O Artesão das Palavras
Edgar Izarelli de Oliveira
Venham! Venham! Venham que a feira de artesanato já começou!
Olhem as jóias, os fantoches, as máscaras, os brinquedos, tudo feito em casa!
Olhem os desenhistas fazendo retratos com lápis de carvão!
Olhem os pintores dando cores e formas de paisagens a uma tela branca!
Olhem os escultores modelando os mais variados materiais!
Escutem as vozes dos cantores em acordes de violão de todos os estilos!
E já que estão aqui, olhem para mim! Sim, também sou artesão!
Eu também suo as mãos!
Teço os sons dos textos nas horas exigidas de solidão,
Rabiscando e rasurando letras num papel qualquer,
Esculpir mil sentidos numa linha de caderno exige fôlego, determinação e suavidades.
E, depois, pintar um novo corpo por cima do meu pra transformar em voz teatral
A rede tensa dos sentimentos de uma poesia exige o tom exato, a interpretação,
E o físico preparado para o improviso dos gestos, exige a leveza da dança!
Eu sou como todos os artesãos, exponho minhas obras na praça da cidadezinha.
E, do meu interior, acredito que a poesia é tão arte como todas as outras
E pertence ao povo que anda, se abraça, beija, passeia, sofre e sorri por essas ruas!
E, se parecer loucura, me perdoem, mas arte escrita e falada merece um lugar!
E eu sou apenas um artesão das palavras!
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Próximo Sarau ao Ar Livre dia 18/12 a partir das 14:30, na praça do Embu!
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