EdLua.Artes

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Blog mantido por Lua Rodrigues e por mim. Trata de Artes, Eventos Culturais, Filosofia, Política entre outros temas. (clique na imagem para conhecer o blog)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Lições de Casa

Bom dia, gente!
Na oficina "Sentido Literário", estou trabalhando as antíteses com meus alunos e terça-feira passei uma lição de casa: escrever uma poesia com antíteses. Mas achei um exercício interessante pra mim mesmo e, por gosto de crer que posso sempre evoluir, acabei fazendo uma poesia rica nessa figura de linguagem. Bom, na verdade, antíteses tem se tornado minha especialidade ao longo dos anos... Não sei dizer exatamente por quê, mas, dentro do meu estilo atual (2011 para cá), as figuras de choque, tanto antíteses como paradoxos, ganharam mais espaço do que figuras de construção, como as metáforas, por exemplo. Desenvolvo isso a ponto de precisar cada vez mais dos advérbios, sobretudo os advérbios de modo, por que substantivos e adjetivos opostos ja não me contentam mais! Bom, a inspração pra essa poesia que posto abaixo saiu de uma conversa muito estimulante, artisticamente falando, que tive ontem. Espero que gostem! Comentem.
PS: Devo um texto sobre a bienal do livro, mas as fotos já estão na GALERIA.

A Calma das Antíteses

Edgar Izarelli de Oliveira


Nas últimas semanas, estou assustadoramente calmo

E, lentamente, sob a luz de um método apurado,

Isso tem me desesperado por medo de perder a coragem de escrever...


Por que, depois de assistir meu rosto ficar sério;

Meu pensamento se concentrar até enriquecer, ganhar peso e valor;

As partes opostas das contradições deixando o embate pra mais tarde,

Se ignorando e virando certezas lucidamente desacreditadas, quase loucas,

Enquanto meus olhos se distraiam, cada vez mais levianamente errantes,

Nas emoções pobres, roucas e rotas de um horizonte indesejado,

Percebo que os afetos do mundo estão me causando muitos desencantos...

E, agora, penso que é ausência de conflitos é que tumultua as relações,

Já que nem todo silêncio é aceitação e nem toda tranquilidade é bem-estar.


Mas é uma gota de felicidade tocar minha alma numa conversa qualquer

Que a inspiração dissolve as linhas inexistentes entre a lágrima e o sorriso

E, neste instante, me reconcilio com o choque esperadamente inesperado da poesia,

Por que sinto a antítese se afirmar dentro de mim como se fosse meu paraíso...


E daí concluo, com a sabedoria comum a uma população estranha de descobertas:

A esperança já não é mais a última que morre e, na verdade, ela se suicida rapidamente, Entretanto, ainda é a primeira que se renova na calmaria vibrante de uma boa conversa!

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Abraços,
Ed