Ela tinha um pouco de esperança nas mãos
E uma vida inteira pra partilhar.
Ele tinha muitas noites mal dormidas no coração
E algumas inseguranças pra vencer.
Ela se aproximou com um jeito sorridente de olhar.
Ele se escondeu na seriedade de uma lágrima.
Ela insistiu em se mostrar objetiva nas atitudes
E ele se distanciou com seu jeito poético de falar.
Ela bem que quis interpretar,
Mas ele se complicou nas curvas das metáforas.
Ela até tentou simplificar
E ele bem que se esforçou, mas não soube entender..
Ela persistiu em se fazer presente,
Mas ele era um vazio aparente.
Ela quis envolvê-lo no novelo de um abraço,
Mas ele não conseguiu se despir e ficar descalço...
Ela entristeceu devagar
E ele enlouqueceu de tanto vagar.
Ela pensou em ir embora ,
E ele penou pesos pelos passados...
Ela já tinha dado os primeiros passos,
Ele balbuciou um chamado, mas não sabia seu nome...
Ela parou, mas não olhou pra trás
E ele a chamou de Poesia!
Edgar Izarelli de Oliveira
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