Edgar Izarelli de Oliveira
De longe, o mundo sempre verá um muro colorido,
E grandes portões de entrada abertos,
E espaçosos campos floridos....
Quem se aproximar, talvez perceba o cinza enferrujado das grades,
E as cores desbotadas da vida murchando no muro,
O jardim destratado, o caminho de pedras cheio de musgo
Se encarregará de conduzir a vista à capela central...
Quem ali entrar, terá de seguir o caminho,
Por que o portão se fechará
E, então, quem sabe, veja as cruzes de pedra e madeira fincadas no chão,
E os ornamentos e flores sagradas, os nomes das virtudes enterradas...
E se conseguir passar por esse pesadelo, quem sabe, note o cemitério
E descubra a cripta no mausoléu com fachadas divinas...
Se enxergar, por baixo da poeira dos tempos e das camadas em degrade,
Quem sabe, encontre o caixão de vidro que resguarda
Os restos mortais de um trovador e suas trovas finais
Escritas à tinta vermelha sobre seu corpo,
Com caligrafia carinhosa de mulher e os caprichos da paixão...
E talvez pudesse ler a última estrofe de uma canção:
“O caixão de vidro guarda meu corpo sem vida.
Meu corpo sem vida é cripta de uma alma morta,
Minha alma morta me serve, ao menos, de túmulo
Ao mistério que ainda se debate na cova do esquecimento...
Ainda procuro a resposta plena e absoluta.“
E, quem sabe, repare na expressão profunda de seus olhos vidrados
Procurando uma resposta além da vida humana...
A pergunta no teto, a atmosfera talvez caia sobre quem a lê...
“Morri de amor, o amor morreu em mim ou o amor morreu de mim?”
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reitero o convite para o lanlamento de "Infinitivos: Onde Tudo é Possível"
Edgar, preciso do seu endereço para lhe enviar uma matéria sobre Infinitivos, aqui em Ubatuba.
ResponderExcluirSou a jornalista do PTB e quero enviar a matéria para colocar no seu blog!
Inês de Sá
Secretária do Tato