O Teu Silencio
Edgar Izarelli de Oliveira
Na hora mais sagrada, momento a dois,
Eu estou envolvido no teu silencio
E na força de um olhar busco uma interjeição,
Qualquer gemido que me diga que você ainda vive,
Que me dê a segurança da sua voz...
Busco uma boa frase de impacto...
Imagino um “Vou embora!” decadente
E já ouço o teu riso incontido depois,
Mas a solidão completa prende as palavras na minha mente.
Nas horas que passam estranhas, me convenço...
Teu cálido recanto me pede algo, numa absurda perfeição
Que eu não entendo...
“Me beije!”, “Calma, estou confusa!” ou “ Sai da minha vida!”
O que, afinal, quer dizer o teu sepulcro vocal?
Desconfiado de tudo, desconsolado da foz...
Final, dou-te um ultimo beijo na testa,
Entendo, que de teu amor, nada me resta...
Rasgo um último olhar suplicante
Na tristeza sublime do adeus!
Ainda busco uma interjeição desgovernada
Navegando em minhas lágrimas...
Deitado na rua da descrença , na chuva, meu coração...
Agoniza a falta de minha crucial inspiração!
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