De Porquê Eu Sou Romântico
Edgar Izarelli de Oliveira
Podia falar das dificuldades da vida sobre quatro rodas...
Da ausência de rampas de acesso nas praças e bares...
Podia falar da juventude em casa tendo os portões como grades
Ou das dificuldades de subir as escadas das escolas...
Mas essas palavras presas não flutuam pelos ares
Nem resistem ao brutal corte de quem as poda.
Podia lançar palavras novas numa canção de juventude
Que lutasse contra a corrupção do congresso nacional!
Uma palavra que combatesse a justiça mal-feita dessas latitudes,
Numa canção que fizesse uma política mais racional...
Mas essas idéias esperançosas ficariam numa gaveta trancada,
Na mesa de algum deputado, ou seriam prova remoída e queimada!
Podia até cantar a maldade que assola a terra...
Assassinatos, famintos, desalojados, doentes e sem amparo...
Podia até cantar os horrores de uma terceira grande guerra,
Da guerra por deus, do muro de Israel, do trânsito de São Paulo...
Podia até escrever uma carta de suicídio, não agüento esse tempo corrido
Que não nos dá tempo de ter qualquer lazer falado, encenado ou escrito...
Mas prefiro poetizar!
Cantar as emoções que ainda adocicam um pouco esse mal-estado
Numa poesia que toca a todos os corações que ainda guardam algo de humano.
Porque quem é humano sente o amor que traz as paixões mais fortes
E merece todo o tesão que possa extrair de cada gota da vida que inspira...
Mas tem um longo caminho até aprender a amar com a arte de quem vive
Sem sobreviver. Simplesmente vive em aventuras que merecem ser vividas!
E é por essas e outras que romantizo a loucura da realidade
Me enlouquecendo de amor no meio da cidade,
Sem deixar que a ilusão me consuma!
A outra face da moeda do sol
Mostra a lua, amiga leal daqueles que sonham
Com melhores tempos que virão
E cantam com amor singular
Esse mundo desigual que existe em cada um de nós.
Esse segundo desigual que habita nossos laços e nós!
Há verdades ocultas debaixo do chão firme desses dias
Loucos por natureza e sedentos por versos emocionados!
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Edgar Izarelli Oliveira
Lembrei da conversa que tivemos sobre homônimos quando li
ResponderExcluir"Esse mundo desigual que existe em cada um de nós.
Esse segundo desigual que habita nossos laços e nós!"
Suas palavras sempre encantam, embora eu não possa fazer longos comentários como o Embis; há uma palavra em particular que me fez rir, haha.