Frágeis Consensos
Edgar Izarelli de Oliveira
Quando a vida me surpreende com mãos frias
(talvez manipuladas por tiranas linhas inconscientes)
Levando pra longe o valor acumulado dos dias
E virando do avesso a fina trilha de sentidos,
Apesar do acerto e da confluência de mente e coração
Em buscar o humano e o divino no mesmo corpo físico e filosófico
E ter a certeza de ter encontrado o melhor e mais raro tratado poético;
Eu até tento inovar, mas acabo sempre num boicote consciente,
Errando de propósito ao dizer coisas estupidamente sinceras,
Só pra entrar, de novo, no caminho solitário e já tão clássico da minha psicologia
E, assim, repisando velhas falhas discutidas por argumentos já conhecidos,
Tento desvirar os mundos e decifrar os mesmos velhos códigos que me indicam
Qualquer justificativa, qualquer motivo, para esse sentimento de perda,
Para que, ao menos, eu sofra só as velhas criptas de poesias já escritas.
E, mesmo assim, ainda assumo, correndo o risco de cair em contradição completa,
Mas sem sacrificar o frágil consenso com a minha própria essência:
É este o romance enigmático e inteligente que quero continuar escrevendo
Desde o gênesis da inspiração até os últimos três pontos de vagas explicações...
"...buscar o humano e o divino no mesmo corpo físico e filosófico..."
ResponderExcluir"...Desde o gênesis da inspiração até os últimos três pontos de vagas explicações!"
Que lindo!
P.S: Roubei as frases acima! :)
gostei muito do poema bj
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