Essa poesia eu escrevi no ano passado, por volta de outubro... Mas, na época, eu senti que faltava uma parte. Os versos pareciam ser de duas poesias grotescamente afuniladas em uma só. Eu peuei essa poesia esses dias, pois estou participando de vários Saraus e preciso de poesias pra recitar.... (gente, tenho muita coisa pra compartilhar, muitas novidades; depois farei um post só com as notícias)... Bom, percebendo que a poesia estava em aberto e mal-acabada , resolvi re-trabalha-lá. Pensei em separar ela em duas, entretanto não encontrei mais, dentro de mim, o ponto certo de ruptura nem o ritmo exato da poesia. Decidi, então, re-amarrar com uma estrofe extra e um re-arranjo de alguns versos... Como resultado final dessa experiêcia impar na minha carreira e filosofia artística, obtive a seguinte poesia. Espero que gostem! Abraços!
Tempo louco
Edgar Izarelli de Oliveira
Que bom que a loucura desse tempo
Não é tanta
A ponto de esquecer de me trazer o Sol
Após a chuva de lágrimas que derramei
Nesse tempo louco...
Ainda bem que o louco do tempo
Ainda conserva um pouco de bom senso
E recomeça a contar os segundos
Dos nossos loucos lados ocultos
Antes que a loucura me deixe triste...
Que bom que esse tempo louco
Guarda um pouco de amor no coração
E derrete essas loucas horas
Até que o ouro da felicidade
Brote fácil da terra molhada dos meus olhos...
E esse louco tempo
Ao menos demonstra ter piedade
No momento em que não me permite fazer
Da sua loucura apressada
A minha triste loucura desvalorizada...
E o tempo apesar de louco
Na sua bondade ainda me diz
Que eu posso ser feliz pelo tempo que quiser
Se conservar, em mim, uma vírgula pra respirar
E ser eu mesmo...
E que bom que o tempo, de tão louco, se divide em mil
Pra respeitar a minha ansiedade, inspiração e minhas lágrimas.
Sob as águas do meu tempo
Mundano e íntimo se separam
Deixando somente a transpiração da poesia que perdi
No tempo vazio de outros olhares secretos!
Eu tinha esse tempo, o tempo certo da poesia,
Correndo dentro da principal artéria da minha alma
E quis o espaço, o espaço independente da loucura...
Queria um espaço pra ser louco...
Louco por amor, louco por medo, louco pela vida...
O tempo me cedeu um colo, uma mão, um beijo...
Agora preciso de tempo pra achar alguma poesia dentro de mim...
E minha alma balança a calma entre a tristeza e o sorriso
Sem escrever mais versos vivos,
Mas sem ânsias e correrias atrás do dado da sorte...
Eu quero achar o tempo certo de fazer as pazes com minha arte
Mas esse tempo louco insiste em matá-la...
Nenhum poeta é feliz sem palavras!
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