agora, que a aurora ainda pode nos revelar algo de bom,

Alguma surpresa, voz de inspiração pra que alguma nova poesia floresça,

Trazendo novas pétalas de linguagem, novos sentidos para nós,

Invenções mais minhas ainda, quem sabe, mais nossas,

Só não nos deixe murchar em botão... Em botão, não!

Eu quero expor nossas emoções ao sol!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Quem entender é gênio? Acho que não!

Um Aviso (Coma, Casulo, e Asas Negras)

Edgar Izarelli de Oliveira


Aviso na parede de um casulo negro:

Poesia não é sol, poesia é arte.

Poesia não abandona, não explode, nem some, nem trai...

Poesia nem sequer morre como minha estrela-guia fez há pouco.

Poesia apenas adormece e, ao que parece, entra em coma também.

E eu sinto que essa minha companhia vai tirar um longo sono...

Cansada de escrever cartas mal-apreciadas, minha mão bate a capa do caderno,

Minha alma, esgotada de tanto amar, pede para que o amor se retire de uma vez;

Mas conserva ainda a companhia nobre de um sábio e silencioso mago,

Um mestre sombrio e taciturno, que tranca porta de meu coração...

Agora quem está dentro ficará comigo durante um bom tempo,

Já os que saíram não poderão retornar até que eu desperte mais disposto...

Não sejamos assim tão drásticos e dramáticos, um dia um raio de sol terá de entrar!

Que vigiem as portas, janelas, rotas de escape, conselhos e segredos,

Quem me tiver uma lealdade diferente, chamada bom-senso.

E cantem as velhas liras aqueles que souberem o que passei para que elas descessem.

E que cuidem de mim somente quem o fizer por carinho verdadeiro, amizade, respeito,

E uma outra coisa que agora já não sei mais se existe ou não,

Mas, que antes de todo esse vendaval, tinha um nome ligado à arte sem cola,

Monocromia? Simetria? Silogismo? Sincronia? Sinceridade, eu acho... Era isso!

E que cuidem de minha alma sonolenta aqueles que conhecem seus desejos

Aqueles que sabem entender que ela diz em cada murmúrio distante...

As palavras que trazem os sonhos de um beijo longo, completo e imperfeito...

E que estes mesmos deixem alguns raios-de-sol, selecionados a dedo, me aquecerem.

Pra ver se alguma magia me desperta à arte das coisas escritas na parede de papel,

Mas, francamente, acho difícil aparecer nova paixão do lado de fora das cortinas.

Acho que tem mais chances de serem promovidas a sol as estrelas que ficaram.

Ou, vai ver, o mago consiga me encantar e me fazer sua esposa.

Boa noite poesia, durma bem, e não acorde tão cedo. Amanhã ainda é Setembro,

Ainda temos nove meses e um filho inteiro pra gerar, um mundo pra girar,

Até o próximo inverno começar a carregar de flores as cerejeiras.

Durma bem, e tranquila, que tem gente aqui olhando por você!

Tem gente aqui querendo ver minha alma feliz!

Qualquer dia, quando o tempo esfriar, abra as novas asas noturnas e voe!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Outro texto de reflexão!

Simplicidade egoísta?

Às vezes, uma palavra é suficiente pra desencadear uma profunda reflexão. Às vezes se trata de uma frase solta que capturamos na rede do inconsciente e guardamos. Às vezes a reflexão já está nos trilhos, mas andando lentamente e, de repente, aparece a palavra que nos afunda de vez... Foi o que aconteceu comigo hoje...

Depois de uma briga com minha companheira por causa de uma sensação que eu tenho de falta de carinho e excesso de bronca por parte dela, comecei a pensar se seria mesmo ela o problema ou se eu é que não aceito o jeito dela.

Na dúvida, procurei uma amiga que me conhece muito bem e com quem tenho pacto de sinceridade natural devido a irmandade amigável de nossas almas. Perguntei a ela se eu sou muito difícil de agradar, se sou muito complexo. Ela me respondeu que não, que gosto das coisas simples, das coisas que lembram a essência humana: pequenos gestos, atos sinceros.

Graças a essas palavras descobri uma coisa que me aterrou: Sim, é verdade que gosto das coisas simples, dos pequenos gestos sinceros, mas não de qualquer simplicidade ou qualquer gesto. Gosto de carinho, mas me lembrei que carinho tem várias formas de se mostrar (quantas vezes eu já não dei broncas em pessoas que amo porque, naquela hora, era o melhor que eu tinha pra dar ou achei ser isso o que a pessoa precisava?) e eu não sei aceita-lo em todas as suas expressões. Minha simplicidade é egoísta! Eu é que não aceito; eu é que me machuco.

Por outro lado, será mesmo tanto egoísmo se, às vezes, preciso de um abraço ou de um carinho no rosto? Todo mundo precisa disso de vez em quando, ao menos todos os que escolheram uma vida normal dentro dos padrões sociais. E aqui vai uma grande ironia, posto que dedico grande parte das minhas horas inventivas a quebrar paradigmas, não é mesmo? Então, como posso querer me inserir no meio deles? Devia estar feliz mesmo sem carinho... Ou melhor, em ter carinhos que se apresentam fora dos padrões convencionais e, no entanto, só consigo desafiar minha companheira a ser outra pessoa, eu a chateio demais, a enfado, e me frustro.

Não devia esperar dela algo que ela não tem para oferecer, devia aceitar isso e eu juro que já tentei, mas minhas lembranças insistem em trazer de volta tempos, não tão remotos assim, em que tinha o carinho que eu gosto e era muito feliz, porém, reclamava por falta de alguns detalhezinhos bobos. Pois bem, hoje tenho todos os detalhes que eu um dia sonhei, mas parece que falta a essência. Então acho que devia parar de machucar a mim mesmo e a minha companheira, principalmente a ela por quem tenho grande carinho; devia terminar a relação e deixar ela procurar alguém que a faça feliz, alguém que se encaixe com a personalidade forte dela. E, quem sabe, encontrar alguém que reflita mais minha natureza gentil.

Mas, se esse meu desejo por carinhos mais sensíveis for exigência do meu ego, eu estaria sendo mais egoísta do que eu posso suportar pra mim mesmo. Imagina, terminar com alguem que tem tudo que eu preciso só porque ela me da broncas certas, só porque tem um jeito diferente de me segurar. Porém, se for uma necessidade da minha alma, alguma coisa mais profunda, mais, sei lá, primordial e vital para minha felicidade... Então, eu não deveria temer mais nada...

Mas como saber, afinal, se meus desejos são a felicidade da alma ou capricho do ego? É uma reflexão tardia, mas que ainda pode mudar os caminhos do mundo.

E mergulho dentro de mim pra saber se minha simplicidade é mesmo egoísta ou se é minha descoberta que se finge de importante...