Uma Última Prece
Edgar Izarelli de Oliveira
Minha morte completa ainda não veio...
Ainda tenho um pouco de ar dentro do caixão...
Minha respiração fraca não me permite alçar-me a um futuro,
Mas ainda tenho, em meu corpo ferido e no meu decrépito coração,
As lembranças dos sonhos, e a saudade sem cura, e o desejo de coração,
A esperança e a fé se misturando pra uma última prece.
Espero que essa prece alcance o céu...
Espero que ainda dê tempo de assumir o que quero...
Espero que eu possa dormir em paz na relva...
Espero que esse último fôlego se extinga rápido
Ou me abençoe logo de uma vez, me trazendo algum futuro
Aos meus anseios pelo que acabou...
Morte, me leve pra longe,
Onde a fênix ainda possa renascer,
Onde a mão macia da deusa ainda possa me dar o remédio certo,
Onde, por ventura, eu encontre o sono confortável...
O tempo fecha a porta do mausoléu.
Apenas uma pessoa tem a chave e o remédio anti-morte...
Enquanto ela não vier, estarei em coma...
Morrendo aos poucos...
Morte é simplesmente um começo mais desconhecido que os começos planejados;
ResponderExcluirMas os planos, nem sempre são feitos por nós;
Ou se são, podem ser inconscientes...
Morte é a vida em uma inversão de Yan Ying, onde o minoritário devora o dominante;
Mesmo assim, o desconhecido sempre será objeto de desejo e especulação...
Como tudo tem seu tempo... aproveitemos a vida té que a morte nos encontre... em seu tempo desconhecido!