EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

sábado, 12 de novembro de 2011

poesia nova, acabei de escrever!

Os Meus Sentidos Falando da Minha Musa



Edgar Izarelli de Oliveira


A fragrância delicada das músicas românticas se anuncia sempre

Quando este vestido longo me olha com um jeito convidativo

E acho que posso até ouvir os músculos de seu rosto formando um sorriso.

Ela se senta num banquinho de madeira, estala a voz, relaxa os ombros,

Balança os cabelos e toda a minha trama de desejos, minha teia de razões,

E escala até o topo das minhas estradas serranas só pra ter em suas mãos

O nobre texto retalhado, feito com palavras rasgadas do meu tecido sentimental...

E me surpreende o modo como ela consegue transformar-lo em seda macia ao final,

O que no começo era apenas um grito bruto de socorro, letal a qualquer bom ouvinte!

E, enquanto seus dedos saboreiam as teclas do piano ou as cordas do violão,

Sua voz vem tateando meus ouvidos carinhosamente numa letra solúvel

Que eu absorvo da atmosfera confortável e confiável ao nosso redor...

E, já nos últimos acordes, me faz acordar com um olhar mais sugestivo

Que me seqüestra e me faz querer o acordo mais íntimo dos casais,

E, por aparência e conteúdo de dança, ela deixa o vestido cair levemente,

E vem explorar todos os meus corpos numa expressão mais físico-química

Do mesmo sentido completo de amor que eu já nem acreditava mais!

E eu, por amor e admiração, capturo toda essa expressiva atuação e a faço em letras,

Transformo-a em poesia!

sábado, 5 de novembro de 2011

Reportagem Jornal de São Sebastião. E mais notícias




04/11/2011 10:19

Município é sede de mais uma edição do Encontro Regional de Autores
No último mês, o prédio da Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo) foi palco para o XVII Encontro Regional de Autores – Recuperando Nossos Temas, promovido com o apoio da Administração Municipal de São Sebastião, através da Sectur, em comemoração à Semana Nacional do Livro, celebrada no final de outubro.
Com o objetivo de reunir autores das quatro cidades do Litoral Norte para uma troca de experiências sobre a literatura, o evento contou com a presença do diretor de Cultura da Sectur, Emanuel Araújo, da idealizadora do encontro, Maria Angélica de Moura Miranda, além de dezenas de pessoas entre professores, fotógrafos, pesquisadores, amantes da literatura e, como não poderiam faltar, os escritores.
Durante seu discurso de abertura, Maria Angélica se disse honrada de fazer este trabalho e fez uma retrospectiva de todas as edições do encontro. Através de fotos apresentadas em um telão, foram destacadas grandes personalidades das cidades que contribuíram para a cultura do litoral, como Marinho Garrido, de Caraguatatuba, sêo Alvinho, de São Sebastião e sêo Lourival, de Ilhabela.

Trabalhos
Este ano, a exposição contou com 44 títulos, destes, 18 autores apresentaram suas obras. Os primeiros trabalhos a serem apresentados foram os dos autores de Ubatuba, com o livro “O Poderoso Guerreiro”, de Rizola Pereira de Oliveira.
Segundo a autora, sua obra possui uma grande influência de sua ideologia, o cristianismo. “Há várias passagens da bíblia na obra. Porém o livro não é religioso. Ele conta a história de Joel, um ateu que tem diversas desilusões na vida” disse Rizola.
A jovem de 25 anos, Joyce Fernandes, moradora de São Sebastião há 3 anos, mas nascida em Ubatuba, apresentou seu livro “Percepção Ambiental” e destacou a importância do encontro. “Eventos como este nos possibilitam conhecer mais sobre a nossa própria história. Sem conhecer o passado não sabemos para onde iremos, por isto o encontro de grande valor”, completou Joyce. O autor do livro “Cordelzinho Cirandeiro”, Mauricio Poeta, de Caraguatatuba, ao apresentar sua obra, também falou sobre relevância do evento. “Ele divulga autores de todos os gêneros. Isto nos motiva a estarmos aqui todos os anos”, afirmou.
Um dos autores mais esperados do encontro foi Edgar Izarelli de Oliveira. Portador de necessidade especial, o jovem poeta contou com a ajuda de sua mãe para declamar a poesia “Medo nunca mais”, de seu terceiro trabalho chamado “Infinitivos”.
De acordo com Oliveira, neste livro tudo é possível. “É um trabalho diferenciado, pois grande parte dos meus trabalhos é de romantismo. Não que este não seja romântico. Mas não trata de amor entre homem e mulher, mas sim amor pela vida, pelo bem e pelo mal, pelo racional e irracional, pela realidade e pela fantasia, sempre em dualidade”, informou o escritor.
Após a explanação de suas obras, todos os escritores foram presenteados com o “Atlas Ambiental” elaborado pela atual gestão municipal sebastianense. Ao final do encontro, os participantes continuaram com uma saborosa confraternização.

O encontro

Idealizado pela escritora Maria Angélica de Moura Miranda, como forma de homenagear os autores e também sua mãe, a poetisa Beatriz Puertas de Moura, in memorian, o encontro começou com a exibição de antigas fotos do grupo em vários outros encontros realizados pela região do Litoral Norte, como homenagem póstuma a alguns dos colegas, bem como uma apresentação aos novos integrantes da experiência alcançada pela turma ao longo dos anos. Por um período de 13 anos consecutivos, o evento aconteceu nas dependências do Tebar Praia Clube, em São Sebastião. Em 2005, sua realização foi em Ilhabela. Já em 2006, foi Ubatuba quem recebeu o encontro. Em 2007, a vizinha Caraguatatuba sediou o evento. A reunião dos escritores ficou parada por dois anos e foi retomada em 2010, pela primeira vez com o apoio de uma Administração Municipal, no caso a sebastianense.
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Bom dia, gente! Tirei o dia hoje pra dar as notícias a vocês! Além de participar pela segunda vez deste maravilhoso evento onde sempre fazemos novas amizades e ampliamos o círculo de conhecimento, eu entrei para o circuito de saraus da região de Embu das Artes e conheci vários artistas. Uma das quais eu gostaria de aprresentar. Ela é uma poetisa que recentemente lançou se primeiro trabalho chamado "Janelas Descobertas" (particulamente devo dizer que adorei o livro, já li duas vezes), estou falando da minha amiga Daiana Fonseca. Seja bem-vinda, Dai! Pra quem quiser conhecer um pouco do trabalho desta revelação poética, clique AQUI e visite seu Blog! Como já sabem, estou preparndo juntamente a um grupo de amigos um sarau a céu aberto, a boa notícia é que já tem data e local: Largo 21 de Abril, no Centro de Embu das Artes, dia 27/11/11 durante a tarde. Mas a maior novidade talvez seja que Infinitivos virou Peça de Teatro e vou atuar! Estamos no início dos ensaios e o texto ainda está em discussão, é projeto para o ano que vem, mas o procsso até que está sendo rápido. Ah! Pera ai! Tem mais. Durante minha curta estadia em Ubatuba, Luis Pavão da "Ubatuba em Revista" me entrevistou e me ofereceu uma coluna de poesias em sua revista. A matéria sai ainda neste mês, creio que acompanhada da primeira poesia.
É isso! trabalhando muito vou seguindo a vida!
Abraços!
Ed!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Bom dia! V

Bom dia!

Desejo que hoje você mantenha o humor e o astral elevados e freneticamente loucos, tanto ou mais que as situações apressadas e apertadas nas quais você tenta viver em paz.

Afinal, é só a loucura de um riso desprendido e propriamente impróprio que torna a loucura das nossas vidas um ponto a mais tolerável na balança destes dias fechados.

E é assim, te dando de presente aberto a loucura da liberdade de sorrir, que quero te ver menos triste e mais feliz!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Iniciativa.

Movimento Artístico Virada Sarau das Artes a Céu Aberto em Embu!

Objetivo: Através de saraus realizados em pontos de lazer e datas propicias ao turismo, difundir a expressão artístico-cultural própria da cidade e região, enfatizando a literatura; visamos demonstrar a contraparte prática das artes literárias para grandes massas; disseminando e divulgando, assim, o gosto pela literatura em suas mais variadas possibilidades de expressão dentro da contemporaneidade e dentro deste foco, especificamente, atentar para a produção local e incentivar novos autores e críticos; movimentando, portanto, grande comunidade artística de diversos gêneros e linhas.

Tal projeto pode se operar em conjunto com foto-protesto (A Fotografia de protesto: Exprime sentimentos e anti a algo, utilizando a foto ASPE “Art Sens Psico Emocenica” metodologia de Kalixto Fausto - Onde as pessoas irão congelar uma emoção de pavor, raiva, desgosto, etc. Captar estas emoções e transformar isso em um movie ASPE - Possivelmente com uma crônica). Assim, combatemos as diferentes formas de violência e preconceito enquanto incentivamos a produção cultural em nossa cidade, apresentando a arte como opção à intolerância e preconceitos. Sendo, por todo o supracitado, um evento não só cultural, mas de cunho educativo e cidadão.

O evento: É um movimento artístico apartidário, agnóstico, livre e com voz representativa, aberto a toda a população presente no local.

O local: Gostaríamos de utilizar locais públicos de grande circulação e a céu aberto, para atingir parte massiva da população como o Parque do Lago Francisco Rizzo e o Largo 21 de Abril (Praça do Coreto, Centro) e outros espaços da cidade.

Datas: A idéia inicial era fazer dois encontros em um final de semana em dois locais diferentes atingindo um publico maior, caracterizando mais propriamente uma “virada”. Decidimos, porém, fazer uma espécie de “ensaio”. Temos em mente fazer um encontro bimestral no último Sábado do mês em horário fixo das 14 às 18 horas.

A idéia ainda está em discussão, portanto, comentem.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Uma poesia renovada.

Boa noite, gente!
Essa poesia eu escrevi no ano passado, por volta de outubro... Mas, na época, eu senti que faltava uma parte. Os versos pareciam ser de duas poesias grotescamente afuniladas em uma só. Eu peuei essa poesia esses dias, pois estou participando de vários Saraus e preciso de poesias pra recitar.... (gente, tenho muita coisa pra compartilhar, muitas novidades; depois farei um post só com as notícias)... Bom, percebendo que a poesia estava em aberto e mal-acabada , resolvi re-trabalha-lá. Pensei em separar ela em duas, entretanto não encontrei mais, dentro de mim, o ponto certo de ruptura nem o ritmo exato da poesia. Decidi, então, re-amarrar com uma estrofe extra e um re-arranjo de alguns versos... Como resultado final dessa experiêcia impar na minha carreira e filosofia artística, obtive a seguinte poesia. Espero que gostem! Abraços!

Tempo louco

Edgar Izarelli de Oliveira


Que bom que a loucura desse tempo

Não é tanta

A ponto de esquecer de me trazer o Sol

Após a chuva de lágrimas que derramei

Nesse tempo louco...


Ainda bem que o louco do tempo

Ainda conserva um pouco de bom senso

E recomeça a contar os segundos

Dos nossos loucos lados ocultos

Antes que a loucura me deixe triste...


Que bom que esse tempo louco

Guarda um pouco de amor no coração

E derrete essas loucas horas

Até que o ouro da felicidade

Brote fácil da terra molhada dos meus olhos...


E esse louco tempo

Ao menos demonstra ter piedade

No momento em que não me permite fazer

Da sua loucura apressada

A minha triste loucura desvalorizada...


E o tempo apesar de louco

Na sua bondade ainda me diz

Que eu posso ser feliz pelo tempo que quiser

Se conservar, em mim, uma vírgula pra respirar

E ser eu mesmo...


E que bom que o tempo, de tão louco, se divide em mil

Pra respeitar a minha ansiedade, inspiração e minhas lágrimas.

Sob as águas do meu tempo

Mundano e íntimo se separam

Deixando somente a transpiração da poesia que perdi

No tempo vazio de outros olhares secretos!


Eu tinha esse tempo, o tempo certo da poesia,

Correndo dentro da principal artéria da minha alma

E quis o espaço, o espaço independente da loucura...

Queria um espaço pra ser louco...

Louco por amor, louco por medo, louco pela vida...

O tempo me cedeu um colo, uma mão, um beijo...

Agora preciso de tempo pra achar alguma poesia dentro de mim...

E minha alma balança a calma entre a tristeza e o sorriso

Sem escrever mais versos vivos,

Mas sem ânsias e correrias atrás do dado da sorte...

Eu quero achar o tempo certo de fazer as pazes com minha arte

Mas esse tempo louco insiste em matá-la...

Nenhum poeta é feliz sem palavras!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Bom dia

Bom dia!

Desejo que hoje você descubra que o amor que guardas dentro do peito, pode ser a cura de muitos males de pessoas próximas ou nem tanto...

Mas, principalmente, o amor, se expresso, pode curar-te a ti mesmo num ato de recriação universal das células dos sentidos e formas abundantes no interior!

Afinal, o amor é a maior das forças capazes de transformar nossas vidas para sempre, deixando marcas de experiências profundamente ricas em nossas almas.

E é assim, expressando todo o amor que tenho pra te dar a cada dia, que eu espero redescobrir a cada noite a cura pras dores que ainda anseiam um beijinho carinhoso de quem pode expressar a cura de corpo e alma em uma só integridade!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"Bom dia!!"

Bom dia!

Desejo que hoje tua criança apareça trazendo sorrisos leves e brincando com tudo!

Afinal, de nada vale ser adulto o tempo todo.

Aproveitemos a parte que se conservou, ao menos durante algumas horas

Por que é assim, brincando com o mundo que descobrimos o que realmente tem valor na nossa vida!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Projeto: "Bom dia!!"

Bom dia!

Desejo que hoje, ao abrir os olhos, você veja apenas os sentimentos sinceros do mundo.

Afinal, são os sentidos abstratamente concretos que movem o mundo.

E é assim, te mostrando o lado de ser sensível, que eu quero mover o teu mundo!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Certo, compartilho mais um texto antigo, então?

Ser Poeta

Edgar Izarelli de Oliveira



Ser poeta é se perder

E achar-se, dentro da perdição,

Em vagas especulações

Dos mais sinceros enigmas

De um mundo sedento por respostas provadas.


Ser poeta é vagar constante,

Constantemente inconstante,

Num labirinto erótico,

Localizado entre a linguagem e sua sensibilidade.


Ser poeta é fugir, de livre e espontânea vontade,

Da brutalidade concreta das mentiras do mundo exterior,

É escapar para dentro de si e ali exilar-se,

Onde há formas superiores de expressão

E a força bruta dos dias pode nem existir.

É alinhar-se, por querer, com o delírio...

Ser poeta é mesmo ter grande quantidade de loucura

Nadando no sangue dos pensamentos.


Ser poeta é eleger, por gosto e necessidade,

A poesia como a dona dos maiores prazeres

E, para ela, estar sempre disponível e sempre amável.

E, nas madrugadas errantes, ter como corpo mais cobiçado

Flexibilidade da caneta bailarina e a suavidade da folha branca.


Ser poeta é querer fazer poesia de tudo,

Das coisas cotidianas até o que não cabe em palavras.

É querer versificar o irreal, o inimaginável, o impossível...

E isso, muitas vezes, atrapalha...

Mas acima de tudo ser poeta é nunca ser compreendido por quem mais se ama,

É achar em si a própria segurança e estímulo pra continuar...


Ser poeta é estilo de vida,

É casar-se com a arte escrita, casar-se com a poesia,

Essa mulher que, como todas as outras,

É metade santa e metade maldição,

Entre tantas outras metades que toda mulher apresenta.

E ser poeta é fazer da mulher amada a fonte de poesia!

sábado, 1 de outubro de 2011

Projeto: "Bom dia!!" (explicação)

Bom dia, gente!

Bom, o estlo de poesia que criei ano passado e chamo de "Bom Dia!" caracteriza-se por ser curto e concentrado, geralmente de quatro versos sendo o primeiro sempre "Bom dia!", passando sempre uma boa mensagem pra alegrar ou tentar melhorar o dia das pessoas.

Começou a ser criado sem querer, numa estrofezinha que criei pra animar uma amiga que estava passando por uma situação complicada. ficou bonitinha e mandei também pra alguns outros amigos meus. Depois tentei fazer uma poesia fechada, a qual, se bem me lembro, continha sete estrofes destas. Aconteceu que no ia seguinte eu escrevi mais duas... Resolvi, então, deixar aberta e considerar cada uma das estrofes uma poesia isolada. Durante três meses, mais ou menos, eu consegui manter uma produção diária para compartilhar com as pessoas que gostavam de receber as mensagens. Cheguei a utilizar essas estrofes como recurso em outras poesias. Após o segundo trimestre do ano passado, as estrofes param de visitar minha cabeça. De vez em quando eu escrevia mais uma, mas era raro... Agora parece que recuperei a essência desse estilo.

Sobre o projeto: Quero animar o dia de mais gente, mas é claro que não vou postar um por dia. Ficaric chato. Estou pensando em dois por semana... Espero que gostem :)

Abraços
Ed

Projeto: "Bom dia!!"

Bom dia!

Desejo que hoje, e todos os outros dias, você esteja irresistível, fascinante e contagiante, ainda que estejas triste, e possa me inspirar.

Afinal, toda manhã, eu quero criar uma maneira de inundar exclusivamente o teu dia, te despertando dos sonhos, todo dia, com as águas reais da poesia.

E é assim, sendo apenas eu mesmo e deixando minha alma acariciar fluentemente tuas faces, que eu quero me encaixar na tua vida e em toda a tua expressão de vida!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma pessoa especial me pediu para ler... Resolvi partilhar com todos!


O guarda-chuva
Existem momentos inesquecíveis na vida da gente, momentos que marcam alguma coisa, seja ela boa ou ruim... mas na tristeza sempre há alegria e vice-versa. Faz pouco tempo que passei por um momento que sei que não me esquecerei, um momento de decisão. As escolhas do coração às vezes não parecem ter razão, mas, se Deus escreve torto por linhas certas, o que impede de trocar o coração pela cabeça e pensar certo com órgãos trocados?
Bom, vou lhes contar o que houve comigo, julguem-me por si mesmo, não é uma história tão cumprida... penso eu.
Me chamo Rafael, sou um jovem homem, cresci há poucos dias atrás, era uma tarde de chuva, a manhã desse dia foi ensolarada, a chuva começou por volta de meio-dia... puro azar meu, tinha um compromisso inalterável, inadiável, ia ajudar um amigo a preparar uma festa de aniversário para a irmãzinha, digo irmãzinha por carinho, era, na verdade, um pouco mais nova que eu, mas era a mais nova da família dela, era minha amiga a muito tempo. Bom, pra complicar eu teria que ir a pé, minha família estava viajando e os carros foram com ela, e a casa desse meu amigo ficava do outro lado da cidade, a festa seria naquela noite, meu amigo, Gabriel, contava comigo, não ia decepcioná-lo por causa de uma chuva fraquinha daquela; alem do mais, a cidade é pequena...
Eu ia e eu fui! Apanhei algumas moedas, na verdade foram dez reais, caso precisasse de condução, e um guarda-chuva, sai, eram por volta de meio-dia-e-meio. Tranquei a casa, abri o guarda-chuva e sai... esse guarda-chuva merece algumas palavras...
Era de uma menina, minha amiga de infância, a primeira mulher da minha vida, ou o primeiro amor, pelo menos isso, não a primeira mulher, o primeiro amor! Bom, ela, Silvia, havia me emprestado o guarda-chuva quando tínhamos doze anos de idade, sete anos se passaram, e ele ainda estava inteiro e ainda me protegia.
A vida, às vezes, tem meios estranhos de nos fazer mudar, digo isso, pois, no caminho vi Silvia andando na chuva sem guarda-chuva, corri até ela, oferecendo-lhe proteção, ela aceitou.
- Meu guarda-chuva!- disse ela se encostando a mim, claro que pra se proteger da chuva, não a interprete de torto.
- Pra onde vai na chuva, Silvia?- perguntei eu.
- Tava na casa de uma amiga, mas, agora vou pra casa, me arrumar pra festa da Lu, irmã do Gabriel!- respondeu e emendando, me perguntou, com carinho.- E você pra onde vai?
- Por coincidência, tô indo ajudar o Gabriel.- respondi e também emendei com carinho.- sua casa fica no caminho, né?
- Sim, fica sim.- disse ela sorrindo entre a ingenuidade de menina e a sensualidade de mulher.
- Vem comigo... te deixo na sua casa.- disse e justifiquei-me.- Se você andar muito na chuva pode ficar doente.
Ela simplesmente aconchegou-se a mim e me deu um beijinho no rosto. Esse era o sim, o não seria um desvio do olhar e um caminhar chuvoso debaixo da chuva. Claro, nos conhecíamos bem, éramos amigos de infância, mas advirto ao leitor que já está esperando algo mais quente... advirto que nunca nem sequer um beijo nos lábios trocamos... embora já tivéssemos chegado perto disso numa brincadeira de verdade ou desafio, tão comum na minha época essa brincadeira... bom, mas nem assim, nem na hora dessa brincadeira, eu a beijei, por medo, que fique claro, não era falta de desejo.
Alias, esse dia de verdade ou desafio não me saia da cabeça. Todas as outras meninas, todos outros beijos que não tive o prazer de desfrutar, toda minha adolescência se consumiu nesse desafio, beijar os lábios de Silvia.
Mas, na rua, a chuva aumentou de repente, por volta das 13:00 horas. Achamos melhor pegar um ônibus, pegamos, tive ainda que pagar por ela, estava sem dinheiro a garota... mas, bem, isso não vem muito ao caso. Sentamos num dos primeiros bancos, o ônibus estava vazio, avistava-se algumas pessoas dormindo lá nos últimos lugares, mas era só. Sentamos e ficamos de bate-papo.
No ponto seguinte entra uma pessoa que me abordou com um docíssimo “oi”, ao olhar para cima vejo que se trata, agora sim, da primeira mulher da minha vida.
- Oi, Paula.- respondi com carinho.
Paula, a conheço a tão pouco tempo, cerca de quatro meses, e já a amo, ela invadiu minha vida com uma presença tão forte, de uma maneira tão linda e bárbara que me era impossível não ama-la.
- Posso me sentar?- perguntou Paula gentilmente.
- Claro.- respondi e me ajeitei para ela sentar-se ao meu lado direito. Depois que ela se sentou, fiz as apresentações necessárias. Ela e Silvia não se conheciam.
Elas se cumprimentaram, de maneira cordial, mas de longe. Dei um pouco de atenção pra cada uma, como um cavalheiro, mas juro-lhes que para mim estava sendo difícil, não só dividir a atenção, mas também, por me sentir preso a Silvia e querer estar com a Paula. Me sentia entre o passado e o futuro.
No meio dessa conversa, ficamos sabendo que Paula também estava indo para a festa da Lu, mas ela, como eu, tinha planos de ir direto para lá.
Descemos no terceiro ponto após o embarque de Paula, abri o guarda-chuva, não era grande, mas dava para nós três nos protegermos da chuva. Ai começou a polemica, Silvia precisava ir pra casa que ficava pelo caminho mais comprido para casa do Gabriel. Já Paula queria ir pelo caminho mais curto. Depois de dez minutos de argumentação, eu só ouvindo, não chegaram a lugar nenhum. Foi então que Paula disse pra mim numa voz muito feminina:
- Rafa, tome um partido... Afinal o compromisso é seu!
Por um instante meu coração parou, eu sabia que eu tinha que tomar uma decisão. Olhei para ambas, olhei para dentro de mim... e quando estava quase decidindo ir com a Paula, Silvia me lembrou:
- Você disse que me levaria pra casa sem que me molhasse, lembra?
- Lembro.- respondi e virando-me para Paula, perguntei, depois de alguns momentos de reflexão.- Preciso leva-la pra casa, sem se molhar, você se importa de pegar chuva?
Paula, olhando-me bem no fundo dos olhos, respondeu:
- Com você, não!
A olhei bem no fundo dos olhos também. Tomei minha decisão, cresci. O momento chegou, era hora de crescer. Dei o guarda-chuva para sua dona, Silvia, que ainda murmurou que precisava me pagar a passagem de ônibus, que não gostava de ficar devendo nada, palavra que não retruquei, simplesmente a abracei e lhe disse no ouvido:
- Qualquer dia você me paga, tá bom? Tenho que ir ajudar o Gabriel...
Ela me olhou nos olhos e me deu um beijinho no rosto. Depois desviou o olhar e foi andando, levando consigo o guarda-chuva; não sei se olhou pra trás. Eu fui pelo caminho mais curto, debaixo da chuva; mas de mãos dadas com a Paula nem parecia chover, chegamos por volta de 13:35 à casa de Gabriel, arrumamos tudo. Lu chegou do cabeleireiro e do shopping, fomos os primeiros a cumprimentá-la e comemorar com ela. Foi muito divertida essa tarde, durante ela a chuva parou, eram 18:00 horas quando a lua apareceu.
E à noite a festa começou animada, Silvia chegou por volta das 20:40, se divertiu também. A Lu não é o tipo de garota que reclama quando alguém chega atrasado, recebia a todos, animava a todos, é mesmo uma cativante menina!
E num canto escuro da festa, sem mais demoras, de mãos dadas, beijei os lábios de Paula!
Edgar Izarelli de Oliveira

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma madrugada de trabalho para criar

Equinócios em Claro (Folha Branca, Primavera, Madrugada)

Edgar Izarelli de Oliveira


Exploro mais uma folha branca,

Procurando as folhas coloridas do Outono,

Mas, acho que esqueci: é final de setembro,

Porém, estou preso ao ar primaveril do hemisfério sul.


As aves migratórias me são estranhas,

As flores, o sol, a luz, as roupas brancas na rua,

A limpeza abrindo espaço para que o Verão,

Aquele chato, espaçoso e fútil do Verão,

Possa voltar e, com aquela linda chuva de raios

(ao menos, a chuva continua linda nessa época enfadonha do ano),

Quebrar tudo que consegui construir de bom e confortavelmente quente

Durante a visita aconchegante e culta do meu querido Inverno.

E quanto de mim, ainda hoje, consegui salvar. Quanto ainda há pra ser salvo?

E para quê? Se o Verão vai levar tudo no primeiro temporal de novo...


Exploro essa folha vazia na tentativa de salvar parte do Inverno,

Algum prazer que me desperte amanhã,

Algum fôlego gemido, suspiro resmungado, pedindo mais um pouco,

Mais um pouco desse romance inteligente e diferente que ainda não terminei de ler,

Mais um pouco das coisas que redescobri, realinhei e reaprendi no Outono,

Um pouco mais dessa chama que conservei viva, escondida debaixo do cobertor,

Mas parece que um vazio imenso já está me preenchendo, me dispersando no ar.


Me entupo de sobremesas frias e chocolate meio-amargo,

Mas o sabor da constatação, bem mais amargo do que a metade do chocolate,

Parece que vai ficar na minha boca durante anos...

Eu ainda tento me equilibrar entre dias e noites, entre a doçura e o sarcasmo,

Mas de repente me parece que amadurecer significa aprender a beber

Café puro de manhã, chá gelado de boldo com carqueja, cerveja na padaria,

E esquecer o cappuccino, chá quente de cerejeira com mel nas tardes frias de Inverno,

E a taça de vinho de qualidade apurada depois de um bom jantar íntimo.

Amadurecer, de repente me parece ruim, de repente me parece perder as emoções

E ter um coração vazio guardado na geladeira ou no freezer, peça de carne,

Pra churrasco com festa na piscina da casa de praia...

Não estou disposto a fazer isso comigo mesmo.


Vou dar mais uma chance a alguma fada que ainda acredite na Primavera,

Assim como essa folha explorada durante toda uma madrugada ainda se compraz

E, de um jeitinho só dela, ainda me dá uma chance de escrever algo que valha a pena.

Não me deixe só, não agora, que a aurora ainda pode nos revelar algo de bom,

Alguma surpresa, voz de inspiração pra que alguma nova poesia floresça,

Trazendo novas pétalas de linguagem, novos sentidos para nós,

Invenções mais minhas ainda, quem sabe, mais nossas,

Só não nos deixe murchar em botão... Em botão, não!

Eu quero expor nossas emoções ao sol!