EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

acerca do silencio


Boa tarde gente! Beleza...?? está pronto o artigo que vos falei ontem... espero que apreciem minha tão vaga filosofia. Bom,

Hoje, me proponho a discutir coisas acerca do silencio.
Bom, antes que vocês comecem a achar que sou louco (na verdade sou mesmo, mas só um pouquinho), deixem-me explicar o porquê disso... Bom, sempre tive um pouco de curiosidade em relação ao silencio, mas não sabia porque, nesses dias me veio a RESPOSTA, basicamente é porque o silencio não é tão silencioso quanto parece, prova é aquela frase que quase todo mundo conhece: “o silencio é eloqüente!”
Lá vamos nós em mais uma viagem ao mundo da lua do Ed! Viva! Rsrsrs

A primeira pergunta que faço é: que diabo, afinal, é o silencio? Vamos nós ao michaelis online...

“sm (lat silentiu) 1 Ausência completa de ruídos; calada. 2 Estado de quem se cala ou se abstém de falar; recusa de falar. 3 Abstenção voluntária de falar, de pronunciar qualquer palavra ou som, de escrever, de manifestar os seus pensamentos. 4 Taciturnidade. 5 Discrição. 6 Interrupção de um ruído qualquer. 7 Abstenção de publicar qualquer notícia ou fato, de comentar o que é geralmente sabido. 8 Descanso; estado calmo; estado de paz, de inação. 9 Interrupção de correspondência epistolar. 10 Mistério, segredo. 11 Ausência de menção; omissão em uma relação verbal. 12 Suspensão que faz no discurso o orador ou a pessoa que fala. 13 Toque de corneta nos quartéis, e de sineta, nos colégios, para que não se fale nem produza qualquer ruído depois de certa hora da noite. 14 Mús Pausa em que os cantores ou os instrumentos deixam de executar.”


Segunda pergunta: sobre que tipo de silencio falaremos aqui?

Crendo que, por motivos físicos e biológicos (nosso corpo produz sons durante a vida, sons incontroláveis como o batimento cardíaco e a respiração), a primeira acepção é impassível de filosofia, uma vez que a ausência completa e absoluta de som só é possível no espaço, onde não há vida; e que todas as outras acepções estão direta ou indiretamente ligadas à 2ª, ficaremos com esta: parada de produção da fala, ou seja, de qualquer articulação vocal, ainda que não seja propriamente uma palavra.
Baseando-me num filme (“Hitch, o conselheiro amoroso” protagonizado por Will Smith) que assisti já faz umas tres semanas, um mês; e me lembrei agora da introdução, e que parece ser bem cientifico na parte que desejo. O filme diz que uns 90% da comunicação humana é não-verbal e a maior parte destes, é linguagem corporal (não tenho certeza se esse número ta certo, não achei o vídeo no You Tube). Mas, enfim, tal informação não é tão questionável se nos lembramos que antes de sermos seres “humanos” somos animais e primatas. Dito isto, fica claro que a linguagem corporal é mais original, portanto, mais natural de nossa espécie. Com isto, me surge uma pergunta para ser respondida em outro texto, em outra ocasião, mas deixo-a já a vocês e salva a mim mesmo também:
“Por que, raios, esse bendito ser humano inventou a língua verbal? Esse sistema complexo de relações entre sons e idéias?
Mas voltando ao Silêncio... para que explicar tudo isto? Somente para mostrar que o silencio é antes gesto do que ausência de sons; e como gestos transmitem significado, o silencio tem significado, mas é ausente de significante...
Pensando por esta linha, não é difícil chegar a conclusão de que, assim como as palavras, existem vários tipos de silencio e que, na verdade, a ausência de som é significante “palavra” que contem vários significados.
Há, aqui, que se fazer uma outra distinção. Não quero falar de silencio provocado por incapacidade de produzir sons nem de silencio “facultativo”, aquele onde já formamos as palavras, mas, por alguma razão, escolhemos não falar; e muito menos de silencio “ordenado”, em que outra pessoa subjuga a nossa fala, se utilizando de poder ou força bruta. Não é nisso que a minha curiosidade se atem.
O silencio que me interessa é o silencio que chamo de “espontâneo”! Por que “espontâneo”?
Porque há um silencio que vem de dentro da alma, quando, diante de uma situação qualquer, não conseguimos coordenar paradigmas e sons. Este silencio é o silencio primordial, quando realmente não temos o que sonorizar internamente, e a comunicação se torna totalmente corporal. Mas como interpretarmos este silencio, o que ele quer dizer? Bom, na minha singela opinião, este silencio interno é fruto da mais pura admiração (observação) de uma situação. Tal admiração, sendo pura, determina tanto a atenção, dando a ela tanto foco que aquilo que o homem criou para expressar seus sentimentos e idéias de maneira compreensível ao seu semelhante, refiro-me à capacidade de ordenar seqüências vocais em coisas com sentido, some por instantes.
Nesses instantes, o silencio vira poesia: necessita de interpretação, mas é tão livre que quase não o entendemos. E é daí que vem nossa aversão a ele. Seres humanos têm vontade de entender tudo, quando algo foge a sua misera compreensão, enfadam-se e já entendem tudo errado.
O silencio, na maioria das vezes, é provindo de um estado de choque por admiração, mas não raro que seja interpretado como falta de vontade de falar, e isso gera muitas desavenças. (sei bem disso)
Minha curiosidade se fixa a: como saber de qual admiração a pessoa silenciosa está “padecendo”?
Uma vez que o silencio “espontâneo” é significante nulo (morfema zero, na lingüística) que retém inúmeros significados, sendo resultante de uma admiração que, por sua vez, é passional (ligada às emoções), pode significar um “ai que lindo!” ou um “por que esse desgraçado ta vivo ainda?”. Em termos mais sutis, o mesmo silencio que transmite amor, pode transmitir um pedido, uma confirmação, um sentimento de raiva, de indignação e etc... Então, sempre ficará a duvida!
Mas isso é ponto positivo, algum mistério na vida tem que restar, né??? Se não fica sem graça viver!

Em breve poesia para ilustrar esse texto.

Espero que tenham conseguido entender algo, pelo menos para discutir o tema...


Abraços do Ed

3 comentários:

  1. Acredita que eu me ferrei dias atrás simplesmente por ficar em silêncio? Tudo bem que a minha expressão facial ajudou, mas o silêncio prevaleceu!

    Há muitas palavras (a serem ditas ou ocultadas) no silêncio...

    Abraço.

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  2. uem nunca passou por isso meu nobre amigo.../???
    creio que todos nós já padecemos com esse sofrimento... mas também ja nos salvamos de muitas enrrascadas com essa arma... espada de dois gumes.. .............. abraços

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