EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

domingo, 1 de janeiro de 2012

Gênesis - 4º Capítulo

Realmente, a solidão é um dos melhores remédios para um choque dessa densidade. Eu me lembro de ter atravessado o corredor a passos largos e decididos, embora os olhos mostrassem a minha alma claramente perdida. Aquele corredor vazio, somado às palavras do professor Sérgio, me trouxe lembranças de como a vida já havia sido mais feliz, mais fácil e mais falsa. Eu já não tinha como evitar, alguém finalmente havia descoberto meus “quartos secretos”. Eu estava mesmo fugindo das emoções de tanta dor que elas já tinham me causado. Segundas chances que nunca me foram dadas haviam transformado minha pessoa. Foram duas vezes e eu não queria a terceira por saber que não ia aguentar.

Quem disse que instinto e razão não se combinam?

No meu caso, o instinto de auto-preservação se aliou muito bem ao pensamento racional. Eu entrei num banheiro para deficientes físicos, tranquei a porta e me apoiei na barra da pia para me olhar no espelho. Comecei um curto monologo interior no qual eu avaliei a situação com calma, ver minhas lágrimas escorrendo me trouxe ainda mais lembranças fortes:

Meus melhores amigos, aqueles que eu considerava como irmãos, me acusaram de falsidade quando tentei proteger a nossa amizade da verdadeira pessoa falsa, ainda lutei para reatar os vínculos, mas eles não me deram nem sequer a chance de me explicar. Golpe duro, mas superei graças à Felícia, minha namorada, que, depois de seis meses ao meu lado, interpretou como traição um pedido de socorro, terminou comigo e, lembre bem, Carlos das emoções, como você se humilhou pra ela voltar com você, por que a vida sem ela já não tinha sentido nenhum. Ri um riso irônico. Ela me deu uma segunda chance? Não! Mas, mesmo assim, tentei de novo, expliquei de novo que minhas intenções eram justamente evitar a traição, pedi perdão um milhão de vezes pelas mais variadas razões que eu havia imaginado poder magoado ela. Adiantou? Nada! Tentei ainda uma terceira vez, já sem coragem nenhuma... A carta num envelope rosa me devolveu alguma esperança. Esperança que resolvi guardar viva e sempre perto de mim. Isso faz sete anos...

Minha mente ainda pondera se é melhor abrir logo a carta e matar ou viver de vez a esperança, ou se deixa-la fechada até o dia da minha morte, acreditando, sem acreditar, nas pessoas, é o melhor a se fazer. E, enquanto aceno para Marília, que chegou à porta da pensão faz pouco menos de um minuto, dando a ela a segurança de que eu estarei aqui até isso acabar, sinto o peso da carta de Felícia nas minhas mãos me relembrar que a racionalidade pode até me custar caro, mas me salvou a vida, através de um personagem de um romance. E me pergunto, ainda uma vez, por que Marília quer que eu leia essa carta?

E, ai, me lembro da cena pela qual estamos aqui, Marília dará uma segunda chance de uma segunda chance acontecer... Assim como eu, mas com uma diferença, ela tem a mim aqui. Eu estava sozinho, ninguém entendia o que eu estava fazendo, ou procurava me ajudar. Meus amigos, todo mundo me disse que não eram amigos de verdade. Felícia, todo mundo dizia que ela não merecia tanta loucura assim. E eu acabei esfriando, me tornei gelado e calculista. É estranho pensar que um abraço atrasado em sete anos, pode começar a mudar as coisas e preparar terreno para uma coisa maior e mais definitiva.

Letícia gosta de conversar comigo por que acha que interpreto o mundo de um jeito mais delicado, mais analista, com mais calma. É a única pessoa que tolera minha presença em seu espaço social, alias, é a única que me chama para junto de si. Devo agradecer a ela ainda esse fim de semana por isso. Só hoje percebi o quão sincera ela é. Eu achava que ela me queria por perto por interesse de aprender a utilizar o meu método de análise do mundo. Eu sempre achei que ela absorveria tudo que eu podia dar pra ela e depois me abandonaria no primeiro erro que eu cometesse; e eu já estava pronto para admitir que sair do abraço dela tinha sido um erro, logo, ela me deixaria.

Quem foi a única pessoa que me procurou pelo campus inteiro com um livro para mim, na mão, por que a mochila dela estava muito cheia? Letícia!

Letícia me encontrou debaixo de uma árvore, com um monte de livros abertos espalhados no chão, todos falavam de emoções, mas não sobre a perspectiva do movimento emocional dentro das relações humanas. E, embora eu não tivesse notado ainda, eu estava tentando achar a resposta que eu queria nas perguntinhas do professor Sérgio, caçando ela onde menos ela podia estar. Estava desesperado, sim, mas não a ponto de sacrificar o que me manteve vivo até hoje: a esperança.

Me lembro que segurava este envelope exatamente como seguro agora. Acaricio as dobraduras quase como se estivesse acariciando o rosto da minha ex-namorada. Era um apelo, naquela hora, como em tantas outras. Ao mesmo tempo em que me maltratava lembrando da dor que aquela separação me causou, me trazendo de volta a racionalidade; me fazia lembrar de quão bom era me permitir ter emoções ou, ainda melhor, me permitir vivê-las, e isso me mantinha num equilíbrio fraco que me permitia viver. Mas, agora, o carinho já é outra coisa que já nem sei o que é. Parece ser carinho puro, sem apelos ou lamentações.

Marília, na soleira da pensão, ainda hesita em tocar a capainha. Vejo ela estender forças para apertar o botão que chama a resposta e depois deixar o braço cair. Insegurança? Nem tanto. Eu conheço isso, mas não sei denominar. Assim como minha carta, toda a esperança dela, o sentido de sua vida, está nessa conversa. O que me faz lembrar da conversa que tive com Letícia. Minhas memórias... O que afinal querem me mostrar que eu ainda não tenha visto?

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Continua... No dia 4/1/12 às 15:00

Por favor, comentem o que acharam do capitulo de hoje!

Abraços, Ed

E Feliz Ano Novo a todos!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Gênesis - 3º Capítulo

“Relações humanas dependem de fatores básicos, fora, claro, as leis de espaço/tempo, sendo eles: o interesse, razão péla qual os indivíduos se aproximam para iniciar uma relação, ou mantê-la, e, sobretudo e primordialmente, a emoção que constitui o interesse. (...) O interesse nada mais é do que emoção que chegou ao estado de pensamento e está pronta a se expressar de maneira ordenada para que possa ser pesada pelo balanço racional de custo/beneficio, mas, fundamentalmente, ainda é emoção e, por isso mesmo, sujeito à instabilidade. (...) Uma vez que a relação entre indivíduos sofre qualquer impacto, podendo este ser de origem externa ou interna, positivo ou negativo, a emoção que gera o interesse é modificada, causando tensão, relaxamento, equilíbrio, ou desarmonia na balança racional, o que leva à manutenção ou ao corte da relação, dependendo do plano do interesse. Assim sendo, pod...”

Eu fechei o livro de capa dura e envelhecida que data de 1957. Meus pensamentos haviam parado no primeiro trecho do capítulo de introdução aos relacionamentos humanos e não conseguiam ir além. Simplesmente, não entendiam o interesse como emoção ascendida, pois, colocando dessa maneira, as emoções são as bases do pensamento racional. Não pude suportar essa idéia maluca. Olhei para o relógio de pulso de um rapaz que estava se segurando na barra de metal. Eram 17:45 de hoje, digo, ontem. Já são 2:00 da manhã e Marília ainda está pensativa, parou no meio do caminho e me procurou com o olhar ainda há pouco. Mas agora já está andando de novo...

Fechei os olhos para reanimar a mente, e instigá-la a ler para provar o contrario daquela teoria que me parecia perversa; aquilo me parecia teoria de poeta ou qualquer outra classe de artista, mas não de psicólogo renomado com pós-graduação em filosofia. Ouvi as meninas fofocando, os rapazes discutindo coisas da faculdade ou de futebol ou sobre as ordens erradas dos chefes, o motorista reclamando do trânsito, os motores passando ao lado, as rodas girando. Resolvi colocar o fone de ouvido de meu celular e ouvir uma música relaxante. Ah! Que tranquilidade...

Graças à minha estratégia de ficar na faculdade até tarde, pegar ônibus quando ainda estavam relativamente vazios havia virado hábito, e ganhava muito mais conhecimento também, pois, podia ficar conversando com os professores ou lendo um bom livro na sombra das árvores. Mas, certamente, a maior vantagem era o ônibus com lugar pra se sentar. Eu estava sentado e pude relaxar com a música e olhar pela janela as flores de ipê-roxo balançando ao vento e caindo na alameda sob a luz alaranjada do poente. Eu, alheio ao ambiente de stress do ônibus, só queria encontrar a resposta para a pergunta: “É possível dar uma segunda chance a uma mesma relação?”

Maldita pergunta daquele velho maluco, professor Sérgio, de psicologia inter-pessoal. Manhã de um dia de maio. Repliquei a explicação dele, afirmando categoricamente que o interesse racional é única razão para as pessoas ainda se relacionarem, dei exemplos usando a própria sala de aula: todo mundo ali se usava. O professor olhou no fundo dos meus olhos e me fez a pergunta fatal: “Você acredita mesmo nisso, senhor psicopata?”.

A classe riu. Eu queria responder que sim e me afirmar psicopata. Mas a resposta não veio, nem que sim nem que não. Meu lado humano ainda existia e ainda tinha força para lutar depois de anos de auto-opressão? Todos pararam de rir quando perceberam meu choque. Uma menina se aproximou e me abraçou por trás e falou ao meu ouvido:

- Carlos, ta rindo do que?

- Relações humanas, minha cara Letícia, podem causar esse tipo de choque mental/emocional...- explicava o professor quando eu interrompi.

- Sim.- eu disse entre gargalhadas.- Eu quero acreditar nas emoções, quero acreditar nas segundas chances, mas o mundo me fez racional à força...- fiz uma pausa de descanso.- Então, sim, acredito na racionalidade.- me soltando do abraço de minha amiga e recuperando minha seriedade.

- Coração partido?- disse o professor.- Entendo. Seu olhar sempre atento e frio é isolamento, defesa. Você tenta se defender das emoções e a melhor maneira de conseguir isso é sendo vigilante e intocável, não é?- ele me olhou com mais atenção.- Espere! Você não é racional, você ainda acredita nas pessoas, mas tenta racionalizar para evitar ter que pedir...- eu ia saindo da sala, enxugando algumas lágrimas sinceras.- Carlos, espere, fique!

- De repente parece que ganhei a sua estima, professor.- respondi num tom grosseiro.- Ta vendo como tudo é interesse...- olhei para ele com raiva.- O senhor só me quer aqui por que percebeu que sou o exemplo perfeito pra aula de hoje... Vai analisar minha mente num tipo de terapia grupal e depois se vangloriar por ter me curado. Mas essa é a minha cura, minha rede racional me impede de esperar grandes atos de bondade de pessoas medíocres...- lhe dei as costas e sai da sala percebendo que todos haviam se espantado. Do corredor ainda ouvi o professor me dizer que ele queria mesmo me ajudar e convencendo Letícia a me deixar um pouco sozinho.

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Continua... No dia 1/1/12 às 19:00

Por favor, comentem o que acharam do capitulo de hoje!

Abraços, Ed

domingo, 25 de dezembro de 2011

Gênesis - 2º Capítulo

Ela me beija. Um beijo rápido, no canto direito da minha boca, deixando um gostinho a mais de suspense. Agora sim, é oficial, não sei o que esperar dessa madrugada gelada! Minha mente que costuma ser questionadora, dessa vez me dá apenas uma resposta: ela não quis invadir o sentido estreito da outra carta, mas quis me dar o gosto de um beijo na boca... Por quê? Acho que tenho já duas partes da tríade nas mãos, as duas cartas. A terceira peça será a resposta que queremos.

Antes de partir para tocar a campainha da pensão, ela faz carinho no meu rosto. Um gesto de agradecimento. Eu repito o gesto, também devo muito do que sou agora a essa mulher. Em menos de oito horas, ela me transformou em outra pessoa.

- Carlos, obrigada por ter me trazido até aqui em sã consciência.- diz ela me olhando nos olhos.- Espero que eu saiba escolher o melhor e espero que você saiba escolher o caminho do seu coração.- ela deixa o braço cair e cruza as mãos à frente do corpo, mas o olhar continua fixo.- Se você não quiser, não precisa ficar e presenciar a cena final, pode ir embora, saberá onde me encontrar amanhã...

- Marília, eu não vou embora...- digo lutando contra todas as minhas inseguranças.- Prometi que ficaria com você até a resolução final e pretendo cumprir...

- Mas...- replica ela me olhando preocupada nos olhos.- Pode demorar...- ela ri do meu olhar e continua.- É, nada que eu diga vai te fazer me abandonar, né?- faço que sim com a cabeça e vejo a boca dela se mover sem voz me dizendo para ler as cartas.

E, com um sorriso amarelo nos lábios, ela se vira de costas para mim e vai andando devagar. De repente, uma dúvida me veio à mente...

- Marília!- chamo em voz baixa, ela para e se vira de novo pra mim com um olhar de “pode falar”.- Qual eu leio primeiro?

Ela ri um riso divertido, mas contemplativo. Riso filosófico, daqueles demorados e de som abafado.

- Penso que se eu disser “a minha” será uma atitude de fura-fila, e eu não sou fura-fila.- e, sorrindo, ela complementa num gesto de pura humanidade.- Quem sou eu para atropelar pessoas do seu passado? Sério, Carlos, não sou tão banal e frívola assim pra não respeitar a carta da Felícia, ainda mais sabendo o que ela escreveu. Leia a dela primeiro.- ela pisca o olho direito.- Claro, essa é só minha opinião. O juízo final será seu.- se vira e continua andando em direção a pensão, murmurando.- Coragem, Carlos! Coragem!

E lá vai Marília atrás da nossa resposta. Enquanto eu abro o zíper de um bolso frontal da minha mochila e pego o envelope cor-de-rosa já muito marcado por tantas dobras e amassados.

Deixo a mochila aos meus pés e me encosto ao poste numa atitude taciturna. Olho para as cartas e para o vestido longo que se distancia de mim tremulando ao vento de uma madrugada qualquer. Minha mente me abre dois caminhos de investigação diante dos fatos e matérias que se apresentam aos meus sentidos.

Uma análise lógica da última fala da minha acompanhante seria absolutamente inútil e fútil, não só por que não tem lógica ela estar afetivamente interessada em mim e, mesmo se estivesse, não faria sentido pedir para ler primeiro a carta da outra pessoa e depois insinuar para ler a dela; mas por que minha mente, pela primeira vez em anos, está desabilitada para trilhar o caminho lógico das coisas; restando, portanto, apenas o fluxo de lembranças que o tremular desse vestido branco, longo e estampado com borboletas e flores em tons diferentes de lilás e violeta, me traz e a inundação de sensações estranhas e bárbaras que me sobra do encontro com Marília. Esse vestido tremulando me lembra...

É estranho me render à corrente das lembranças emocionadas, parece que toda essa noite ainda está pulsando de alguma maneira. Parece que perdi a noção do tempo e passado remoto está lentamente se confundindo com o que acaba de acontecer e isso me assusta. Não, é pior que medo, pavor ou fobia... É incômodo, confuso, chega a doer, mas é alívio e prazer. Felicidade em perder o controle da mente, só eu mesmo! Rodo as cartas nas mãos enquanto observo, totalmente paralisado pelo gozo do momento, a ruptura de minha barreira lógica. A barreira sólida dos meus dias tremulando ao vento e eu rindo, feito criança! Que lindo!

Olho mais uma vez para o vestido de Marília... Ele me lembra... Me deixo levar agora e de uma só vez para dentro da história...

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Continua.... No dia 28/12/11 às 15:00


Por favor, comentem o que acharam do capítulo de hoje

Feliz Natal!!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Gênesis - 1º Capítulo


É... São quase duas da manhã e eu aqui, longe de casa, com frio, no meio da rua, a alguns metros de uma pensão barata num bairro famoso pelas republicas de alunos da faculdade próxima; prestes a assistir e, quem sabe, até interferir a uma cena cujo desfecho será, certamente, uma surpresa. Eu não tenho idéia do que acontecerá diante dos meus olhos, não sei nem mesmo se vou conseguir assistir calado, talvez eu seja mesmo impulsivo demais e parta mesmo em defesa de uma história que não é minha, talvez eu vire as costas para ela, por eu não aguentar ver, e vá embora sem olhar pra trás; ou talvez minha simples presença aqui já seja o suficiente para causar algo novo, inesperado, uma reviravolta! Talvez até já tenha interferido em demasia... Tudo o que conversamos pode ter mudado de maneira definitiva o curso dessa conversa, correnteza de sentimentos, dos gestos, das ações e reações de ambas as partes, mas eu não pude ser indiferente... Ela precisava de alguém e eu precisava de uma resposta... Inesperadamente, estou diante dela agora...

Quem disse que seria fácil achar uma resposta tão profunda?

Pode ser apenas impressão minha, mas ela já não é a mesma. Sinto, pela sua hesitação aqui ao meu lado, pelo ritmo lento de sua respiração, as mãos relaxadas, os olhos fechados e a cabeça baixa, que ela está tentando ser forte... Está tentando juntar palavras e sentidos no fundo da sua alma já tão consagrada nesse ramo. Sinto que nem ela, afinal, sabe o que esperar, mas está, ao menos, reflexiva. Já é um começo. Me lembro da expressão de desespero banhando seus olhos... Parecia loucura.

E lá vai ela agora, meio insegura, dando o primeiro passo ao portão da pequena casa, ainda de olhos fechados. Não me surpreende que esteja, assim, tão assustada. Até eu estou muito assustado; essa noite pode derrubar por terra toda uma vida construída do que restou de dor num coração, o MEU! Essa noite pode me provar que estou errado e, embora quase todos queiram privar-se de erros, a minha vida inteira eu sonhei em me desmentir, em me provar o contrário do que acredito, só assim voltarei a ter esperança nas pessoas. Estou com medo, estamos com medo e isso é perceptível. Mas agora já não tem mais volta, eu preciso dessa resposta tanto quanto ela.

Vejo ela abrir os olhos, dar alguns passos e voltar a cabeça para trás, procurando, na minha imagem iluminada pela luz de um poste, alguma segurança. Me vendo ali, de pé, encostado ao poste, com meus braços nus cruzados e olhando atentamente para ela, ela vira o corpo trêmulo devagar e deixa rolar mais uma lágrima numa expressão desatenta que eu conheço bem.

Meu deus, o que fazer agora? Quantas vezes eu já tinha lançado esse mesmo olhar morto a tantas incontáveis pessoas? Esse olhar que implorava um abraço apertado... Me lembro bem das vezes que meu mundo caiu ou estava para cair, quanta força um simples abraço podia me dar. Mas, aqui? É arriscado demais para ela mesma.

Eu hesito, ela percebe e vai virando de frente para a casa do destino e andando lentamente, como quem dá tempo a um artista de rua para que se exiba com calma antes de lhe dar a moedinha.

Um abraço pode salvar uma vida, pode salvar uma história como essa. Um abraço pode salvar essa mulher, pode transmitir a ela toda a segurança que ela precisa para continuar viva mesmo se a casa cair. Eu não ganhei esse abraço, as coisas pra mim sempre foram mais difíceis. Tive que aprender toda uma nova estrutura de vida, mais regrada e rígida. Tive que buscar sozinho os presentes que essa dor, essa mesma dor que ela está vivendo, me deu. Tive que montar novos sentidos de formas tão incertas que a lembrança faz escorrer uma lágrima de compaixão. Um abraço é tudo que ela precisa para não perder nada, nenhuma das belezas que ela possui; e eu jurei que nunca deixaria alguém passar pelo que passei, não se essa pessoa aceitasse a minha ajuda. Pois bem, ela está mais que aceitando a minha ajuda, está pedindo aquele abraço... Vai, Carlos, seja homem, rapaz! Tá na hora de cumprir com sua palavra!

- Marília, espera!- digo abrindo os braços e um sorriso leviano.- Vem cá! Sei que precisamos desse abraço.

Ela me olha. Um olhar desses que se perdem entre os laços formados num encontro, quando já não se sabe mais o que significam os sinais. Ela vem a passos largos e me abraça demoradamente, apertadamente, e encosta a cabeça no meu peito devagar, me relembrando minha infância e os toques das borboletas que pousavam em mim. Meu sorriso ganha ares de nostálgico e verdadeiro. Ela vai ficando alguns momentos nos meus braços, tão tranquila... Mas chega a hora inevitável. Ela se afasta devagar, como se quisesse evitar o choque da distância, põe a mão esquerda sobre o meu coração, aponta, com um meneio de cabeça, a minha mochila ao chão, depois tira da própria bolsa a carta que escreveu ao meu lado e me entrega aquele papel dobrado descortesmente.

- Carlos, é para você essa carta.- ela me diz com a voz firme e me olhando nos olhos.- Por favor, leia quando a cena acabar...- eu tento interromper, mas ela coloca o dedo indicador na frente dos meus lábios pressionando-os levemente e prossegue.- Eu sei o que você vai dizer. Apenas leia, eu te peço, leia. Não a guarde durante anos como fez a uma outra carta.- fazendo uma clara menção à carta que eu tinha mostrado a ela no ônibus.- Eu acho que você deve ler aquela carta também. Acho que surpreenderá e te devolverá a vida perdida...- ela adocica a voz para continuar.- Adorei essa noite. Deus me mandou um anjo quando eu mais precisava. Por favor, pegue a carta, Carlos.

Eu levo a mão, lentamente, mais inseguro, e pego a carta dos segredos daquela alma. Claramente surpreso por essa resolução. Essa carta não era pra mim, tenho certeza, e, de repente, ela chega às minhas mãos, entregue pela própria remetente, e acompanhada com palavras tão delicadas e bem escolhidas. Tudo, nessa noite de maio, parece ser surpresa! Espere, ela está aproximando o rosto do meu? Tento virar o rosto, me afastar depressa, mas minhas emoções, reativadas pelo curto tempo de convívio com essa mulher, querem ver até onde ela pode chegar, até onde ela pode me surpreender. Meu corpo entende e para o movimento inquietante da minha razão.

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Continua... No dia 25/12/11 às 8:00

Por favor, comentem, o que acharam deste primeiro capítulo...

Abraços, Ed

PS: Obrigado pela ajuda Hina-chan!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Agradecimentos...

Good Dawn, people!

Hoje eu acabei de corrigir o texto do “Gênesis” e estou separando as partes, está tudo pronto para estréia hoje!!!

Mas enquanto corrigia, eu senti uma vontade de compartilhar algumas coisas com vocês... Pra falar a verdade, esse texto ser parte da apresentação. Eu sei que esse blog não é mais um diário da minha vida pessoal há muito tempo, mesmo praticamente todas as poesias, contos e pensamentos aqui tornados públicos, embora tenham forte teor artístico, não deixam de ser uma expressão daquilo que eu sinto, penso e vivencio. “Gênesis” está longe de fugir disso. Assim como quase todos os outros textos prosaicos de minha autoria, este também metaforiza partes importantes da minha vida. Este trabalho talvez seja um dos mais importantes, pois, traz à tona todo um processo psico-emocional pelo qual passei. Muita gente que acompanha este blog vai conseguir “lincar” “As rosas do amor” e “Sonho de outono”, dois outros contos publicados aqui, através deste novo texto. Os mais atentos talvez consigam perceber ligações com textos mais antigos, como o já tão citado “O Retorno de Saturno”...

Bom, a questão é que todo esse processo psico-emocional que citei, foi uma depressão muito forte pela qual passei no começo deste ano e demorou muito tempo até eu começar a me recuperar. E, se hoje eu posso dizer que valeu a pena ter vivido esse ano, eu preciso agradecer a muitas pessoas.

Minha família que suportou aquele período de loucura tão bravamente. Realmente família é que segura a onda nas fases difíceis. Mãe, Pai, Vó, a nossa secretaria e meus primos, obrigado por tudo que vocês fizeram e desculpem pelo trabalho que eu dei...

Tive várias amigas que me ajudaram, amigas antigas que acompanharam essa história inteirinha, e sempre me ajudaram como podiam, com uma conversa, uma visita, enfim como podiam, Etel, Cris, Vê, Pa, Jessy(Capitu), Hina-chan, Lilly, Naiara (My Rose) e, principalmente, Mandy... Obrigado a todas vocês pelo carinho, atenção e tempo dedicado a mim quando eu mais precisei... Alias hoje é aniversário da Mandy... parabéns, minha querida amiga!!!

A todo grupo da aula de tango, dos saraus Tearte, CRJ Embu e do Itapoesia e os amigos queridos que fiz ou reencontrei de agosto pra cá graças ao Facebook, deixo meu sincero agradecimento, pois vocês movimentaram muito meus planos e minha vida... Mas, especialmente, Andréa e Viviane Neres, Ana Maura, Nana e Tamis Reis, Daiana Fonseca, Érica, Bárbara, Priscila e Jailma (minha fadinha), obrigado minhas queridas, vocês todas me estimulam tanto a crescer profissionalmente e como pessoa, não quero nunca perder o contato com vocês!!!

Mas... Tem alguém que me acompanhou o ano todo e fez de tudo pra me ajudar, Nataly... Eu tive a sorte ou o merecimento, sei lá, de ser encontrado rapidamente por alguém que realmente me entende, entende minha mente e sentimentos, minhas palavras gesos, e me faz bem. Ela soube, em todas as fases, o que dizer e o que fazer pra me ajudar a me restabelecer e ficar bem comigo mesmo e com o mundo. Ela me ajudou fazer as pazes com valores meus, me ajudou a alcançar uma nova fase poética, devolveu a mim a essência dos bons dias e está me ajudando a encontrar uma maturidade emocional e mental que nem sei descrever de tanto que combina com aquilo que eu sempre almejei alcançar. Enfim, o crescimento que tive e ainda estou tendo em todas as áreas da minha vida com ela ao meu lado é maior e melhor que todas as outras experiências que já tive até aqui...

Natty, dizer obrigado é pouco perto de tudo que você representa na minha vida!

Talvez, essa “novela” que escrevi e vou postar aqui tenha um significado muito maior pra nós dois, Natty, eu gostaria muito que você acompanhasse esse meu pressente que é especialmente dedicado a você! Eu estava te devendo isso desde maio... Eu acho que você vai gostar...

Eu acho que todos vão gostar...

Abraços a todos

Ed

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Gênesis- Apresentação.

Boa noite, pessoas!

Hoje vou fazer uma breve apresentação do meu novo trabalho chamado “Gênesis”.

Acabo de terminar de escrever, vou passar uma correção, e, na quinta-feira, dia 22/12 , começarei a postá-lo em forma de capítulos aqui, somente aqui, como aconteceu com meu conto “O Retorno de Saturno”. Será o meu presente de Natal para vocês..

Primeiramente, quero avisar que possui temas adultos, portanto, não é aconselhável para menores de 16 anos, mas claro que é só um conselho...

Dito isto, deixem-me explicar porque não estou classificando este trabalho em nenhuma denominação literária. Ele começou a ser desenvolvido em Maio deste ano, com o cálculo de ser um conto de mais ou menos 20 páginas, mas eu não consegui chegar nem à metade da trama nesse espaço; acabei concluindo na 42ª página, tendo uma extensão que não condiz muito com a de um conto tradicional.

Um outro problema encontrado no enquadramento deste trabalho dentro de uma classificação conhecida é a questão dos núcleos narrativos. Para simplificar um pouco e manter minha política de literatura para todos, o núcleo narrativo é o que dá liga aos diversos “ingredientes”de um trabalho literário narrativo, que conta ou noticia uma historia ou fato. Em outras palavras, é “o quê”, no sentido de substantivo, “a coisa” que se está contando. Então, por exemplo, o lide, o primeiro parágrafo de uma notícia, aquela frase que fica embaixo do título, sempre apresenta o núcleo da noticia: “Fulano de tal anunciou ontem que vai se aposentar por invalidez.” Então o jornalista desenvolve o texto em cima disso. Em contos, geralmente, o núcleo fica nas entrelinhas, mas, para ser considerado conto, é necessário que se tenha apenas um núcleo. Sinceramente, eu não sei se tem apenas um núcleo, embora todo enredo do trabalho se passe em apenas uma hora. Bom, fica a discussão para os literatos de plantão. Quem descobrir em que categoria se encaixa esse trabalho, me diga!

Bom, talvez o título chame atenção nessa época do ano, com o Natal logo ali, mas não se trata de um trabalho natalino e, além do título, pouco se aproxima de temas religiosos, embora debata muito diversos valores humanos e sociais; ou, melhor colocando, para mim não tem muitas referências bíblicas. Não pretendo, com está apresentação, trancar nenhuma interpretação possível. Gênesis foi o melhor título que consegui, pois, além de fazer esse link com o religioso, ainda fica bem sugestivo como título, portanto, vou deixar esse mistério para o prazer de vocês.

Como já disse, é um projeto iniciado em Maio, por isso talvez dialogue com as poesias e textos postados naquela época em que estava discutindo comunicação humana. Esse trabalho traz duas personagens centrais, Marília Buonicelli e Carlos Magno Vieira, Ambos nomes inventados que não fazem referência a ninguém. Os outros personagens com nome, não tem sobrenome e, embora o “professor Sergio” tenha tido alguma inspiração inconsciente nos meus professores de biologia e tango que eu só percebi depois, eu não procurei inspiração em ninguém com esses nomes conscientemente.

No mais, esse meu novo trabalho é narrado em 1ª pessoa participativa, o personagem fala sobre algo que aconteceu, está acontecendo ou acontecerá consigo mesmo e com aqueles que estão ao redor, como já é característica minha, e apresenta vários conflitos de diferentes ordens, psicológica, temporal, social, linguagem e etc. que são discutidos na trama. E onde procuro apresentar características de uma doença muito grave pela qual passei. A depressão. Muita gente não sabe, mas depressão tem níveis.

É um texto complexo que deve ser apreciado, saboreado, por isso e, logicamente, pela grande extensão, será postado aos poucos. Creio que em 21 capítulos. Pretendo postar uma parte a cada três dias. e abrirei um marcador só para ele no menu de marcadores, assi fica mais fácil de achar !


Também avisarei via Facebook, orkut e msn, sempre que postar uma parte.


Estréia dia 22/12!

Feliz natal!

Ed.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uma poesia matutina...

Contestação

Edgar Izarelli de Oliveira


Talvez até eu esteja um pouco surpreso enquanto assino essa contestação.

Meu coração já teve muito mais a dizer, muito mais coisas a gritar...

Me lembro que duas folhas, às vezes, era pouco, era menos que o necessário,

E bem menos que o espaço exigido para se escrever uma boa poesia, rica em sentido,

Que fosse capaz de acalentar as dores, debater as contradições, cortejar as damas,

E, ainda, satisfazer a fome de arte e carinho que eu tanto sentia dentro e fora de mim...

Hoje, algumas poucas linhas já me bastam para os versos serem cunhados com cuidado,

Onze ou doze e já é bom tamanho, desde que sejam intensas o suficiente pra me lembrar

Que o amor já abriu meus olhos à luz, silenciou as carências e suavizou os excessos

E me provou que eu estou vivo e é pra viver, não pra lamentar

A pena de ter aprendido tudo o que sei pela força bruta dos dias.

Se isso é sabedoria, arte, delírio, liberdade, ou apenas vazio, eu já nem sei mais definir!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Blog novo! Sarau Tearte!

Boa tarde, gente!! Escrevo para informar-lhes de que o Sarau do qual faço parte, o Sarau Tearte,, que acontece regularmente no segundo sábado do mês a partir das 20:00 horas, no Tapera Bar, e que hoje, se não me engano, completa sua 14ª edição (informação a ser confirmada) , está ganhando um Blog mantido pelas pessoas que fazem o movimento acontecer. Idéia de Daiana Fonseca. Para quem quiser conhecer um pouco do nosso sarau o blog é: http://sarautearte.blogspot.com
Visitem e conheçam o trabalho de mais poetas .

E, gente, não tem como não falar isso. Hoje é aniversário de uma pessoa que eu sei que eu sempre vou poder contar, apesar de todas as desavensas e diferenças de pensamento comum e até necessária, creio eu, nesse tipo de relação. Senhor Eliseu da Costa, Pai, Parabéns!!

sábado, 3 de dezembro de 2011

... Até o fim deste ano vocês conhecerão essa personagem!

O beco


Marília Buonicelli (personagem criada por Edgar Izarelli de Oliveira)


Eu gosto deste beco,

Tem meus olhos, meu rosto, meu cheiro e tudo o que percebo de minha intimidade,

Este beco é meu mundo.

Um cubículo escuro espremido entre prédios.

Só tenho duas saídas: a pequena abertura por onde entrei me mostra, como janela,

O abandono usando drogas e mulheres mentindo pra si mesmas, por necessidade,

Pra realizar os verdadeiros desejos dos homens estranhos...

A cidade levou das minhas mãos o meu coração,

O coração de vidro que eu tinha acabado de resgatar da bagunça de um quarto de lixo,

Dois quartos de solidão, um terço de esperança, um ciclo de tristezas cruas,

E quatro quartos inteiros de medos trancados que tive que encarar,

Sem querer e sem pensar...

Se eu tinha meia chance com um coração transparente e lúcido,

Agora, sem nada nas mãos, sou eu mesma um nada, um vazio,

E ocupo lugar de alguma lata de refrigerante que, mesmo vazia como eu,

Ainda pode ser reciclada.

Talvez esteja na hora de abrir as asas de corvo e subir aos céus pela outra saída.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Poesia pró-Sarau ao Ar Livre

O Artesão das Palavras



Edgar Izarelli de Oliveira









Venham! Venham! Venham que a feira de artesanato já começou!



Olhem as jóias, os fantoches, as máscaras, os brinquedos, tudo feito em casa!



Olhem os desenhistas fazendo retratos com lápis de carvão!



Olhem os pintores dando cores e formas de paisagens a uma tela branca!



Olhem os escultores modelando os mais variados materiais!



Escutem as vozes dos cantores em acordes de violão de todos os estilos!







E já que estão aqui, olhem para mim! Sim, também sou artesão!



Eu também suo as mãos!







Teço os sons dos textos nas horas exigidas de solidão,



Rabiscando e rasurando letras num papel qualquer,



Esculpir mil sentidos numa linha de caderno exige fôlego, determinação e suavidades.



E, depois, pintar um novo corpo por cima do meu pra transformar em voz teatral



A rede tensa dos sentimentos de uma poesia exige o tom exato, a interpretação,



E o físico preparado para o improviso dos gestos, exige a leveza da dança!







Eu sou como todos os artesãos, exponho minhas obras na praça da cidadezinha.



E, do meu interior, acredito que a poesia é tão arte como todas as outras



E pertence ao povo que anda, se abraça, beija, passeia, sofre e sorri por essas ruas!



E, se parecer loucura, me perdoem, mas arte escrita e falada merece um lugar!



E eu sou apenas um artesão das palavras!



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Próximo Sarau ao Ar Livre dia 18/12 a partir das 14:30, na praça do Embu!



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Divulgação...

Gente dell'arte (pessoas da arte), ajuda a divulgar! Sarau a céu aberto no próximo domingo, dia 27 de Novembro, na praça central do Embu, a partir das duas horas da tarde!!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Outro daqueles meus momentos filosóficos!

Palavras são apenas palavras, não fogem nem por um instante de sua própria existencia... apenas são vistas como voláteis, pois, assumem, assim mesmo, sem perder a própria conexão consigo mesmas, várias formas de se encaixar na vida de cada um... Por que pessoas não podem fazer o mesmo? No final das contas, somos todos pequenos dicionários da vida....

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fora Rodas! Poeta sabe quando é hora de entrar na política, reafirmo!




Greve Uspiana!

Edgar Izarelli de Oliveira

Tortura psicológica; repressão militar; baixa taxa de democracia; privadas privatizadas... Idéias marcadas com cheiro de carniça para cães de guarda que atacam a cabeçadas, Sitiam residências onde crianças tentam dormir e alguns poucos jovens tentam sonhar Com um futuro mais justo, sem demissão de massas, sem caça e extinção política,

Apesar do barulho das hélices e das lágrimas engasgadas das nuvens de gás bombardeadas!

É contra isso que esses “maconheiros” estão lutando, puras alucinações do sistema!

Mas onde estão os Novos Homeros pra cantar a guerra por Helena moderna e libertária? Retraídos por diplomas de baixamarelado de medo da falta de emprego,

Deixam o futuro escapar por entre as canetas?!

Enquanto isso, a mídia continua sendo apenas uma nefasta sombra do poder capital, Formando zumbis de mentes brancas, caras lavadas e mãos abandando,

|Espalhando a droga como o motivo da luta! E têm razão!

Eu não quero viver nessa DROGA de mundo!

Por isso estou em greve, por isso estou em luta!

Sou visionário ou minha mente é suja demais para você e essas

Rodas de Veraneio vascaína que atropelam a expressão na faixa de pedestres?!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bom Dia VI

Bom dia!

Desejo que hoje você descubra que a tua felicidade independe de atores externos e possa, então, se auto-proclamar dono de sua própria república democrática de sentimentos, sentidos e razões.

Afinal, impérios e imperialismos mundanos não deviam poder conquistar e escravizar nosso coração nem nossa mente, mas já que podem, não te rendas a essas coisas!

E é assim, sendo um revolucionária, que eu quero te dar a esperança e a força necessária para evoluir e caminhar de mãos dadas contigo mesmo e comigo, compartilhando a trajetória da vida!