EdLua.Artes

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Retorno de Saturno (parte 5)

Começou o casamento... tudo normal, exceto que eu estava com calafrios, mas não perceberam isso, nem mesmo Stella percebeu, talvez fosse impressão minha, ou vai ver que é normal. Mas todos perceberam que olhei para trás quando o padre perguntou se eu aceitava Stella como minha esposa; olhei bem nos olhos de Vitória e ela ainda me chamou e eu fiquei calado algum tempo, depois levantei e virei de costas para o padre e para a minha noiva, todos me olhavam com cara de espanto, menos Vitória que se levantou também, eu saí correndo e puxei-a pela mão para fora da igreja, Stella gritava meu nome em voz de choro e eu chorava também e se bem lembro, lancei um olhar para minha noiva, que emoção ele continha só ela e Deus podem dizer, só sei que nós dois chorávamos muito. Não cheguei a responder a pergunta, mas isso era o que menos importava. Eu e Vitória entramos no primeiro ônibus que encontramos e fugimos para a capital onde ela morava.
Dentro do ônibus, eu estava no inferno da minha consciência, ponderava tudo que havia deixado pra trás, minha noiva, meu emprego, minha família, minhas roupas, tudo, absolutamente tudo, inclusive a primeira lembrança que não tenho com a Stella do lado, não tenho com mais ninguém também, uma foto de mim como marido saindo da igreja! Por mais de uma vez tive a impressão de que ia ter um impulso de me atirar no meio de uma avenida, mas... Vitória... Desmentia a necessidade de tanto desespero. Bom, ela parecia ao menos compreender meu choro e me consolava com sucesso a cada beijo que me dava e a cada carinho que me fazia. Na realidade, ela ficou todo o percurso abraçada a mim, me aquecendo, me mostrando que nem tudo estava perdido. Eu ainda tinha a ela, ela dizia, chegou a dizer que sempre a teria, mas isso já não me bastava, queria mais das provas que me dera na igreja... Provas mais concretas.
Provas que vieram logo e por vontade própria, eu somente aceitei de coração aberto. Quando chegamos à casa de Vitória, era já meia-noite. Olhei rapidamente a sala, enquanto Vitória abria a porta e entrava... A sala era realmente aconchegante, bem decorada, os tons de vermelho nas almofadas contrastavam bem com o preto dos sofás e com o roxo das paredes. Vitória nem me chamou pra entrar, nem me mostrou o resto da casa, simplesmente me puxou e me beijando ardentemente me levou direto ao quarto, estava distraído demais para notar algo do quarto, só me lembro que o lençol era vermelho-sangue. Minha nova namorada me jogou na cama, se despiu com a calma calculada de uma mulher que sabe o que quer, exibindo cada detalhe de seu corpo perfeito sedutoramente; depois se deitou e finalmente se sagrou vitoriosa. Minha primeira noite de amor e não foi com a Estrela que me levaria ao céu pra nunca mais precisar voltar, foi com a Rainha do prazer que me mostrou a realeza de seu amor e a majestade das noites!

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